Capítulo 06

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BIANCA

Não é fácil encontrar a felicidade em nós mesmos, e não é possível encontrá-la em outro local.
- Agnes Repplier

Meu coração batia apressado e minhas pernas mal atendiam ao meu comando para andar sob aquele enorme salto, em breve eu seria uma Carraro.

Luca me ofereceu seu braço, apoie nele enquanto andávamos em silêncio pela casa, meus saltos batiam no piso de mármore, e eu sentia que meu coração sairia pela minha boca a qualquer momento. Passamos pelas portas de vidro e toda a atenção se direcionou a mim. Todos os convidados se levantaram de suas mesas, e eu lutava para não olhar para o que me aguardava a minha frente, um caminho de pétalas de rosas vermelhas levava para o enorme arco onde selaríamos nossa união. Arya já esperava com os meus sobrinhos na entrada, ela me deu um breve aceno antes de se afastar.

- Você está linda.- Luca disse em voz baixa.

- Obrigada.

- Não abaixe a cabeça, você é uma rainha.- ele sussurrou.

Ergui meu olhar e encontrei Dante me encarando, seu rosto não demonstrava qualquer emoção, e eu lutava para permanecer tão impassível quanto ele. Minha garganta estava apertada e eu não conseguia dizer mais nenhuma palavra, então a música começou a tocar, um quarteto de cordas e piano. Luca me levou em direção ao meu futuro marido, alto e imponente em seu terno preto e camisa branca ele me observava atentamente, seus olhos viajaram pelo meu corpo e pude ver fogo o consumindo, ele me faria dele essa noite, não havia dúvidas.

Minhas pernas me levavam sem rumo enquanto meu corpo tremia de nervoso, desviei meu olhar e passei a admirar meus sobrinhos e Arya, eles me dariam forças, eu não podia surtar.

A caminhada levou uma eternidade, Dante estendeu a mão, coloquei minha mão sob a dele e evitei olhar em seus olhos. Será que ele me sentia tremendo?

O sacerdote deu início a cerimônia, e os convidados se sentaram.

O que pareceu horas depois chegou o momento de trocar as alianças, Dante pegou o anel de ouro branco com vinte pequenos diamantes da almofada vermelha e com sua mão firme a colocou em meus dedos trêmulos, aquilo representava sua posse sob mim.

Deslizei o anel de Dante eu seu dedo, e graças a todos os santos, consegui colocar sem que ele me ajudasse.

Ergui a cabeça e ele abaixou-se para diminuir nossa diferença de altura e assim nossos lábios se encontraram em um beijo casto, logo nos separamos e seus olhos estavam cravados em mim e sua mensagem era clara: você é minha.

Saímos do altar e fomos em direção aos convidados, Dante me apresentou a alguns dos membros da família que estavam presentes, me mantive firme mesmo com sua mão quente em minhas costas, que me guiava e me marcava como dele.

- Não gostou do vestido que escolhi para você?.- ele sussurrou em meu ouvido quando nos afastamos dos convidados, sua proximidade transmitiu uma onda de excitação por todo meu corpo.

- Optei por usar algo de minha escolha.

- Uma escolha ousada, sem dúvidas. Mas você poderia ter evitado uma noite sangüenta se tivesse usado o que eu escolhi.

O olhei sem reação, o que ele queria dizer com aquilo?

- Está vendo aqueles dois homens próximo ao bar?- Procurei entre a multidão e assenti, ele continuou.- Eles a olham desde que você cruzou aquela porta.- ele apontou em direção a entrada.- E eles pagaram com suas vidas pela audácia.

Minha garganta se apertou e me senti sem ar nos pulmões.

- Dante, é a merda do dia do nosso casamento, talvez fosse bom manter vista grossa para certas coisas.- não sei de onde encontrei forças para dizer, eu me sentia estática.

Ele apenas me encarou com aquele olhar que eu ainda não compreendida, se aproximou ainda mais e sussurrou de forma provocativa.

- Eu sou a porra do Capô, eu não faço vista grossa.

Dito isso Dante sacou uma de suas armas de dentro do seu terno e disparou dois tiros certeiros na cabeça dos dois miseráveis. Sangue se espalhou nas pessoas próximas a eles. A música parou e ninguém se manifestou, nem mesmo um grito foi dado, afinal estávamos em " família ".

- Bernardo, talvez você possa recitar em alto e bom som, qual é o terceiro mandamento dessa porra.- ele estava furioso.

- NÃO SE DEVE OLHAR PARA AS MULHERES DOS NOSSOS AMIGOS.- Bernardo gritou como um louco.

Agora era perceptível o medo nos semblantes dos convidados e ainda assim nenhum som era pronunciado.

- A FESTA ACABOU, PORRA!

Dito isso Dante pegou em minha mão e me puxou para dentro da casa, eu o segui sem reação.

Que merda acabará de acontecer?

Destinada a ele - Série Os mafiosos- Livro 02-  (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora