Capítulo 5:

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Valley

Oh meu Deus.
Ele está aqui. Daven está aqui.
Será que existe alguma forma para me fazer desaparecer daqui?

Eu tive uma noite tão boa na companhia de Parker ontem, mas eu pensei que ele fosse ir embora mais cedo. Só que sua ideia foi totalmente outra. E embora não tenha me deixado tão contente quanto eu gostaria de ter ficado, eu tive que fingir que estava tudo bem Parker ficar para o café da manhã, é claro.

Mas eu não sei o motivo pelo qual eu estou me sentindo tão desconfortável com essa situação agora. Diabos. Eu sei que não devo nada para ninguém, muito menos para esse hóspede novo. Mas porque é que meu coração tem que bater tão alto que eu sou capaz de escutá-lo?
Porque é que meu corpo deixa de obedecer ao meu próprio cérebro quando sinto que ele está por perto? 

Agora eu estou me sentindo como se eu fosse um ponto turístico e que todos essas pessoas nesta sala estão me observando. Mas isto deve ser totalmente paranoia minha, é só eu olhar ao arredor dessa sala para eu saber que todos os hóspedes estão bastante ocupados para se importarem com minhas emoções embaralhadas.

Sinto o olhar dele sobre mim, e eu rapidamente concentro meus olhos em qualquer coisa menos nele. Não há como eu retribuir esse gesto com Parker por perto. Então eu coloco a bandeja com cookies em cima da mesa, e começo a reorganizar os pratos repetidamente.

Eu fico tão perdida no meu próprio mundo delirante que não percebo quando alguém se aproxima por atrás de mim. Mas quando eu sinto um forte arrepio, e meu corpo automaticamente estremece com a respiração quente que faz cócegas no meu pescoço, eu não preciso olhar para trás para saber quem está me causando isso.
Céus.
Porque não é minha mãe que está aqui para servir-los?

Mordendo meu lábio inferior, eu me viro lentamente para trás. É quando eu sinto seu forte perfume amadeirado. Oh. Lembra-me das manhãs antes de uma viagem quando você está prestes a partir para umas férias, e procura por uma roupa certa para combinar com o aroma. 
Agito minha cabeça completamente balançada com sua presença.
— Oi, hã... Você precisa de alguma ajuda?

Seus olhos se prendem nos meus e eu sinto toda minha respiração sendo roubada, como se seu par de chocolate quente com canela estivessem fazendo alguma mágica.
— Eu preciso atender uma ligação importante, tem como você auxiliar as minhas filhas com o café da manhã?

Oh.
Sinto meus ombros relaxarem. De todas as coisas que ele poderia me pedir... esta é, sem duvidas, uma grande surpresa. Ele parece tão protetor sobre essas meninas. Eu fico até admirada por ele estar pedindo para eu entrar em sua bolha.

Dou uma olhada na direção das meninas, e recebo um aceno de mão da menorzinha. Sorrio, e retribuo o carinho.

— Claro que ajudo! - digo, voltando meus olhos para ele. Engulo. — Sem nenhum problema.

Ele sorri, e é como se um raio de sol estivesse brilhando para mim. Jesus. Eu não sei o que está acontecendo comigo. Isso tem que parar.
Parker está aqui, Valley.

— Desde já, eu agradeço sua gentileza.

Sua voz emana tanto calor quanto de uma lareira e não deveria - de maneira nenhuma - fazer meu corpo se aquecer completamente. Pouso minhas mãos em meu traseiro, e expiro fundo. Agora com um pouco mais de fôlego do que eu estava antes.
— Suas filhas são muito fofas, faço com o maior gosto.

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