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MARATONA 3/5

André

Saber que o Vtinho está vivo foi a melhor notícia que eu poderia receber, nesse momento. Mas estou com um aperto fudido no peito, mó parada estranha.

A Rafaela nem quis mais conversar, ela só pediu para fazermos uma oração, e foi me falando o caminho.

Fazia apenas 30 minutos que tínhamos saído, no carro eu só estava escutando a respiração pesada dela.

Não demorou muito e paramos o carro perto da casa onde ela falou, eu desci e pedi para ela ficar ali no carro me esperando, pois já estava escuro.

Caminhei até a porta e bati umas três vezes, e parecia que não tinha ninguém, então voltei até o carro.

- Tem certeza que é aqui? - Entrei no carro.

Rafa: Claro ne André. - Ela olha em volta. - Não tinha ninguém ?

- Não. - Passo a mão nos cabelos.

Rafa: É melhor voltarmos, estou com medo.

- Fica de boa, não tem ninguém, vamos esperar só mais um pouco, vai que ele saiu. - Ela me olha, mas concorda no final.

Ficamos novamente em silêncio, mas eu queria conversar com ela.

- Sabe, estou com saudades de você! - Ela não me olha. - Eu queria que as coisas fossem diferente.

Rafa: André, aqui não é hora para discutirmos sobre isso. - Nego com a cabeça, e não falo mais nada.

Reparo em uma movimentação perto da casa, o carro estava todo desligado, e ainda era preto, então a pessoa que estivesse ali, não conseguiria ver muito facilmente. A Rafaela começou a se mexer no banco, totalmente desconfortável.

- Que foi ? - Segurei na sua mão que estava gelada e suada.

Rafa: Eu amo muito você - Seus olhos estavam lacrimejando.

- Que parada é essa Rafaela ? - Não deu tempo dela responder, e só foi possível escutar o barulho de um tiro.

Quebrou o vidro do carro, me fazendo levar um susto, olhei apavorado para a Rafaela, a bala tinha acertado bem no meio do seu peito.

- Rafaela? Pelo amor de Deus - Eu só conseguia chorar, ela me olhava.

Rafa: Ta doendo André - Ela falou baixinho.

Olhei para frente, e não tinha ninguém ali, não sabia quem tinha atirado, apenas liguei o carro, e sai dali o mais rapido possível.

- Por favor Rafaela, não fecha esses olhos, eu vou te levar para um hospital - Eu já estava chorando feito uma criança, era a mulher da minha vida ali. - Tenta precionar - Ela tentou colocar a mão, mas era quase impossível.

Eu nunca tinha dirigido tão rápido na minha vida, parecia que tudo que a gente viveu começou a rodar da minha cabeça. Minha vista estava embaçada, mas ainda conseguia dirigir.

Fiz aquele percurso em questão de minutos, cheguei em um hospital, e já comecei a gritar.

- MINHA MULHER FOI BALEADA CARALHO. - Já vieram com uma maca, peguei ela no colo, e a mesma já estava desacordada.

Eu não sabia oque fazer, levaram ela dali às pressas, eu me joguei no chão daquele piso, e não me importei se tinha polícia, chorei como nunca.

Eu sabia que poderia perder ela, e isso não era justo.

Minha vida toda eu passei aproveitando a vida que o crime poderia me proporcionar, mas foi quando eu conheci ela, que tudo deu sentido. A Rafaela é minha droga, sou viciado naquela morena, eu nunca pensei que poderia amar alguém assim.

Naquele chão gelado eu orei, Deus poderia não me perdoar, mais a vida dela, ele não tinha o direito de levar.

Rafaaa😭😭😭

A Dona🔥 2• TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora