Capítulo 13

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DANTE

Os assassinos não são monstros, eles são homens. E esse é a coisa mais assustadora sobre eles.
- Alice Sebold

Frio, calculista e impiedoso, eu fui moldado para ser assim, era o comportamento esperado de um capô, mas a fúria que eu sentia e meu temperamento explosivo era um desafio a ser controlado. Era exatamente por isso que Marco Di Lauro era meu conselheiro, ele tinha cautela e colocava um freio na minha agressividade, porém quando se mexe com a família a coisa se torna diferente, olho por olho, dente por dente, quem ousou colocar as mãos em Elena teria a retaliação apropriada.

A Camorra possuía a liga dos assassinos, pessoas altamente treinadas para fazer justiça quando necessário, eu só os chamava em casos extremos, os mantinha em segredo e o intuito era usar essa vantagem contra os russos, porém pela família eu faria qualquer coisa, até mesmo lançar uma das minhas melhores cartadas.

Eu tentava me convencer de que a Bratva não tinha nada a ver com isso e que algum fodido desesperado por dinheiro tinha tido aquela ideia inépcia.

Fomos rumo a uma das minhas instalações e no caminho pude ver um dos nossos carros destruídos, parei próximo ao local e desci em busca de evidências, Bia se livrou dos saltos e me acompanhou.

Os bombeiros e a polícia não tinham chegado ao local ainda, por ordens minhas, então pude analisar tudo em primeira mão. Peguei uma lanterna e sai em busca de qualquer sinal que pudesse me levar aos infelizmente que tinham orquestrado tudo aquilo, Bia fazia a segurança enquanto eu vasculhava o que restara do carro e as proximidades, foi quando encontrei a alguns metros de distância um envelope, abaixei com cautela e acenei para Bia, indicando que havia encontrado algo.

O envelope branco possuía um selo, e para minha supresa o nome Moscou estava estampado, sorri em ironia.

Filhos de uma puta!

Abri e me deparei com uma carta escrita com sangue, e alguns dizeres estavam em destaque.

" Não se negocia quando se está em desvantagem, conseguimos a nossa."

Dentro do envelope um celular descartável começou a tocar, o peguei e atendi.

- Carraro, um homem difícil de atingir, mas não impossível.- uma voz distorcida falava no fundo.

- Cadê Elena, seus filho da puta? Matarei cada um de vocês.- eu gritava descontroladamente.

- Heights Drive, 89148, amanhã às 07:30.- a voz ditou um endereço e desligou em seguida.

Sem pensar duas vezes joguei o celular no chão, saquei minha arma e dei dois tiros. Como eles entraram no meu território?

Bia me olhava sem entender, vi o carro de Marco parando próximo ao meu, ele saiu e veio em minha direção.

- Foram os russos, como eles entraram aqui?.- gritei assim que ele se aproximou.

- Irei puxar todos os dados de entrada no estado nas últimas semanas, descobrirei como isso aconteceu.

- Você sabe como isso aconteceu.- eu tentava não acreditar, mas estava óbvio.- Temos traidores entre nós, eles sabiam exatamente onde encontrar Elena.

- Quem sabia o paradeiro dela?.-

- Aparentemente alguém além dos seguranças.- respondi.- Me passaram um endereço e um horário, querem um encontro.

- Me passa o endereço, armaremos uma emboscada.- Marco disse enquanto andava de um lado para o outro na tentativa de achar uma solução.

- Não, eles podem matar ela se pressentirem perigo.

- Mas se for uma pessoa só, não irá atrair atenção, posso me posicionar em um dos prédios, ficarei à espreita.- Disse Bia, ela se aproximou ainda mais e pegou em minha mão, um gesto que apreciei mais do que queria admitir.

- É muito arriscado, você não pode se expor assim, Don.- Marco tentava colocar juízo em minha cabeça.

- Eles não o farão, se isso acontecer será o fim da Bratva, eles querem negociar e a pegaram para ter alguma vantagem, é uma atitude desesperada.

Marco concordou, e Bia me olhava com evidente preocupação, aquilo me surpreendeu.

- Quais as ordens, Dante?

- Continuem em busca dela, estamos em nosso território, temos vantagem. Se livrem das evidências, quero a polícia longe daqui, e façam um fundo para a família dos homens que foram mortos.- dito isso peguei na mão de Bia e fui em direção ao carro.

Para eles, a família é uma fraqueza, e vieram atrás da minha. Para mim, família é uma força e eu estava mais que preparado para fazê-los pagar.

Destinada a ele - Série Os mafiosos- Livro 02-  (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora