1 - Família

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ahahahahhaha primeiro capítulo do segundo livro, amo!

A paternidade chegou na vida de Katsuki como um verdadeiro furacão, arrastando-o para todos os lados e o deixando desnorteado e confuso de uma maneira que não encontraria palavras suficientes para explicar nem em mil anos

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A paternidade chegou na vida de Katsuki como um verdadeiro furacão, arrastando-o para todos os lados e o deixando desnorteado e confuso de uma maneira que não encontraria palavras suficientes para explicar nem em mil anos. Desde aquele positivo tudo o que ele vivenciou foi a mais pura correria e desespero, sem pausas para descanso ou momentos contemplativos e depois que as crianças nasceram ficou ainda mais corrido e agitado.

Sem contar no quesito traumatizante porque o que passou com a filha naqueles primeiros momentos não poderia ser descrito de outra maneira. Ainda o deixava sem ação lembrar de Eijiro lhe avisando sobre a necessidade de ambos subirem até a UTIN para vê-la e assim passar os últimos minutos com ela. As pernas bambearam tanto que sequer as sentia, tendo de ser auxiliado pelo esposo na hora de ficar em pé pois sequer conseguiu reagir nos instantes seguintes. Chamaram uma das enfermeiras pedindo que recolhessem Hikari e o levasse ao berçário pois não poderiam ficar com ele naquele momento.

Pelo caminho observou outras pessoas no corredor, encarando-o com o olhar desolado e nem mesmo se importou com eles, sentindo-se enjoado a cada passo. Travou em determinada parte do corredor, sem coragem de prosseguir assim que viu os pais da UTIN do lado de fora. Não fosse o apoio de Eijiro e o fato de o sustentar teria dado meia volta.

A incubadora estava aberta, e a pequena estava deitada em uma pequena maca, ainda com os aparelhos e a respiração errática. O peito pequeno subindo e descendo com dificuldade, como se ela lutasse para sugar cada grama possível de ar, a pele branca ligeiramente marcada pelo uso dos desfibriladores.

Lembrava-se de se aproximar e os médicos consentirem que a tocassem com as mãos nuas, naquele primeiro contato sutil, ainda que não tivessem permitido uma proximidade maior. Os dedos eram tão miúdos e frágeis, quase sem unhas. Conversaram com ela, tentando confortá-la enquanto ela virava a cabeça procurando a origem do som resmungando por se sentir desconfortável.

Aguardaram por trinta minutos que ela falecesse, apavorados com o bip constante da máquina, descendo de ritmo e aumentando em seguida, tão irregular quanto a respiração dela. No final de quarenta minutos começou a normalizar e os médicos a recolocaram na incubadora ainda sob risco. Atendendo o pedido de Eijiro permitiram que ele acariciasse suas costas com a proteção da luva e ele o fez por uma hora sem parar, cantando e conversando para que ela se acalmasse. Foram as vinte e quatro horas mais angustiantes da vida de ambos, mas sobreviveram ao final, ainda que não tivessem certeza de como seria.

— Eu pensei em um nome para ela, Eiji. — Katsuki se pronunciou já no quarto enquanto ambos se dedicavam aos gêmeos que haviam ficado na berçário até então. Olhou para o pai que segurava Hideki, feliz com o neto, mas terrivelmente abalado pelo estado de saúde da neta — Eu pensei nele por causa do senhor, pai.

Masaru o encarou confuso, ansioso pela resposta enquanto balançava o pequeno de um lado ao outro com um cuidado que não surpreendia ninguém, afinal ele era ótimo com crianças.

Nosso Segredo (livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora