Capítulo 18:

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Daven

Caramba.
Apesar do seu corpo ser cheio de curvas e cheio de carne nos lugares certos, acho que Valley tem o mesmo peso que minhas duas crianças juntas. Ela ainda está com os olhos fechados, e eu estou achando isso o máximo. É fofo quando ela age toda tímida para cima de mim. Nem parece a mesma Valley atrevida que eu conheci no primeiro dia.

Meu corpo está todo apertado, inclusive naquele lugar especial. Mas é porque eu estou tentando segurar minha excitação. Não posso deixar ela perceber o que faz comigo. Eu só estou sendo gentil em levá-la até seu quarto, afinal, a culpa foi minha por ela ter caído. Mas nada mais vai sair daqui. Tudo vai continuar o mesmo entre a gente. Não importa o motivo.

Seus cabelos roçam em meus braços, me dando arrepios enquanto andamos pelo corredor frio. Lá dentro da academia estava tão fodidamente quente que eu não sabia se era por causa do ar-condicionado ou se era porque nós estávamos muito perto um do outro.

Flexiono meus braços para mantê-la alinhada em meu peito, Valley nem se mexe, acho até que nem respira. Aproveito que seus olhos estão fechados para admirar sua beleza mais um pouco. Eu sei que não devia estar me martirizando com isso. Mas porra, ela é a coisa mais linda que já vi.
Toda doce e sensual na medida certa.
Perfeita.
O tipo certo para mim.

Pena que nossos caminhos são outros. E não há como mudarmos isso. Se eu tivesse a conhecido em outras circunstâncias seria perfeito. Nós até já estaríamos juntos. Sabe como eu sei disso? Pelo som das batidas dos nossos corações quando nós estamos juntos. É uma coisa louca, você pode achar que é de outro mundo. Mas é nossa. Minha e dela.
Eu sei disso.

De repente eu começo a pensar no destino. Se conhecer Valley seria a razão para meu casamento com Alda não ter dado certo. Se vir para essa pousada fosse algo que já estivesse sido planejado, não por mim, não por ela... Mas pela vida. Pelo destino.
Porque se eu ainda tivesse com minha ex-mulher, se nós ainda tivesse em nossa casa. Nada disso estaria acontecendo, certo? Eu não estaria com outra garota em meus braços.

Os lábios de Valley se mexem, e eu fixo meus olhos neles. São desenhados, carnudos e totalmente beijáveis.
Porra.
Eu estou perdendo minha mente. Preciso acelerar meus passos antes que eu cometa algum ato indecente.
Só então eu lembro que ela não me disse aonde que fica seu quarto.
— Valley. - chamo baixinho, e engulo meu sorriso.

Ela se contorce em meus braços, e abre os olhos pela metade.
— Sim?

— Você não me disse onde fica seu quarto.

Suas sobrancelhas sobem, e seus olhos se abrem mais.
— Oh me desculpa, é aqui mesmo no terceiro andar. É no final do corredor, na penúltima porta. Obrigada.

— Estamos perto. - aviso, e continuo apressando meus passos.

Carregar pesos nunca foi um problema para mim, pessoas também não. Mas carregar Valley tem um significado diferente. Não sei. É como se nós estivéssemos compartilhando algum segredo. Alguma coisa íntima.

Começo a sentir um aperto do no peito, e não sei exatamente o motivo dessa repentina sensação estranha. Mas quando paro na frente da porta do seu quarto, é como se eu tomasse um banho de esclarecimento. Meu corpo já está sofrendo pela perda.

Valley puxa o cartão da cintura, e eu me pergunto como foi que ela conseguiu guardá-lo nesse local todo esse tempo. Afinal ela está vestindo uma calça colada ao seu corpo, e sem qualquer bolso. Parece desconfortável.
Mas sei lá... as mulheres sempre tem o que inventarem né.

— Você pode me colocar no chão aqui. - pede ela, olhando para minha testa franzida ao invés dos meus olhos.

— Não seria tão cavalheiro da minha parte.

Ela revira os olhos, e suas bochechas ganham um tom mais animado de rosa.
— Você está gostando dessa coisa não é.

Disfarço com um sorriso.
— Do que exatamente?

— Não é óbvio? Você está gostando de me ter em seu colo.

Minha pele aquece com sua acusação.
— Só quero me assegurar de que você fique bem aonde eu te deixar. E aqui no corredor não parece ser um bom lugar.

— Você... - murmura ela. — Ok. Estou convencida. Vamos abrir a porta.

Seguro-a com mais força, e ela passa o cartão no sensor para liberar a nossa passagem. Sua porta se abre, e eu viro para empurrá-la para trás com minhas costas. Assim que entramos no quarto, eu sigo diretamente para sua cama, e a coloco gentilmente em cima do colchão.

Depois eu dou uma rápida olhada pelo ambiente, e vejo que seu quarto parece exatamente como os que eles alugam para os hóspedes. Mas este tem toque feminino na decoração e nos detalhes. Além do aroma que é totalmente floral e adocicado.

Coloco minhas mãos na cintura, e viro para uma Valley esparramada na cama. Ela parece uma majestade. E eu o único discípulo prestes a atender suas vontades.
— Algum remédio que você queira que eu lhe alcance? - pergunto. Ainda não sinto que ela esteja totalmente bem. Afinal, o seu tombo não foi algo bonito de se ver. — Um copo de água talvez?

Ela balança a cabeça negando, seus olhos passeando por todas as direções, menos para minha.
— Está tudo sobre controle agora, Daven. Muito obrigada por me ajudar.

Enfio minhas mãos no bolso da bermuda, e assinto quando ela finalmente olha para mim. Se esse momento fosse um sonho eu queria estar rolando nesta cama com ela em meus braços. Mas não é. E eu não deveria estar desejando que fosse.
— Ok. - volto para minha cara séria. Porque está sim vai conseguir mantê-la longe. — Até mais.

Eu viro e começo a me dirigir para porta, mas minhas pernas não parecem querer seguir o mesmo caminho que meu cérebro está ordenando-as.
Eu não posso ficar mais tempo aqui dentro. Entrar em seu quarto foi o ápice da minha falta de limite.
Isso não pode acontecer de novo.
Eu não posso dirigir para fora do caminho.

— Até mais, Daven. - grita ela quando a porta bate depois que eu saio.

                     ~*~*~*~

— Humm você está com cheiro bom. - comenta Abby enquanto seu nariz passeia pelo meu pescoço. Ela parece como um pequeno cão farejando algum alimento.

Meu corpo congela, e eu rapidamente disfarço enchendo sua barriga de cócegas. Eu preciso tirar sua atenção desse pequeno detalhe. Não posso deixar que ela saiba que esse cheiro impregnado em mim é do perfume de Valley.
Abby vai criar ideias. E eu não estou fodidamente pronto para elas.

Minhas mãos continuam apertando sua barriga, e ela se contorce em meu colo, gargalhando e gritado para que eu pare. Mas eu continuo porque o som da sua risada é o meu favorito.

Alisson levanta sua cabeça e vira para nós.
— Será que vocês não podem me dar um pouco mais de silêncio?

Desde que cheguei nesse quarto, depois de ter deixado Valley no dela, Ally está assistindo alguma porcaria com seu tablet. Ultimamente ela tem estado tão hipnotizada nisso, que me faz pensar em fazer alguma coisa para tirar esse seu vício.

— Mana me ajuda! - grita Abby tentando agarrar minhas mãos. Ela tenta escorregar para fora das minhas pernas. Mas eu consigo prendê-la.

— Agora Alisson! - Abby grita de novo, dessa vez com mais desespero.

Começo a rir, e acabo não percebendo quando Alisson levanta da sua cama, e pula atrás de mim. É tarde demais quando me dou conta do que ela está tramando junto com sua irmã mais nova. Mas eu nem vi o momento em que elas combinaram alguma coisa.
Será que elas possuem algum código secreto de irmãs e eu não sei?

Sinto um par de braços envolverem meu pescoço, e depois a puxarem meu corpo para trás. Abby aproveita que sua irmã está me distraindo para fugir do meu colo. Eu deixo.
Porque quero ver aonde elas vão chegar com essa brincadeira.

Minhas costas batem no colchão quando Alisson me empurra para trás. E antes que eu consiga levantar da cama, as duas sobem em cima do meu peito e começam a pular como se ele fosse um trampolim.

Porra.
Eu só tenho duas opções aqui: ou eu acabo com a brincadeira, ou eu deixo elas acabarem com meu peito.
Eu escolho a primeira.

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