Seis

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Eram duas da manhã quando Sakura escutou os gritos no andar de baixo. Inoichi era o homem mais calmo que ela conhecia, e durante aquelas semanas na casa, não o havia visto se irritar nem uma vez, por isso desconfiou. Ficou escondida no corrimão da escada e escutou "Kizashi" uma única vez. Kizashi. É o meu pai. Estava prestes a se aproximar para descobrir o teor exato da conversa, se era com ele que falava ou se era sobre ele, quando sentiu a mão de Ino tapar sua boca.

- Você não deveria estar ouvindo - ela disse puxando a amiga de volta para o quarto, as duas sentando na cama de Sakura.

- Mas é sobre mim!

- Sakura, meus pais vão respeitar suas vontades, mas você não pode se envolver nas negociações.

Haruno lembrou-se da insistência de Naruto e Sasuke dias antes para ela trocar de número e suspirou. Fizeram de tudo para os pais não terem contato com ela, até que realmente tivesse alguma evolução na terapia.

- Não podem me forçar a cortar relações com eles.

- Não é para sempre. Você ainda tem medo deles, e até pena. Você acha que deve alguma coisa a eles. Se eles quiserem te manipular, é só...

- Tá, tá, entendi - ela disse revirando os olhos e Ino suspirou a abraçando de lado e lhe dando um beijo na bochecha.

- Eu sei que adultos não sabem de nada, na verdade, e só agem como se tivessem tudo sob controle. Mas são seis pessoas que amam muito você. Isso sem falar em Kurama, Itachi e Shisui. Você conhece todos eles, sabe que não vão fazer nada de ruim. Mas você ainda não tem psicológico para se envolver.

- Eu sei - ela disse deixando os ombros caírem, cedendo - É meio torturante não saber de nada. Só isso.

- Vou pedir para mamãe te explicar o que está acontecendo, ok? Agora precisamos dormir. Amanhã ainda tem aula.

Sakura assentiu e entrou debaixo das cobertas, Ino a imitando logo em seguida.

[...]

Já faziam algumas semanas desde o início das aulas e o ritmo diferente pegou todos os terceiranistas de surpresa. Eles iam de um extremo a outro constantemente, ora celebrando o último ano, ora debruçados em livros e portais especializados em vestibular. Haviam aqueles que permaneciam integralmente em apenas um dos extremos, ou só celebrando, ou só estudando.

Os preparativos para a festa de Carnaval da escola estavam distraindo Sakura o suficiente para que ela esquecesse da situação terrível com seus pais. Ela não gostava de ter que morar na casa dos Yamanaka, sempre achava que era um incômodo, mas sabia que ninguém permitiria que ela voltasse para um lugar com pessoas que haviam a agredido física e psicologicamente, e ela ainda não tinha conseguido um trabalho. Era difícil, com os horários limitados que tinha, mas não ia desistir.

As conversas com os pais dela ainda aconteciam sem que ela ficasse sabendo. Kirochi, a mãe de Ino, disse superficialmente que Kizashi não entendia nada, enquanto Mebuki era extremamente agressiva, mas não deu detalhes.

Com tanta coisa para lidar, ela preferia se encher de ocupações, uma delas sendo a Comissão da formatura. A atual função da equipe era organizar a festa de Carnaval.

Cabaré da Ino

Sakura: Que tipo de festa a gente devia fazer? Uma coisa mais tradicional, tocando Banda Eva e Nação Zumbi, ou uma coisa mais jovem, com brega funk e os hits de carnaval?

Naruto: eu não espero o Carnaval chegar pra ser vadia, sou todo dia

Sasuke: de certa forma é mesmo rsrs
concordo com meu gênio incompreendido
representatividade lgbt uma vez que o pink money é o negócio mais lucrativo da atualidade

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