Capítulo 13:

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Na manhã seguinte, meus olhos se animam quando veem Abby descendo as escadas com suas mechas loiras saltando a cada passo. Logo atrás dela está Alisson enrolando uma mecha do seu cabelo ao redor do dedo indicador.  E ao fundo está Daven, suspiro, como ele pode ficar mais lindo a cada dia?

Apoio meus braços sobre o balcão, e fico observando-os com mais atenção do que deveria. Droga. Eu não sei ser sutil quando se trata dessa família.

— Bom dia Valley! - exclama Abby girando com seu vestido rosa com bolinhas brancas.

— Bom dia menina bonita.

Ela dá risada com meu elogio.
— Nós vamos passear sabia?

Oh.
Olho para seu pai.
— É mesmo?

Ele baixa a cabeça na tentativa de esconder um sorriso. Mas eu consigo pegar um vislumbre. Não sei porquê mas meu coração dá um pulo.

— Vamos dar uma pequena volta pela cidade. - ele diz mas sem olhar para mim.

Assinto, e começo a imaginar se ele me convidasse para ir junto. Eu iria adorar passear com eles. Mas sei que não tem espaço para mim. Afinal eu não faço parte dessa família. 
— Parece que vai ser divertido.

Abby balança a cabeça concordando, e puxa a mão do seu pai.
— Vamos logo, eu tô ansiosa.

Não consigo segurar uma risada. E percebo que Daven também não. Alisson é a única que rola os olhos.
— Daqui a pouco vai chover e nós vamos perder todo o passeio. - alerta ela.

O dia está tão incrível lá fora que é quase impossível que chova. Aliás, eu verifico a previsão do tempo todo dia, e até algumas horas atrás não tinha risco nenhum de tempestades.
Não sei da onde ela tirou essa ideia.

Daven concorda, e começa a se dirigir para porta. Meus olhos rapidamente deslizam pelo seu corpo gigante. Ele se veste tão bem. Parece até que suas roupas foram desenhadas especialmente para abraçar suas pernas torneadas e seus músculos esculpidos.

— Até mais, Valley. - diz Abby, e eu aceno para ela.

— Divirtam-se. - eu me pego dizendo quando eles começam a se afastar para rua.

De repente me sinto frustada. 
Desabo na minha cadeira, e cruzo meus braços. Fico perdida em meus pensamentos até escutar algumas batidas no balcão de mármore.
Levanto meus olhos, e vejo Olympia me encarando como se ela já soubesse de tudo.

— Intervalo. - avisa ela, piscando para mim, e saindo para o jardim. Eu não preciso ouvir mais nada. Eu sei exatamente que esta única palavra significa.

Contorno o balcão e sigo ela até lá fora. Já começo a ficar mais relaxada assim que sinto um flash do sol iluminar meu rosto. Olympia acena para mim, e eu me aproximo do banco onde ela está me esperando sentada.
Desabo do seu lado.

— É realmente o que estou percebendo?

Levanto uma sobrancelha. 
— Como?

Ela me dá um olhar que diz "você sabe exatamente do que eu estou querendo falar"

Encolho meus ombros.
— Você mal chegou aqui e já está tirando suas próprias conclusões?

— É fácil de ler você.

Olho para frente, e mantenho minha atenção no pequeno canarinho que acabou de pousar em cima da árvore. Não falo nada nos próximos minutos. Fico apenas pensando, e pensando sobre tudo.

— Você está envolvida. - acusa Oly, mas eu não levo seu tom como uma crítica ou advertência. — O que pretende fazer sobre isso?

— Não vou fazer nada. Ele é só um hóspede esqueceu? E não vai ficar aqui para sempre.

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