Maratona 5/5
Rafa
Encaro a televisão e vejo o senhor Nelson dando uma entrevista, como era de previsto o pé do morro está lotado de jornalista e várias viaturas, mas ninguém ainda sabe quem foi os mandadentes da chacina, foi uma verdadeira guerra, no momento eu não senti nada, estava com sangue nos olhos como diz o ditado, mas agora caiu o arrependimento, matamos todos, não sobrou um para contar história.
Eu sinto que não sou a mesma, e por um lado isso acaba literalmente comigo.
Perdemos poucos, o marreta foi baleado mas nada muito sério, o mesmo estava delirando, falando nada com nada, deixei ele no posto e vazei para casa.
Olho mais uma vez para a TV, e escuto com tranquilidade.
Jornalista: O senhor mora aqui a muito tempo ? Poderia nos dizer como está a comunidade neste momento ?
Nelson: Moro aqui a minha vida inteira, posso até te dizer que está tranquilo demais.
Jornalista: Você acha que os mandadentes então ai ? Sei que é uma pergunta forte, se o senhor não quiser responder entenderemos. - Abro um sorriso, pois era isso que eu queria, ele tinha passe para falar tudo que eles gostariam de escutar.
Nelson: Olha, posso apenas te dizer que acho que tem envolvimento, mas nada concreto.
Jornalista: Mas e o motivo, sabemos que fazia muito tempo que a Bope não tentava invadir aqui e nem outras comunidades, pois foi isso que o sargento Ramos falou.
Nelson: O motivo não está claro ? - Ele abre um sorriso sem graça - O Dedé, um dos líderes está desaparecido, oque eu ouvi dizer é que a polícia tem envolvimento, pois não quiserem passar isso para a mídia.
Jornalista: Dedé ? O André ? Líder de uma das maiores facções do Rio de Janeiro ? - O Senhor Nelson ia falar mais alguma coisa, mais alguns policiais interferem. - Uau, isso é um tanto chocante, e uma grande revelação, será que é isso que esses bandidos estão querendo passar ? Um aviso ? É sabemos que eles não estão de brincadeira, e já está claro que iram fazer oque for necessários para saber onde está o Traficante André Ferreira.
Desligo a TV e suspiro, é deu certo, mas e agora ? Caminho até a porta do quarto da Lua, e a mesma estava brincando de boneca, busquei ela na Talita hoje mais cedo, e lembrando bem, a Talita estava muito estranha, até convidei ela para vim aqui em casa, mas a mesma disse que estava cansada, é minha amiga não me engana, mais tarde vou lá.
- Oi amor da minha vida - Beijo a cabeça da Lua e ela abre um sorriso - Poço brincar ? - A mesma concorda e então eu brinco com ela por uns 30 minutos - Vamos lá na tia Talita ?
Lua: Vamos - Arrumo seu cabelo e meu também, e saímos, fomos caminhando até lá, o morro estava calmo, alguns comentavam sobre ontem, mas nada muito importante.
Bato na porta e quem abre é o Marreta, ele dá um sorriso.
Marreta: Oque a patroa faz na minha humilde residência? - Faço cara de tédio e vou entrando.
- Vai cagar, cadê minha best ? - A Lua já pula no sofá e liga a TV e coloca em algum desenho - Ta abusada ne.
Talita: Deixa a menina - Encaro a mesma que aparece na porta da sala - Tava me procurando ?
- Sim, bora tomar um açaí ? Não aceito um não, faz tempo que não saímos - Ela da risada e concorda.
Marreta: Quero ir junto, mó vontade de tomar um açaí.
- Então vai outro dia, hoje é dia das meninas, bora Lua. - A Talita sai para ajeitar a Mel.
Marreta: desculpa por ontem - Encaro ele e vejo que o mesmo se lembra, não respondo nada - Vai falar nada ?
- Falar oque Marreta ? Ta doido? Sei nem do que tu tá falando - Logo a Talita vem eu pego a Mel no colo e saio junto com a Lua.
O Marreta tá estranho, eu nunca imaginei ele do mesmo jeito que ele tá pensando, até porque ele é casado com minha amiga, e eu amo o André.
Talita: Ai amiga preciso desabafar - A mesma fala quando a gente se senta no banco da praça.
-Fala - A Lua senta na grama com a Mel, e fica brincando com a mesma.
Talita: Eu acho que quero me separar - Encaro a mesma com os olhos arregalados.
- QUE ?
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Desculpa pela demora hihihi