DANTE
Se o desejo de matar e a oportunidade de matar vierem sempre juntos, quem escaparia?
- Mark TwainSem pensar duas vezes eu a arrastei para o quarto, ela não demonstrava qualquer reação mas pude notar sua mão trêmula. Eu precisava ficar sozinho com ela, era como uma necessidade, eu não queria entender ou buscar qualquer explicação para o que eu estava sentindo, eu só queria sanar aquela vontade que se tornava cada vez mais urgente.
Adentramos o quarto e ela me olhava sem qualquer expressão em seu rosto, soltei sua mão e a puxei pela cintura colando nossos corpos.
- Combinou com você, Sra. Carraro.- me referi ao colar que havia a presenteado.- Bem-vinda a família.- Meus dedos percorreram seu pescoço, e segui para o seu cabelo preso, tirei todos os grampos e senti os fios sedosos em contato com a minha pele.
Ah! Aquele cheiro...
Seu olhar estava fixo em meu peito, e ela evitava contato direto, sua respiração era irregular e ela não me tocava, me distanciei tentando entender seu comportamento.
Ela era difícil de ler.
- Bia? Porque está com medo?.- dei dois passos para trás colocando maior distância entre nós.
Ela finalmente me olhou.
- Você vai reivindicar o que é seu por direito, vá em frente, não irei te impedir.- pude ver seus olhos marejados, não havia luxúria neles.
O que estava acontecendo? Cadê aquela mulher destemida e segura de si?
- Vai me dizer o que está acontecendo?.- me sentei na beirada da cama.
Ela desviou o olhar para que eu não percebesse as lágrimas que começavam a escorrer em seu rosto.
- Bia, eu não sairei daqui até que me explique.
Ela respirou fundo, levou uma de suas mãos ao rosto e limpou as lágrimas.
- Eu já fui noiva.
Como eu não sabia daquilo?
Pesquisei tudo sobre ela e sua família, não tive acesso a essa informação.
- Você não esteve com homem algum desde que firmamos o contrato, me certifiquei disso. Então provavelmente foi bem antes de nos conhecermos. Porque não esteve com mais ninguém, Bia? Ele te machucava?
Me levantei e meus pulsos estavam cerrados, eu estava tomado por sensações que me eram desconhecidas, muitas coisas passavam em minha cabeça. Será essa a explicação por seu comportamento hostil com quem a tocava? Ela era sempre agressiva e não baixava a guarda.
O que pareceu uma eternidade depois, ela me respondeu.
- Não, ele me amava.- sua voz era sussurro.
Aquilo de alguma forma me quebrou.
Ela tirou os saltos e foi em direção ao banheiro, fui até ela e a segurei pelo braço, seu corpo se virou em direção a mim, e senti seus músculos tensos, Bia estava instável.
Por Deus, ela estava mesmo com medo?
Passei minhas mãos em seu corpo, ela fechou os olhos e mordeu o lábio inferior. Abri o zíper do vestido, e pude sentir seu corpo ficando cada vez mais tenso, novamente as lágrimas voltaram a escorrer por seu rosto.
- Bia, abra os olhos.
Ela chorava em silêncio e seu corpo todo tremia.
- Bia? Abra os olhos.- Repeti com firmeza.
Ela abriu aqueles enormes olhos amendoados, e me olhava com receio.
- Não vou te tomar até que você peça por isso, você tem minha palavra.
Vi surpresa em seu semblante, e ela finalmente relaxou. A livrei do seu vestido e a peguei no colo, fomos em direção a cama, e a coloquei com cuidado no colchão, me virei para sair.
- Estarei na sala.
- Não.
A olhei sem entender o que ela acabará de dizer.
- Não vai.
A observei atentamente, meus olhos vagaram por seu corpo, ela usava apenas lingeries brancas e estava exposta demais, pude ver suas tatuagens e as cicatrizes, seria um desafio tê-la na mesma cama e não poder toca-lá.
Me livrei das armas que estavam carregadas, depois das minhas roupas e finalmente dos meus sapatos, seu olhar estava vidrado em meu corpo.
- Se quer que eu mantenha minha palavra sobre não te tocar, é melhor parar de me olhar desse jeito.
Ela virou o rosto e deitou a cabeça em um dos travesseiros, me deitei próximo a ela e passamos o que pareceram horas olhando para o teto.
- Você ainda o ama?
- Aprendi a conviver com sua ausência.
Ela ainda o amava!
Engoli em seco, e a puxei em direção ao meu peito, esperei que ela pegasse no sono e levantei da cama com cuidado. Bia tinha passado por algo, alguém tinha a machucado, e eu faria de tudo para descobrir quem tinha sido o fodido que a quebrou.
A observei em seu sono sereno enquanto colocava minhas roupas, ela parecia um anjo dormindo. Sai em direção ao bar e peguei uma garrafa de uísque e alguns cigarros.
Fui até uma das poltronas de coro branco da sala, coloquei a bebida ao meu lado e acendi um cigarro.
Porque eu sentia como se tivesse levado um soco no estômago?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Destinada a ele - Série Os mafiosos- Livro 02- (CONCLUÍDO)
Romance[ PLÁGIO É CRIME! ] Dante Carraro é capô de uma das máfias mais perigosas do mundo, a Camorra. Através de uma aliança ele terá a oportunidade de ter a mulher que sempre cobiçou. Bianca Toretto se vê forçada a um casamento para unir duas famílias em...