Destinada a ele - Série Os mafiosos- Livro 02- (CONCLUÍDO)

Capítulo 26

BIANCA

"É um império essa luz que se apaga ou um vaga-lume?"
-Jorge Luis Borges

- Precisamos conversar.- Nesse momento a expressão de Dante era fria, ele queria saber sobre os negócios, sua postura agora era de um capô, a mudança repentina me surpreendeu.

Comecei a contar-lhe tudo, desde o ataque a casa de Lucas até o momento que cheguei na Rússia. A expressão dura e resolvida de Dante cai sob um véu de preocupação, ele se vira para mim com dor em sua feição.

- Foi um erro tê-la mandado para o Brasil.- ele tinha admitido um erro? Dante? Não era possível.

- Não, se eu não estivesse lá Arya e meus sobrinhos estariam mortos nesse momento.- dei uma pausa enquanto tentava me recompor.- Como tomou a base deles?- perguntei me referindo a Bratva.

- Não ouviu os rumores?. - ele observava cada movimento meu, sua atenção estava em mim, meu peito subia e descia com respirações profundas, parecia que meu coração sairia para fora do peito a qualquer momento.

Eu o queria de novo...

Sim, eu havia escutado os rumores, Dante tinha dado o maior golpe na história da Máfia, ele tomou o poder sem causar destruição e fez os homens o seguir.

- Você é louco, poderia estar preso ou pior...

A ideia de quase tê-lo perdido me incomodava, trazia a tona sentimentos que eu preferia manter enjaulados.

Estávamos próximos o suficiente e suas mãos brincavam com os meus cabelos.

- Você tem sido uma mulher impenetrável desde o dia em que te conheci, o que você está me mostrando nesse momento é preocupação? Ou medo?.- Ele não me deu tempo para responder e prosseguiu.- Nesse mundo em que vivemos o risco é constante, cada dia pode ser o último.

Ele colou nosso lábios e entrelaçou nossos dedos.

- Vamos, Marco deve estar impaciente.- Antes de sair Dante pegou seu casaco o colocando e fechando os botões, vesti sua camisa a colocando por dentro da calça em uma tentativa de fazê-la parecer menor e rezei para que ninguém percebesse que eu estava usando a camisa de Dante, estava muito óbvio o que eu e ele estávamos fazendo ali, os barulhos nos entregaram, assim como a demora.

Seu cheiro preencheu meus sentidos assim que o tecido fez contato com a minha pele...

Deus, como eu o desejava...

Silenciosamente saímos da sala de treinamento, o longo corredor estava rodeado de seguranças, todos com armamentos pesados ao seu lado, suas feições estavam tomadas por respeito e admiração conforme Dante passava, nenhum deles ousava pousar os olhos em mim. Alguns reconheci como sendo soldados do meu marido e outros notei serem russos.

Ele realmente conseguiu a lealdade desses homens...

Dante me olhava atentamente e como se soubesse os meus pensamentos, disse: - O crime organizado russo não possui os códigos de honra nem a hierarquia que possuímos, inspira-los não foi difícil.- Dante falou antes de abrir uma enorme porta de puro aço.

Entramos em um ambiente com tecnologia de ponta, computadores de última geração tomavam a enorme sala e em seus monitores algumas imagens apareciam, aparentemente eles possuíam câmeras em todos os lugares.

Meu olhar seguiu pela enorme sala e se encontrou naquela mulher que conheci quando cheguei em Vegas, Luna. Ela não tirava os olhos de Dante.

Ele a trouxe?

Lucas, Arya, Marco, Bernardo e alguns capitães de rua estavam reunidos, observei um loiro alto com olhos azuis como mar no canto do cômodo, ele me olhava com curiosidade, já tinha o visto em algum lugar, porém não me dei ao trabalho de tentar lembrar de onde o conhecia.

- Tire os olhos de minha esposa, Dimitri.- Dante o alertou.

Soltei sua mão e fui em direção à Lucas e Arya, Luna me acompanhava com o olhar , ao menos tinha parado de comer Dante com os olhos.

Ela estava começando a me irritar.