Capítulo 25 - Gripe

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Quando Júlia acordou, a primeira pessoa que veio em sua mente foi o Danilo.

"Deve ser porque passei muito tempo com ele ontem. "

Levantou-se ainda embalada com os acontecimentos do dia anterior. 

Mesmo não tendo muita aproximação a garotos, era perceptível como Danilo era diferente dos outros. Era gentil, educado, e até o fato de ser reservado lhe dava um ar mais respeitoso. Pensando bem, parecia ser melhor até do que Leandro, que quando se enturmava com seus companheiros, tinha alguns comportamentos que a desagradava. 

E ele também era... bonito!  Como não percebeu antes que Danilo era tão bonito? Não é à toa que algumas meninas tinham tentado, sem obter sucesso, uma aproximação. Olhando melhor, a palavra lindo era mais apropriada... 

- Nossa! No que estou pensando!  - Júlia balançou a cabeça - Estou acabando de sair de uma paixonite e não quero cair em outra! Nada de pensar no Danilo! 

Seu celular vibrou e, ao pegá-lo, viu a mensagem:

Ester : Vi você e o Danilo na praça ontem.

Ela teve vontade de dizer que tinha visto ela e Leandro na sorveteria, mas descartou a ideia.

Júlia : Eu não te vi.

Ester : Estava no lado contrário ao de vocês. Estão passando muito tempo juntos, hein?

Júlia revirou os olhos ao ler. E respondeu:

Júlia: Ele é um ótimo amigo. E não tinha mais ninguém para sair comigo.

Ester : Hummm...

Júlia : E você? Estava com quem?  - Perguntou mesmo sabendo a resposta.

Ester: Com o Leandro. Mas só como amigos. E quer saber? Está bem melhor assim.

Júlia : Que bom que nada atrapalhou a amizade de vocês 

Ester: Não é bem assim. Eu sei que ele está cheio de esperanças para voltar a namorar comigo. Mas vamos ver daqui a algum tempo.

Júlia viu que não devia prolongar aquele assunto e rapidamente mudou de conversa. Passaram algum tempo trocando mensagens, até o momento que resolveu sair para tomar seu café.
Antes de chegar na cozinha, o celular vibrou novamente.  Não pôde controlar seu coração que deu um pulinho ao ver que era uma mensagem de Danilo. Era só uma mensagem desejando bom dia, mas mesmo assim ficou feliz em ele ter lembrado dela naquela manhã. Mas era melhor disfarçar o sorriso antes que seus pais percebessem.

...


Era  segunda-feira. O dia em que Júlia (e a maioria das pessoas) precisava tirar um esforço fora do comum para se levantar. Mas naquele dia,  ela sentiu uma moleza maior do que o normal.  Tentou levantar de novo.  Foi quando percebeu que a fraqueza era devido à um gripe que pegara. Estava com a garganta inflamada e sua cabeça doía terrivelmente.

- Não posso ir a aula hoje. - Explicou para sua mãe que tinha vindo saber o porquê de tanta demora para sair do quarto.

Júlia tomou um comprimido e deitou-se novamente. Acordou horas depois. A dor de cabeça havia passado, mas sua garganta ainda estava bem ruim.
Resolveu tomar um anti-inflamatório. E ainda permaneceu deitada até a hora de seus pais chegarem para almoçar.

Depois do almoço, Ester mandou uma mensagem perguntando o motivo de ela ter faltado a aula.

Júlia : Acordei gripada.

Ester: Deve ter sido o frio de sábado. - Alfinetou ela.

Júlia : Para sua informação, não estava frio. E se fosse por isso, você também teria adoecido. - Devolveu Júlia.

Ester: Credo. Que humor!  Estou só brincando.

Júlia : Não dar para vim aqui? Quero copiar o conteúdo de hoje. Minha nota não está a das melhores em Química.

Ester: Claro que sim. Chego já aí.

De fato, vinte minutos depois, Ester chegava. Julia ficou aliviada por ter companhia o resto da tarde.

- Devia ter visto como o Danilo estava hoje.  - Ester foi logo dizendo - Completamente desolado.

- Já lhe disse que parasse com essa brincadeira.

- Mas é verdade! O pior cego é aquele que não quer ver,  amiga. E só você não enxerga o quanto ele gosta de você.

Júlia se ocupava em começar a escrever o conteúdo:

- Você tem a imaginação tão fértil, Ester!  Devia ser escritora.

- E você devia usar óculos! - rebateu a amiga - Não percebe nada.

- Vamos parar por aqui ou não vou me concentrar.

Ester mudou o assunto:

- Falando nisso, você resolveu os exercícios de matemática?

- Resolvi sim. Na verdade, o Danilo me ajudou.
Vendo a cara que Ester fazia, perguntou:
- O que foi?

- Eu não falei? Vocês estão muito próximos!

- Ai, Ester! Eu cansei! Você e suas lorotas.

- Você não quer acreditar, tudo bem.

Prosseguiram conversando sobre outras coisas até que Júlia terminou de escrever.

- Pronto! Procura aí o exercício que você quer. Vou ao banheiro. - Disse passando o caderno para ela.

Ao voltar, se deparou com Ester lhe olhando esquisito.

- Júlia, me explica o que é isso!?  - falou estendendo o caderno.

Ao olhar para o que estava escrito, Júlia se deparou com o que jamais desejaria que alguém visse, principalmente Ester : a carta que ela havia escrito para Leandro!

Complicado Amor (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora