Júlia ficou confusa e totalmente sem graça perante os dois. Ainda abriu a boca para dizer algo, mas sem conseguir formular uma palavra sequer, voltou a fechá-la. Danilo, pelo contrário, parecia muito feliz com sua companhia. Ela só tinha certeza de uma coisa: Leandro não havia mentido. Aquela menina ao lado de Danilo era a que ele havia visto em frente à loja que trabalhava. E estavam mesmo de braços dados! Pareciam bem íntimos, para falar a verdade. E ela parecia ser pelo menos um ano mais velha que ele.
- Oi Júlia! Desculpe não avisar antes que iria trazer alguém, mas quis te fazer uma surpresa.
E que surpresa!
- Essa é minha prima Bárbara. - Prima? - Bárbara, essa é minha querida amiga Júlia. - Júlia não deixou de perceber o querida.
A garota lhe deu um abraço, toda sorridente.
- Olá! - Foi só o que Júlia conseguiu dizer. Estava louca para descobrir o que de fato ela era de Danilo.
- O Danilo falou tanto de você que sinto que já te conhecia! - Ela falou e riu.
Neste exato momento, os pais de Danilo chegaram, finalmente, até à sala e as apresentações recomeçaram. Júlia, no entanto, ainda estava muito curiosa. Foi então, que notou um detalhe que por pouco ela não gritou de tão feliz que ficou: Bárbara usava um anel de noivado! Agora sim, poderia conversar à vontade, como os outros estavam fazendo. E não continuar agindo feito uma pateta. Foi um grande susto, isso ela não poderia negar.
Marina pediu licença, e saiu para preparar um lanche na cozinha, e Francisco decidiu ir ajudá-la. Então Danilo começou a tagarelar contando que Bárbara havia morado com eles até os dez anos, e que a considerava como uma irmã mais velha.
Bárbara deu mais explicações:
- Na verdade a tia Mara e o tio André são como meus segundos pais. Meus pais se separaram enquanto eu ainda era pequena, e minha mãe passou por uns momentos difíceis... Por isso eu passei esse tempo todo morando com eles.
- Nossa... - Júlia falou porque não tinha algo melhor a dizer.
Eles continuaram contando fatos da infância que tiveram, até que o lanche ficou pronto e continuaram conversando na cozinha. Bárbara contou que estava cursando Química, e que se formaria dali a um ano. Seu casamento, no entanto, era dali a seis meses, e ela veio para deixar o convite. O nome do noivo era Murilo, e ele era dentista. Depois do lanche, Marina e Júlia foram lavar a louça, enquanto Danilo e Francisco foram para a sala. Bárbara preferiu ficar com elas e até ajudou.
- Então... você vai passar muitos dias por aqui? - Júlia puxou conversa quando as duas estavam sozinhas.
- Eu vou voltar no sábado. Vim para matar a saudade e garantir a presença deles no meu casamento.
Júlia quis tirar uma curiosidade:
- Porque resolveu casar tão nova?
Bárbara riu:
- Eu já tenho vinte e dois anos. A gente já namorava há dois anos. E por que não decidir casar quando temos a certeza que queremos passar o resto da vida com a pessoa amada?
- Como teve essa certeza? - Júlia já estava admirada com a intimidade que estava tendo com Bárbara.
- Bom... Eu orei. - Bárbara falou de forma simples.
Aquelas palavras ficariam gravadas para sempre na memória de Júlia.
Minutos depois, estavam todos juntos novamente. Bárbara era muito cativante, e já tinha conquistado Júlia e seus pais. Quando já passava de nove horas, eles despediram-se. Júlia fez Bárbara prometer que voltaria à sua casa, antes de ir embora. Era uma nova amiga que ganhava.
- A gente vai ao cinema depois de amanhã, Júlia. Você não quer ir com a gente? - Danilo convidou.
Júlia olhou para seus pais.
- Pode ir, filha. - seu pai respondeu.
- Tá bom, eu vou. - ela falou e Danilo abriu um sorriso de orelha a orelha.
Júlia se ofereceu para acompanhá-los até o lado de fora. Bárbara andou um pouco mais à frente. Parecia a fim de deixar os dois um pouco sozinhos. Júlia então decidiu fazer o que deveria ter feito pela manhã ainda: pedir desculpas.
- Danilo, me desculpe pela forma que agi contigo pela manhã. Não sei o que me deu...
- Sem problemas. Fica tranquila.
- Você não ficou chateado?
- Bom, eu até vim até sua casa. Tenho cara de está muito chateado? - ele falou em tom de brincadeira.
- Mesmo assim, eu tenho que me desculpar. Você não merecia minha grosseria. Sempre foi tão legal comigo!
- Olha, Júlia, eu entendo que você talvez tenha alguns dias ruins de vez em quando. Isso é normal. O importante é que já passou, não é?
- É sim.
Os dois, em frente um ao outro, se encaram por alguns segundos, e Júlia morre de medo de que ele consiga ler através de seus olhos o que sente por ele.
- É... nós nos vemos na escola. Até amanhã! - Danilo fala e começa a andar.
- Até... - ela responde, mas continua parada ainda o observando se afastar.
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Complicado Amor (LIVRO 1)
RomanceQuem já teve um amor platônico? É justamente isso que Júlia Beatriz está vivendo. E pior: pelo seu amigo de infância, que para complicar mais ainda é também seu primo. Leandro, sem desconfiar dos sentimentos da menina, começa a se interessar por Est...