Capítulo 37

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DANTE

"Atrás de cada grande fortuna, há sempre um crime!
-Charlie "Lucky" Luciano

Faltavam dois dias para partimos rumo a Rússia. Eu dirigia em direção a Strip em Vegas cercada por aranha-ceus. Tudo era brilhante e as pessoas estavam se divertindo, o oposto de como eu me sentia nesse momento. Lorenzo reagiu mal a notícia, como era esperado, sai da mansão para não fazer algo que pudesse me arrepender depois.

Meu pai me aguardava na Luxor, o velho soube dos meus últimos feitos e provavelmente queria se beneficiar com isso.

Parei na entrada do cassino e dei a chave a um dos manobristas, em seguida passei pelas enormes portas da entrada, avistei Marco conversando com uma de nossas garotas, segui em sua direção.

Assim que a bela mulher percebeu minha aproximação, passou a mexer nos cabelos em uma tentativa de chamar minha atenção.

- Dante.- ele me cumprimentou.- Seu pai já te aguarda no escritório.

A mulher se jogava descaradamente em minha direção, cada vez mais próxima, já conseguia sentir seu perfume doce e barato preenchendo minhas narinas.

Ela provavelmente era nova, as antigas tinham medo de mim e só se aproximavam quando eu permitia. Marco a pegou pelo braço a levando para longe.

Caminhei entre os jogadores, todos concentrados nas jogatinas. Eu sentiria falta daquilo.

Fui rumo ao meu elevador privado, entrei e apertei o botão que dava acesso ao escritório. Momentos depois as portas se abriram e vi Salvatore ao lado de um dos meus seguranças.

Me aproximei e apertei sua mão, seguimos até minha mesa, antes de me sentar me servi de whisky.

- O que te trás aqui? Não temos mais negócios a discutir.- peguei meu copo e me sentei atrás da mesa.

- Soube que está de mudança para Rússia.- ele abriu seu terno feito sob medida e cruzou as pernas, um comportamento típico de quando queria discutir negócios.

- Nada vai mudar, continuaremos com a colaboração.- tomei um gole da bebida.

- Quem ficará no comando de Vegas?

Isso não era da sua conta...

- Não importa. Como disse, nada mudará.

- Dante, ambos sabemos que Lorenzo não está preparado, ele nem deveria ser iniciado.

- Não fale de Lorenzo comigo. Se foi essa a razão de sua visita sugiro que vá embora.

- Filho, sinto muito por Elena. Soube que não teve enterro, não sabia como me aproximar.

Sim, não tinha tido enterro. Outra de nossas tradições da família. Cremamos o corpo e uma cerimônia foi feita somente para os mais chegados.

- Salvatore, não precisamos de suas condolências. Saia daqui.

Era óbvio o motivo de sua visita. Ele queria meu lugar, queria comandar em minha ausência, nunca permitiria isso.

Mesmo com minha ordem ele permaneceu sentado impassível na cadeira.

- Dante, pense bem. O menino não está pronto.

- Saia daqui antes que eu o tire a força.- me levantei o fulminando com o olhar.

Medo... sim... Agora ele sentia medo.

Salvatore engoliu em seco, fechou seu terno ao se levantar e saiu sem dizer nada.

Me joguei na cadeira fechando os olhos. Ele nem sequer perguntou como Elena tinha morrido! Filho da puta desgraçado.

Se ele se aproximasse de Lorenzo eu seria capaz de matá-lo.

Um dos seguranças pediu permissão para se aproximar, fiz sinal para que ele entrasse.

- Luna está pedindo para subir, Don.

- Pode deixar ela entrar.

O que ela queria?

Me levantei com o copo ainda em minhas mãos e fui rumo às enormes janelas de vidro que me proporcionava uma visão de toda a Strip, era uma visão de tirar o fôlego... estava de costas quando notei a presença de Luna.

- Posso me aproximar?- sua voz era baixa quase inaudível.

Me virei enquanto a analisava.

Linda... Luna era linda.

- Sim. O que quer ?

- Já mandei os convites para as famílias comparecerem na cerimônia. Precisarei estar na Rússia?

- Sim, todos estão convocados a ir.

Me aproximei dela, notei sua euforia por ter minha atenção. Coloquei seu cabelo atrás de suas orelhas.

- Mas não foi por isso que veio, certo?

Ela balançou a cabeça em negativa.

- O que quer, Luna? Sem jogos.

- Você. Quero você, Dante. Sinto saudades.- com receio ela levantou suas mãos tocando meu peito.

Permiti o gesto. Luna era boa na cama, sabia me satisfazer muito bem.

- Quer que eu te foda?- minhas mãos foram em direção à sua calça apertada.

- Sim.- ela choramingava.

A peguei com força e joguei seu corpo contra a parede, prendi suas mãos atrás de suas costas.

- Era bom te foder, Luna.- apertei ainda mais suas mãos sem medo de machuca-la, um grito saiu de sua boca.- Da próxima vez que se insinuar desse jeito vou deixar que Bia cuide de você.

Soltei seus braços e ela caiu no chão apertando os pulsos, seu olhar estava baixo e era nítida sua surpresa.

- Se quiser continuar trabalhando comigo sugiro que não me olhe assim novamente. Não provoque Bia, a respeite, ela é sua rainha. Saia daqui.

Destinada a ele - Série Os mafiosos- Livro 02-  (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora