Capítulo 09

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BIANCA

É uma pena que você não sabia que quando você começou o seu jogo de assassinato, eu estava jogando também.
- Robb Branco.


Havia algo sobre Dante Carraro. Ele era turbulento, impaciente e tinha um modo agressivo de resolver as coisas, e essas eram as coisas mais amáveis que eu poderia pensar sobre ele. Minha mente projetava os acontecimentos da noite anterior mais uma vez, enquanto eu me dirigia a um de seus cassinos onde ele me aguardava.

Algum tempo depois nos aproximamos da área  mais movimentada, a Las Vegas Strip, o local era como um universo paralelo, onde o mundo inteiro se concentrava em uma única rua. Com direito a pirâmide do Egito, que era a Luxor, a torre Eifel, Manhattan e no meio de tudo isso um vulcão em erupção. Porém o que mais me prendeu a atenção foi o cassino, o tão famoso Luxor, conhecido por seu formato em pirâmide e o tema do Egito.

Depois de admira-lo um pouco mais, sai do veículo e Bernardo me aguardava na entrada.

- O Don está a sua espera, senhora.- ele provavelmente dava medo em quem o via, seu corpo coberto por tatuagens e sua altura beirando a 1,95m deixava muitos homens no chinelo.

- Esquece o senhora, Bianca é suficiente.- disse enquanto adentrava o local ao seu lado.

Seguimos em direção ao elevador, que nos levou a cobertura onde provavelmente era o escritório do meu marido.

Assim que entrei fui surpreendida por um ambiente luxuoso, as paredes de vidro davam uma visão geral da Strip, uma mesa com doze cadeiras adornava o centro da enorme sala e alguns computadores de última geração estavam ligados com informações sobre apostas, e outras atividades da família. Depois de admirar e analisar o meu entorno meu olhar foi até Dante, sentado atrás de uma mesa, atento e imponente com sua atenção voltada para algo em seu notebook.

Uma ruiva estava sentada próximo a ele e ditava algumas informações, me aproximei e ele ergueu seu olhar que vagou por meu corpo e parou em meus seios, senti uma onda de excitação e fui tomada por pensamentos pouco honrosos e bem sujos.

- Bianca, essa é Luna, irmã de Marco, ela trabalha com os computadores e é nossa melhor hacker.- ele apontou em direção a mulher que me mediu da cabeça aos pés.- Luna, essa é minha esposa.

Não me dei ao trabalho de dirigir a palavra a ela, sentei na cadeira de frente para ele e cruzei minhas pernas.

- Quem eu irei matar hoje?.- perguntei de forma direta.

Seu olhar frio e calculista pereceu esquentar enquanto me olhava, pude notar suas olheiras, ele fumava um cigarro e uma garrafa de vodca estava sob sua mesa.

- Edmundo O'Hurlley.- ele jogou uma pasta em minha direção, a peguei para conferir as informações.- Apostou mais do que podia a duas semanas atrás, seu prazo de pagamento venceu a dois dias.

A primeira página continha a foto do homem, ele não era de se jogar fora, possuía uma boa aparência, tinha 35 anos de idade e era casado, não tinha filhos e as fotos que se seguiram eram desprezíveis, ele andava nos clubes de Dante e comia qualquer mulher que se oferecia a ele.

- A esposa tem câncer! E o miserável gastando dinheiro em apostas e putas!.- me levantei e joguei a pasta em sua mesa.- Considere feito.

Dito isso sai em direção ao elevador, Dante se levantou e veio até mim.

- Pegue um dos carros com os manobristas, qualquer coisa me ligue.- o olhei de relance e coloquei maior distância entre nós.

- Não dormiu em casa?

- Sim, sai cedo. Os funcionários não te avisaram?

O elevador abriu e eu entrei, ele ficou de frente para mim e parecíamos travar uma briga interna através de nossos olhares.

- Mantenha suas putas longe de mim, ou elas terão o mesmo fim de Edmundo.- pude ver a surpresa em seu semblante, então o elevador se fechou.

Fui até um dos manobristas, peguei a chave de uma das Ranger Rovers e sai à procura de Edmundo. Segundo um dos soldados ele estava em sua residência, infelizmente a esposa iria presenciar a cena.

Meia hora depois estacionei em frente à uma casa modesta, o local estava silencioso e não havia muitos civis na rua. Desci do carro e analisei a casa, tinha uma saída pelos fundos onde eu aposto que ele tentaria escapar, liguei para um dos soldados que tinha me passado algumas informações e pedi para que ele me encontrasse, nesse meio tempo voltei para o carro e fiquei a espreita.

Vinte minutos depois, Vicenzo encostou na esquina, desceu e veio até mim.

- Quero que vigie a saída dos fundos, assim que eu bater na porta ele vai tentar escapar, caso isso aconteça não o mate, espere por mim.- dei a ordem e fui em direção a entrada da casa.

Toquei a campainha e uma mulher com a aparência cansada e roupas gastas me atendeu, seus cabelos estavam ralos e ela me lançou um sorriso amarelo.

Ela sabia o que estava por vir.

- Procuro por Edmundo, soube que ele está em casa.- disse enquanto colocava minhas luvas pretas.

- Ele... ele, saiu a pouco tempo.- ela gaguejou enquanto se segurava na porta.

A empurrei com cuidado e entrei na casa, o local fedia a mofo e os móveis eram antigos. Passei pelos cômodos à procura do infelizmente e parei ao escutar uma das janelas se quebrando.

- Se fugir vai ser pior.- gritei em alto e bom som enquanto ia de encontro ao barulho, como era previsto ele tentou escapar pelos fundos.

Vicenzo o segurava pelo colarinho e ele sangrava.

- Por favor, não faça isso, eu pagarei, eu faço qualquer coisa.

Saquei minha glock da cintura e mirei em sua cabeça.

- Solte ele Vicenzo, pode ir.

Vicenzo o soltou e o homem ficou de joelhos em minha frente, fui até ele e o puxei pelo cabelo para que ele olhasse em meus olhos.

- Dante mandou lembranças.- mirei em seu joelho e disparei duas vezes, seus gritos ecoaram pela casa, peguei uma das minhas facas de dentro da minha bota e abri sua boca.- Vejamos... Se tiver um dente de ouro servirá como pagamento.- passei a ponta da faca dentro de sua boca enquanto o homem engasgava com o próprio sangue, arranquei um de seus dentes e o larguei no chão.- Estou me sentindo misericordiosa hoje, você tem até amanhã ao meio dia, se não tiver com o dinheiro receberá outra visita, e dessa vez você não perderá só um dente.

O deixei no chão uivando de dor e sua esposa foi correndo até ele.

- Estou te livrando de uma escória.

Dito isso sai em direção a porta com o dente na mão, joguei para Vicenzo que me esperava do lado de fora.

- Entregue ao seu Don, diga que o homem irá pagar.

Destinada a ele - Série Os mafiosos- Livro 02-  (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora