Capítulo 7:

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Valley

Oh meu Deus.
O que deu em mim?
Não posso me olhar no espelho de tanta vergonha que estou sentindo da minha própria cara.
Agi como se eu nunca tivesse visto um homem sem camisa na minha vida. 
Eu sou tão patética.
O que ele deve estar pensando de mim agora?

Droga.
Eu preciso respirar, e só consigo fazer isso em um lugar. Então eu saio de trás do balcão, e vou para rua. Eu preciso de um pouco de ar fresco, preciso da quietude da natureza, preciso da sensação de tranquilidade e calmaria que só as árvores tem.

Sento-me em um banco do nosso jardim, e puxo minhas pernas pra cima. Aproveito também e passo meus braços entorno delas. E enquanto assisto algumas gaivotas voando pelo céu, as lembranças do acontecimento no elevador lentamente começam a voltar para minha mente.

Céus.
Eu tive uma visão que não vou ser capaz de excluí-la muito fácil. Daven é um monumento. Seu corpo é um monumento. Meus olhos imediatamente se encantaram com o que viram, e eu só não me derreti por inteira porque fiquei presa naquela reação maluca.
Que menina em sã consciência faria isso?

Não com alguém como Daven. Não com alguém com aquele peito musculoso e mega definido. Meu deus. Eu queria limpar todas aquelas gotas de suor que escorriam entre seus gominhos perfeitos e sadios. E queria sentir como seria a sensação da sua pele contra minha.
Não era pedir muito, certo?

Mas eu sei que eu não posso ter isso. Nem mesmo uma provinha. Mesmo que Parker já tenha ido embora e agora esteja, provavelmente, aterrizando em Paris. Daven está fora dos limites. E eu preciso enfiar na minha cabeça que eu sou uma mulher comprometida.

Cansada de ficar sentada, e delirando sobre meus sentimentos conflitantes. Eu levanto do banco, e começo a juntar o punhado de galhos secos que estão caídos pelo chão.

— Você precisa de alguma ajuda com o jardim?

Levo um susto quando escuto uma voz infantil. Os galhos caem das minhas mãos. E eu me xingo silenciosamente por isso.
Viro para trás, e forço um sorriso para disfarçar minha recente irritação.
Ultimamente minhas emoções tem estado uma montanha russa. E eu não sei o que preciso fazer para mudar isso.

— Oi, Abby. O que está fazendo sozinha por aqui?

Ela está usando um vestido rosa todo fluido com babados na cintura. Seus cabelos estão escorridos sobre seus ombros, e sua franja presa para o lado com um lacinho branco. É literalmente como uma boneca viva.

— Papai permitiu que eu e Alisson descêssemos para brincar um pouco.

Olho além dela, e para os nossos lados. Mas não vejo nenhum sinal de Alisson.
— Onde está sua irmã?

Abby segura as pontas do seu vestido, e começa balançá-lo de um lado para o outro.
— Ela ficou no saguão. Ela disse que tem muito sol aqui. Mas eu não me importo. Eu gosto dele.

Sorrio, mas ainda estou achando tudo isso estranho.
— Será que seu pai não precisa saber disso?

Ela levanta seus olhos para mim. Eu vejo tanta pureza e doçura neles. É impossível não ficar encantada por essa garota.
— Saber o que?

— Que você está aqui e sua irmã está lá dentro.

Abby solta uma risada, e cobre os lábios para evitar que eu veja seu divertimento. Não consigo esconder que sua reação está me deixando desconfortável. De repente meu corpo começa a formigar. E eu uso minha mão para coçar minha nuca.
— O que é tão engraçado? Foi alguma coisa que eu disse?

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