Capítulo XVIII - Confissões em um quarto branco

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Ele me jogou e fechou a passagem.

-

Em meio a penssamentos e planos possivelmente falhos, eu adormeci.
Quando acordei, me vi naquela sala branca novamente... Isso realmente me assunta, tenho medo de ficar aqui sozinha e morrer sem ao menos dizer pro Nando que eu o perdoo e que o amo.

Sim, Annanda Cabral está apaixonada por Fernando Brito. O que que tem?? Ele é gato, fofo e cavalheiro!
Espero que ele me espere e me queira!
Me encontro agora com sangue e cortes no rosto, chorando por não ter meu amor e melhor amigo aqui comigo... Eu precisava tanto dele... Eu preciso tanto dele. De verdade, não sei viver sem o Nando, ele me atormenta, me faz rir, me trata tão bem, me faz coisas que ninguém nunca fez comigo e pra mim. Aí se ele soubesse!!

- Sweet?- Disse Afonso entrando e atrapalhando meu momento de amor com meu Fernando imaginário.

- O que você quer? Me cortar e depois dizer que me ama, seu caralho?

- Quero cortar esse pano que te prende, pra você poder comer e beber o que quiser e o que tiver aqui.

- Tava na hora já! Estou faminta.

- Maaaas...

-Sempre o "mas" - Cortei sua fala.

-Sim, cara Sky... Então, prosseguindo, você vai ficar aqui por tempo inderteminado, certo?

- Claro que não! Cara, daqui a 12 dias eu tenho que estar no interior, com meus pais.

- Interior?? - Ele riu- Você vai fazer o que no interior, gata?

- Meus pais vão morar lá e eu aqui.

- Uma pena você não ter ido antes, agora você foi sequestrada... Tarde demais.

- Bora, fala logo que você fala demais.

- Então, aqui temos - Ele foi até o frigobar e o abriu. - Pão, queijo, 3 pratos de comida em um recipiente, três garrafas pequenas de água, 1 refrigerante de baixa qualidade e um copo...

- E daí?

-Você vai ter que guardar isso pra você e para o "Nandinho querido" - Disse em tom debochado- que retornará à Sabrina do Sul em poucos dias.

-Pelo menos uma coisa boa... - Falei baixo.

-Honey, só pra avisar, aqui tem câmeras e na TV não passa nada, pois se você não reparou não há cabos para que ela possa ligar. Ela é só de enfeite mesmo.

-Acabou?

-Não, você vai ter direito a 4 peças de roupa que eu fui na sua casa pegar.

-Beleza, cadê ?

-Espere um instante... - Ele disse e saiu do quarto.

Tudo que consigo pensar é se o Nando está bem, se ele ainda está me querendo de volta, se ele sonha comigo como sonho com ele e se ele me quer como eu o quero.
É bem verdade quando dizem que só damos valor quando perdemos.

- Anninha, querida, cheguei! - Ele riu, mas eu não. - Trouxe suas roupas, então aqui estão! Virei pegá-las todos os fins de semanas para lavar.

- ok. Acabou ?

- Agora eu acabei, meu anjo.

- Pode ir embora.

- Ficar nesse quarto não é ruim?

- Não...

- Que tal ir pro meu? É mais confortável.

- Ou não.

- É sim, me deixa te mostrar?

- Eu não quero ver.

- E se eu te forçar a ir e fazer um sexo bem selvagem do jeito que você gosta?? - Disse ele ameaçando pegar a faca.

- Não Afonso, já abusaram de mim uma vez, por favor, não faz isso comigo! - Comecei a chorar muito... Eu sinto dor por isso, tenho marcas disso, eu não me lembro muito bem, mas ainda me dói.

Eu estou chorando, numa cama branca, em um quarto branco, com luzes no teto, uma tv, um frigobar e também roupas minha no chão.
Afonso passa a mão em seu cabelo, levanta da cama e diz:

- Desculpa, amor... Eu não queria te fazer tão mal, mas te quero! Quero seu corpo... Seus olhos de encotro ao meu de forma meiga e doce, como você é!

- Para, por favor. Me deixa sozinha!

Ele apenas pegou minha mão, cortou o pano que me segurava e saiu da sala.
Ele sabe como isso me afetou e como me sinto abada por isso ainda. Eu realmente preciso do Fernando, só de longe, bem de longe, eu percebo o quanto preciso dele! Fui tão boba negando esse sentimento, fui tão imbecil jogando ele pra cima da Madá e de quem quer que chegasse nele... Eu não mereço o amor dele, mas eu o amo, sua amizade sempre foi importante para mim... Percebi que eu não mentia pra ninguém, eu mentia pra mim dizendo que amor e amizade existam... Choro só de saber que eu sempre fui uma farça. Tudo que eu acreditava foi em vão, eu poderia ser feliz com o Fernando, mas eu não me permiti, eu não estava vendo o amor diante mim! Como fui burra.

Como sou burra.

Depois de um tempo chorando, me canso, vou comer. Pão com queijo e refrigerante, mas não posso abusar demais se não morro de fome.
Depois de comer coloquei um vestidinho bem solto que Afonso trouxe. Não tenho noção de tempo, nem de hora, mas sempre que estou depressiva sinto sono demais... Já que não há nem uma TV funcionando, eu vou dormir.

Sky (2/2)Onde histórias criam vida. Descubra agora