Alento Negro

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O gato, ignaro, o seu instinto seguindo,
Na gaiola de pássaro, lá se foi subindo.
O cão, abandonado, de fome tremendo,
No lixo, atrás de comida  foi  remexendo.

Pobre  e inocente gato! Pobre ser alado ―
A gaiola treme e está de toda vazia agora.
O lixo da Dona Sicrana todo está espalhado ―
Pobre cão ingênuo e ávido que nas ruas mora!

A noite já tão turva ainda mais se escurece
Ante a covardia e a dor que nela acontece:
Ouvem-se tristes latidos e miados; gemidos

Dos dois pobres e miseráveis animais pungidos.
A lua brilha. E cobrindo vai com cuidado o sereno,
Os corpos dos mortos por vil e premeditado veneno.

Pétalas CadentesOnde histórias criam vida. Descubra agora