Capítulo 22

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BIANCA

“Eu nunca menti para alguém, porque eu não temo ninguém. A única vez que você mente é quando você está com medo.”

~ John Gotti


Me sentei na cadeira com as mãos unidas, na minha frente estava Matteo sentado na mesma posição com sangue escorrendo de sua cabeça.

Eu estava nesse inferno a dois dias...

Contra a parede estava outro soldado caído, ele sucumbiu à tortura rápido demais, não consegui extrair as informações necessárias, mas o mais importante eu havia descoberto.

Matteo nos traíra.

Porém eu precisava saber mais, quantos estavam envolvidos? Até onde toda a operação na Rússia estava comprometida? Matteo me daria essas respostas.

- Bianca, eu sinto muito.

- Sente muito?.- sorri amargamente.- Você tentou me matar... Traiu sua família, mas você tem razão em uma coisa.- Me levantei e fui em direção aos meus brinquedos de tortura.- Você realmente vai sentir muito.

DANTE

Pioneira do crime cibernético a Bratva possuía a internet como instrumento ou base de ataque, eu os faria me entregar Semion e o mais importante, me dariam o paradeiro da Bia, encontra-la era minha prioridade no momento. Fui escoltado até uma Ranger Rover preta, o motorista me aguardava ao lado do veículo. Tanto Marco quanto Bernardo estavam apreensivos e curiosos para saber o que eu faria, eles sem dúvidas não aprovariam, fariam o possível e impossível para me fazer mudar de ideia, tentariam traçar a melhor estratégia, mas minha esposa não teria esse tempo, se ela estiver realmente em perigo, eu precisava agir. A ideia de perder mais alguém me deixava por terra, eu queria ve-la novamente, queria mais tempo com ela, como explicar isso para Marco?

- Me dê as chaves.- me dirigi ao motorista.

Todos me olharam com espanto, porém ninguém além de Marco atreveu-se a me questionar.

- Dante, o que pretende fazer?

- Ninguém nunca vai me matar, eles não ousariam.

- Dante vamos ataca-los de uma vez. Eu prefiro morrer lutando a deixá-los colocar as malditas mãos em você.

Sorri sombriamente.

- Você terá que morrer outro dia.

Bernardo e Marco estreitaram os olhos ligeiramente, mas obedeceram, peguei a chave e entrei no carro.

Eu possuía poder, a Camorra dispõe de tanta influência que é como se fosse um pequeno é bem sucedido pais invisível, eu era intocável e possuía o que muitos capôs não tinham, a lealdade dos meus homens.

- Não me sigam. Avisem Lucas do ocorrido e me mantenham informado.- eles assentiram, liguei o carro e dei partida.

Essa guerra chegaria ao fim hoje.

Duas horas dirigindo e finalmente já podia avistar a fortaleza, a base de toda operação da Bratva. Eu poderia tê-los atacado em seu coração, porém meu intuito nunca foi destruir, meu intuito era tomar.

A propriedade poderia facilmente ser confundida com uma prisão, era cercada por muros enormes e em suas torres homens armados faziam a segurança do local. Diminui a velocidade e disquei o número de um dos meus homens que era infiltrado na organização.

Tocou uma, duas, três vezes... Ele finalmente atendeu.

- Diga ao seu superior que estou em seus portões.

Meus dedos apertaram e acelerei até a entrada.

Começou a nevar quando sai do carro, estava tudo silencioso, pouco tempo depois escutei o som dos portões se abrindo e um homem alto e musculoso com cabelo loiro curto e olhos da morte apareceu em meu campo de visão.
Um dos guardas disparou contra mim, porém a bala atingiu o carro. Eles queriam me assustar, uma tentativa idiota de me fazer revidar.

- Não temo a morte, Dimitri.

O homem loiro me olhou com surpresa, deveria estar se perguntando como eu sabia seu nome.

- Vai me deixar entrar?- disse me aproximando.

Ele fez sinal com as mãos ordenando que os soldados abaixassem as armas, e então eu entrei pelos portões do inferno.

Desviei do caminho e fui em direção às torres, estendendo a mão sobre a escada estreita, agarrei o pescoço do guarda que havia disparado contra mim, bati sua cabeça contra a minha, ele vacilou e caiu com o impacto, coloquei minhas mãos em volta de seu pescoço e torci, Dimitri já vinha em minha direção pronto para atacar.

- Não seja estúpido, o próximo que me desafiar tera um destino muito pior.

Larguei o corpo do guarda sem vida no chão e me virei.

- Você é louco, Carraro.- Dimitri me olhava com descrença.- Você é o inimigo, um inimigo que jurei destruir.

Agora todas as armas estavam apontadas para mim novamente.

- Você não pode me destruir, Dimitri. Pode me matar, mas meu legado continuará e vocês estariam todos mortos até o cair da noite.- fui até ele sem receio algum.- Agora tenha um pouco de sensatez e mande seus homens abaixarem as armas.

Destinada a ele - Série Os mafiosos- Livro 02-  (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora