Capítulo 33

17.3K 1.2K 51
                                    

BIANCA

“Eu fui criado nessa sociedade, então não fique esperando que eu vá ser uma pessoa perfeita.”

- Desconhecido.



A viagem até L.A seria longa, Arya, Luca e meus sobrinhos vieram conosco no jato particular de Dante e Bernardo optou por ficar na Rússia para nos deixar a par de todas as mudanças que ocorreriam.

Eu estava acomodada ao lado do meu marido, apoiei minha cabeça em seu ombro enquanto ele passava algumas fotos com informações em seu iPad. Alguns dos homens eu reconheci como sendo pessoas poderosas, líderes de famílias importantes de vários lugares do mundo.

- Quem são?- sussurrei.

- Aliados, preciso de um novo capô para comandar L.A.

- E você?. - o olhei com confusão.

- Comando muitos lugares agora, Bia. Preciso de pessoas de confiança para cuidar de algumas coisas para mim.

- Os russos não estão na lista, correto?

- Correto. Serão meros soldados até que me provem sua lealdade.

- Posso cuidar de L.A.

A cabeça de Dante se inclinou e seu rosto ficou tenso.

- Bia, você é minha rainha. L.A não será mais nosso lar.

Como assim?

Meu estômago revirou, muito provavelmente eu estava pálida, lutei contra a vontade de esbravejar.

- Porque não me disse antes?

Levantei-me e peguei umas das garrafas de whisky que estava apoiada a uma das poltronas, a virei em meus lábios tomando um longo gole.  

- Bia. Sente-se, vai acordar às crianças.- revirei meus olhos.

Em poucos segundo, Dante se levantou me puxando para um dos quartos do enorme jato.

- Bia, eu pretendia te contar quando chegássemos.

- Não... Não me trate como seus soldados.

Soltei minha mão da sua e sentei na beirada da cama.

Dante me acompanhou, sentou ao meu lado e segurou minha mão em um apoio silencioso, continuei olhando para frente enquanto tentava me acalmar.

- Eu deveria ter te contado antes. Preciso de você, Bia. Mas se achar que não será bom para você, pensarei em uma maneira de comandar de L.A.

Eu congelei.

Eu tinha concordado em deixar que ele me tivesse. Onde Dante fosse eu teria que acompanhar.

- Não. Irei com você.

Era meu dever...

- Não quero que faça por obrigação.

- O fato de não ter me contato antes mostra o contrário. Você me levaria de qualquer maneira.

- Não abriria mão de você, sabe disso. Mas acharia uma forma de dar certo para nós.


Agarrei-me ao pensamento de que eu faria isso funcionar. Mesmo estando triste por ficar ainda mais longe da minha família, apeguei-me ao sentimento de pertencimento que me tomava sempre que estava ao lado de Dante.

Aquilo era novo, mas aparentemente meu lar de agora em diante seria onde ele estivesse...

Joguei meu corpo no enorme colchão, e fitei o teto, deixei que o silêncio tomasse conta do ambiente. Escutei Dante se livrando de seus sapatos, depois fez o mesmo com os meus. Ele se deitou ao meu lado e me puxou para o seu peito, sem me dar conta adormeci com os pensamentos do que me aguardava na Rússia futuramente.




[...]



Finalmente chegamos a Las Vegas, saímos do jato para a noite abafada e movimentada da cidade do pecado. Eu havia trocado de roupa, usava um casaco preto de gola alta, mangas compridas, modesto e discreto, assim como minha calça reta na mesma tonalidade e em meus pés as botas de sempre.

A mão de Luca pressionou meu ombro levemente, nos despediriamos ali, eles seguiriam viagem até o Brasil. Depois de nos abraçarmos e Arya derrubar algumas lágrimas, me dirigi a um dos carros que nos aguardava. Dante abriu a porta para que eu entrasse, ele deu a volta a se sentou ao meu lado.

Virei-me para ele, meus olhos foram  em seu rosto, sua cabeça estava apoiada ao encosto do banco, mandíbula forte, cabelo loiro, seu rosto mal barbeado e... sua cabeça subiu finalmente encontrando meus olhos. Ele fez com meticulosa lentidão, longos cílios escuros, abatidos, como se estivesse lutando contra seus instintos.

Então o tempo parou, a capacidade de respirar... o meu mundo inteiro.

Eu o amava?

Engasgada com um suspiro, minha mão apertou o banco de couro, minhas pernas cederam e agradeci mentalmente por estar sentada. Num minuto eu me dei conta de que sim, eu o amava. Não havia mais irritação em ir para Rússia, eu estaria ao seu lado sob quaisquer circunstâncias.

Eu respirei fundo, passei os braços em volta da minha cintura, e sussurrei: " estarei com você na Rússia.

Destinada a ele - Série Os mafiosos- Livro 02-  (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora