PDV. William Levy.
Eu estava na sala, sentado esperando a May para irmos à festa. Aproveitei para dar uma lida no jornal e fiquei ciente de que a seca estava prejudicando diversas plantações e o gado. Com a seca, muitos fazendeiros se viam forçados a venderem suas cabeças de gado para os grandes matadouros, cujo faturamento era maior a cada dia. Rolei os olhos. Graças a Deus eu havia investido em cavalos de raça. Embora de certa forma a estação da seca também me atingisse, pois o preço da ração e dos vegetais havia subido consideravelmente nos últimos meses. E eu queria o melhor para os meus cavalos.
Dobrei o jornal desejando ter algo melhor para fazer do que ir a uma festa e suspirei. Eu era avesso às badalações.
E não precisava nem dizer que eu estava evitando a minha hóspede... A mulher simplesmente estava acabando comigo. Como se não bastasse às noites se insônia rolando pela cama, agora eu tinha virado o tarado da máquina de lavar roupas. Pode?! Volta e meia eu me pegava espiando a máquina furtivamente, para ver se encontrava alguma lingerie esquecida, dando bobeira por ali... Definitivamente Levy, você endoidou de vez!
Eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Por mais que eu amasse a minha família e me sentisse bem ao lado deles, eu gostava mesmo era de ficar sozinho. Sempre fui um homem de natureza solitária, assim, a calma e a tranqüilidade da fazenda preenchiam a minha alma e me mudar de Gutierrez jamais fizera parte dos meus planos. Mas a minha paz de espírito estava ameaçada desde a chegada dela. Nem os bichos, nem mesmo a exuberante e cativante paisagem estavam conseguindo sossegar meu coração.
Ela tinha ido ao salão com minha irmã há uns dias e se já era bonita antes, ficou ainda mais depois. Porra... Os cabelos longos brilhavam como a seda, as unhas estavam pintadas num tom de chocolate, igual aos olhos castanhos e misteriosos...
Eu olhava de longe e só pensava nelas arranhando as minhas costas... Além do que eu estava doido para ver o resultado da depilação... Dizer que a minha imaginação não rolava solta era uma mentira deslavada. Eu fervia só de imaginar.É claro que eu a estava evitando depois disso. Ela representava uma ameaça ao meu estilo de vida, ao meu sossego e a minha segurança emocional. Cheguei ao cúmulo de convidar Jared para assistir alguns jogos de futebol na televisão, só para não ter que ficar sozinho com ela e sucumbir à tentação. E o pior é que eles dois se davam bem!
Eu não queria compromisso, por isso nada tinha a oferecer a May. Por que ela tinha que vir para Phoenix? Por que ela tinha que aparecer na minha vida? Por que ela tinha que existir?
Irritado, suspirei e ouvi seus passos no corredor e ergui a cabeça lentamente para fitá-la, enquanto os saltos dela faziam barulho tocando o chão liso de tábuas corridas. Os seus olhos escorregaram na minha direção. Um movimento que ela claramente estava esperando que fosse furtivo. O olhar dela encontrou o meu e eu me vi refletido no grande espelho dos seus olhos castanhos.
O meu queixo caiu. Eu estava pasmo diante de tanta beleza. E que droga de roupa era aquela? Um top rosa claro curto, que deixava ver o início dos seios e um pequeno pedaço da barriga dela. Continuei descendo o olhar para a calça preta justa, que delineava todas as suas curvas e marcava com perfeição a pequena calcinha que ela usava. Botas pretas de cano longo e salto alto completavam o visual sexy. Os cabelos balançavam soltos e brilhantes e ela usava uma maquiagem leve... Eu não sei por quanto tempo fique ali, com cara de idiota, mas tratei de fechar a boca quando ela me deu um tímido sorriso.
Estou bem?
Perguntou parando a alguns passos de onde eu estava. Bem? Bem?! Quem estava bem era eu, com uma calça jeans escura, uma camisa azul, chapéu de cowboy e uma jaqueta marrom. Ela estava demais! Maravilhosa, linda, deslumbrante... Eu já sentia que ia ter muita dor de cabeça nessa festa...
Sim, você está ótima.Respondi desviando os olhos e me dirigindo a porta, querendo sair dali o mais rápido possível, pois o calor tinha começado a ficar insuportável dentro da minha casa. Ela me seguiu sem falar nada. Esperei que ela saísse, fechei a casa, e fui até o carro, abrindo a porta para ela, que entrou sem me encarar, mordendo nervosamente o lábio.
Dei a volta e me acomodei ao volante, dando a partida. Pensei em ligar o rádio, mas vai que está tocando uma música melosa como aquela do outro dia... Aí sim, eu iria me desesperar. Quer saber? Sem droga de música!
Em silêncio dirigi para o maior clube da cidade, no lado norte, e praguejei baixinho diante da agitação que estava rolando lá dentro.
Luzes coloridas piscavam, balões e fitas de diversas cores ornamentavam a entrada e podiam ser vistos ao longe, espalhados por todo o salão. A música alta rolava solta. Ana não perdia tempo mesmo. Estacionei a caminhonete numa rua lateral e peguei o presente que havia comprado para Ivan: um livro de Augusto Cury, O Futuro da Humanidade. Todo psicólogo adora um bom livro. Dei a volta para abrir a porta para May, mas ela se adiantou e desceu sozinha. Encarei-há por alguns segundos.
Preparada?
Perguntei, escrutinando o seu rosto.
Não, mas vamos assim mesmo...
Ela respondeu sorrindo e eu a peguei pelo braço, conduzindo-a até e a entrada. Gostaria de pegar na sua mão. Mas como não éramos nada um do outro, achei melhor me contentar com o braço.
Tyler e Austin estavam próximos ao salão e os olhares dos dois caíram sobre nós assim que chegamos. E não gostei nadinha da forma como desnudaram a minha hóspede. Eles estavam babando e eu fechei a cara. Ela estava comigo, então eles que não se metessem à besta.
Havia bastante gente ali, a maior parte conhecida. Suspirei resignado. O que essa gente não faz por uma noitada...
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Misteriosa
Любовные романыWilliam Levy, um homem determinado, forte e solitário marcado por um passado duro e amargo. Maite Perroni, uma mulher linda, decidida e misteriosa. Um encontro breve, inesperado e repentino. Atração, desejo, sedução... Simplesmente acaso ou uma obra...