Capítulo 27 - Admiração

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Júlia chegou à casa de Danilo às  dezoito horas e trinta minutos. A hora  que estava escrito no convite eram dezoito horas.  Mas, propositalmente, ela quis se atrasar  para não correr o risco de ser a primeira a chegar. Mesmo estando do lado de fora deu para perceber que a casa estava cheia de gente. "É uma comemoração pequena. Só a gente e alguns jovens da igreja", Danilo havia dito. Ainda bem que Júlia estava bem apresentável.

Danilo havia insistido para ir buscá-la, mas ela preferiu que seu pai a fosse deixar. Sabia que ele ia está ocupado demais. Ela também queria ter a presença de seus pais na festa, mas os dois arranjaram diversas desculpas para não comparecerem.

Tocou a campainha pela segunda vez, e foi atendida por Darah.

- Júlia, que bom que veio! Danilo já estava preocupado com sua demora. - Ela disse e piscou o olho em seguida.

Júlia optou por dar um sorriso tímido e logo entrou. A área em frente a casa estava cheia de mesas, todas ocupadas. Mas parecia que todos eram da igreja em que a família de Danilo frequentava. Apesar de simples, tudo estava impecável.

Darah levou Júlia até a aniversariante. Dávila estava linda em seu vestido rosé. Ela parabenizou a moça e lhe entregou o presente. Em seguida,  Darah a levou até uma mesa onde tinha duas jovens conversando e comendo salgadinhos.  Apresentou as meninas, que se chamavam Renata e Thalita, e pediu a Júlia que sentasse junto com elas, explicando que iria até à cozinha para ver se estavam precisando delas. Renata e Thalita, eram muito simpáticas, e logo incluíram Júlia na conversa. Minutos depois pareciam que se conheciam há muito tempo.

Júlia estranhou ainda não ter visto Danilo, até que ele chegou trazendo uma bandeja com alguns copos de refrigerante. Assim que a viu, abriu um sorriso e foi até a sua direção.

- Júlia, faz tempo que está aqui? Não te vi chegar!

- Alguns minutos.

Eles ficaram conversando por uns minutos,  até que uma menina que estava sentada duas mesas depois, começou a chamar Danilo dizendo que queria refrigerante. Ele se levantou para serví-la e a outros convidados, retornando em seguida e sentando com ela por mais algum tempo,  para em seguida sair apressado. Dávila chegou minutos depois e a levou para dentro de casa para cumprimentar Mara e André , que estavam atarefados cuidando da comida. Júlia até se ofereceu para ajudar mas eles,  gentilmente,  recusaram. Quando ia saindo, deu de encontro com a jovem que havia pedido refrigerante. Sem se intimidar, ela chegou e perguntou:

- De onde você conhece o Danilo?

- Hã...  Eu estudo com ele. Por que? -respondeu surpresa com a pergunta e com a arrogância da jovem que nem a cumprimentou antes.

Ela apenas a olhou dos pés à cabeça e, sem responder,  passou por ela e Dávila.

- Nossa! Quem é ela?

- É a Vanessa. Não liga para ela. Desde que chegamos na igreja, ela procura chamar a atenção do Danilo. Deve ter ficado com ciúme de você. O Danilo não dá a mínima para ela. Acho que ela lembra de você no dia que ele te levou para nossa igreja e por isso fez essa cena toda.

-  Entendi. Mas não posso negar que ela é linda.  - E era mesmo. Arrogante, era verdade, mas parecia uma modelo - Quer dizer que o Danilo nunca ligou  pra ela? Mas acredito que ela chama muito a atenção...

- Meu irmão olha mais para a beleza interior do que a exterior. Pelo que vejo, você ainda não o conhece direito. O Danilo é uma pessoa maravilhosa.

Júlia ficou curiosa:

- Isso é sério?

- Claro que é! Até hoje ele nunca teve uma namorada. E pra falar a verdade, eu nunca o tinha visto gostar de alguém. Mas isso parece ter mudado de um tempo para cá... - Ela olha para Júlia com um sorrisinho.

Antes que Júlia falasse alguma coisa Darah veio chamar Dávila. Júlia voltou a sentar junto de Renata e Thalita. E ficou pensando em tudo que Dávila havia falado. Vanessa já havia retornado à sua mesa e de vez em quando olhava para ela com uma cara não muito boa.

Mais de uma hora depois, Júlia já havia se empanturrado de salgadinhos a ponto de ter provado pouco do jantar delicioso que haviam servido. Já haviam cantado parabéns, cortado o bolo, e pouco a pouco as pessoas estavam indo embora. Inclusive Renata e Thalita, suas novas amigas. Ela estava sozinha na mesa esperando Danilo, que pediu que ela não fosse embora logo. Quase meia hora depois ele chegou, aparentando cansaço.

- Puxa, hoje foi uma correria!  - falou enquanto sentava.

- Acredito que valeu a pena. Estava tudo muito lindo. - ela respondeu enquanto observava a decoração sendo retirada.

- Estava sim. Não como a Dávila merece, mas fizemos o melhor. - Júlia não pôde deixar de achar fofo o carinho que ele tinha pela irmã.

- Suas irmãs são maravilhosas.

De repente Vanessa chega, interrompendo a conversa sem pedir licença. 

- Já estou indo, Danilo, não dar para demorar mais porque meu pai já quer ir embora. Eu insisti para demorarmos mais um pouco, mas ele realmente quer ir.

Para surpresa de Júlia, ele falou:

- Você já conhece a Júlia? 

Vanessa só faltou devorá-la com o olhar.

- Não. - respondeu secamente.

- Ela estuda comigo. E é minha melhor amiga.

Vanessa apenas lançou-lhe um olhar mortal e se retirou. Os dois ficaram olhando ela se afastar.

- Eu sou? - Júlia perguntou.

- Claro!

- Ela gosta de você.

- Não faz o meu tipo.

- Você é exigente.

- Sou. E ela não preenche meus requisitos. E pra ser sincero, ela sabe disso. Eu deixei bem claro. A gente nem queria convidá-la, mas em respeito a seu pai que é presbítero da igreja e gosta muito da gente, não houve outro jeito. - Ele se vira para Júlia, sério - A Dávila me contou que ela lhe importunou?

- Bem...  Ela só perguntou de onde eu te conhecia.

Danilo balança a cabeça.

- A Vanessa é louca. E agindo dessa forma, eu só me afasto mais ainda dela. Cheguei a pensar que poderíamos ser amigos, mas a cada dia que passo vejo que nem isso dar.

- Nunca passou em sua cabeça em aceitar namorá-la?

- Nunca. Em primeiro lugar, não gosto de garotas que se oferecem. - O coração de Júlia deu um pulinho nessa hora.

Antes que falassem mais alguma coisa, seu celular tocou. Ela olhou o visor e viu uma mensagem de seu pai avisando que já estava lá fora à sua espera.

- É o meu pai. Eu tenho que ir.

- Eu te acompanho.

Eles caminharam até o portão e se despediram.

Ao chegar em casa naquela noite, Júlia percebeu que estava admirando Danilo muito mais.

Complicado Amor (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora