Capítulo 14

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BIANCA

Os fatos da vida de uma pessoa, como homicídio, aparecem.
- Norman Sherry


A culpa me consumia, eu poderia ter esperado Elena, ou ter insistido para que ela viesse comigo, eu não o fiz... Nessa vida nós nunca estamos de fato seguros, aceitar que a morte chega a qualquer instante é algo que aprendemos cedo, mas quando acontece algo que poderíamos ter evitado, isso nos consome.

- Não se culpe.- Dante falou enquanto íamos rumo a mansão, tanto eu como ele decidimos ficar perto de Lorenzo, e protegê-lo.

- Eu poderia ter insistido para que ela viesse comigo, me desculpe.- eu falava enquanto tentava repassar tudo o que aconteceu naquela tarde, talvez eu tivesse visto algo que ajudasse.

- Elena é teimosa, não tínhamos como ter previsto.- ele apertava o volante e eu sabia o quanto ele estava furioso e aflito.

Adentramos o bairro e notei que a segurança havia aumentado, o local estava ainda mais vigiado e de certa forma me senti mais segura. Dante estacionou em frente à mansão e descemos, em uma das minhas mãos eu segurava os meus saltos, que eu havia me livrado mais cedo, e com a outra encostei a porta da Range Rover.

Caminhamos lado a lado, ele estava alheio e parecia cada vez mais distante, adentramos o hall e seguimos direto até o quarto de Lorenzo, estava tudo silencioso, então Dante abriu a porta com cuidado para verificar se ele de fato estava lá dentro, notei quando ele soltou sua respiração em sinal de alívio ao vê-lo deitado na cama, dormindo.

Depois de nos certificarmos de que Lorenzo estava em casa e seguro, fomos até a parte reservada da mansão. Assim que entramos Dante foi até o bar e se serviu de uísque, eu larguei os saltos no chão e me sentei em uma das poltronas.

- Dante?.- o chamei na tentativa de trazê-lo para a realidade.

Seus olhos azuis se encontraram com os meus e o vi consumido pela escuridão, eu só queria trazê-lo de volta.

- Marco e Bernardo chegam daqui a pouco, precisamos traçar uma estratégia, enquanto estivermos no encontro, eles darão início ao ataque.

- Ataque? Como assim?- Ele parecia já ter tudo planejado, e aquilo de certa forma me assustou.

- Pretendo causar um estrago, tenho um contato dentro da Bratva, acabei de assiná-lo, ele será a peça fundamental.

- Precisamos notificar Luca e Arya.

- Marco já fez isso.- ele se sentou de frente para mim.- Começou, Bia.

Sim, a guerra havia de fato começado...

[...]

Me troquei, coloquei uma calça e blusa preta, com o meu coturno de sempre, a noite seria longa... Desci e encontrei os homens reunidos no escritório do Dante, eles estavam sentados em uma enorme mesa de madeira escura, e Bernardo estava em pé enquanto estendia um enorme mapa sob a mesa, que pude notar assim que cheguei mais próximo que era o mapa de Moscou.

- Luca já está a caminho.- Dante disse assim que entrei.

- Quais os planos para amanhã?.- me sentei de frente para Marco Di Lauro.

- Você ficará posicionada nesse prédio.- Marco apontou para outro mapa, que mostrava com detalhes o local do encontro.- Tiro limpo, em Yuri de preferência, caso ele apareça.

- Só depois de confirmar que Elena está segura.- Dante acrescentou.

- E como saberemos que ela está segura?

- Lembra o contato que te falei?.- Assenti e ele continuou.- Ele me passou algumas coordenadas, Vicenzo está à procura, se ele a encontrar até amanhã de manhã, e ele fará, nós podemos aproveitar o encontro para eliminar o capô da Bratva. Nós o apagamos e damos sinal para os homens invadiram o local e tirar Elena de lá em segurança.

Parecia um bom plano...

- E quanto ao ataque na Rússia? Será em Moscou?

- Sim, aqui, precisamente.- Dante apontou.- temos homens infiltradas no país, entraram como turistas, em Moscou mora um dos clãs mais poderosos da máfia, atacaremos lá simultaneamente.

- Depois disso Dante e Luca poderão assumir o local, eles ficarão à mercê.

- Não posso matar Yuri.- eu falei enquanto colocava os pés em cima da enorme mesa.

Todos me olharam sem entender, inclusive Dante.

- Essa vingança é da Arya, pela mãe dela. Nós o capturamos, o mantemos em cativeiro, e ela dará fim a vida dele.

Dante considerou, e depois de alguns minutos assentiu.

- Bom, assim eu posso fazê-lo pagar por pegar Elena, irei tortura-ló até que Luca chegue.

Passamos o restante da noite finalizando e repassando todo o plano, prevemos tudo o que poderia dar errado e achamos as soluções, mas algo me dizia que as coisas se complicariam mais do que o esperado.

Quando o dia já estava amanhecendo, o celular de Dante tocou.

- Sim?.- ele atendeu no primeiro toque.

Vi quando ele ficou pálido, sua expressão era um misto de sentimentos, e eu já sabia quais eram as notícias...

Destinada a ele - Série Os mafiosos- Livro 02-  (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora