Capítulo 31

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PDV William.
Droga, eu devia ter calculado melhor!
Esbravejou meu irmão ao ver o nosso cunhado.
Tá me devendo 20 dólares gorilão.
Falei, destravando as portas e ele entrou.
Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui?! Ivan disse irritado.
Elas estão super produzidas, lindas de morrer, jantando aí dentro.
Respondeu Sebastian , enquanto eu continuava com o binóculo.
E daí?
Daí que tem uma mesa cheia de caras, logo atrás da mesa delas, babando em cima das três, sua anta!
Ivan bufou.
Droga! Eu vou lá!
Mas não vai mesmo!
Falamos eu e Sebastian ao mesmo tempo.
E a anta aqui é você, seu gorila! Não sou eu que estou em maus lençóis com a minha mulher e com a minha irmã!
Ivan cuspiu e Sebastian rolou os olhos.
Se você aparecer ela vão desconfiar que nós dois estamos aqui.
Eu disse tentando acalmar os ânimos.
Merda!
Senta aí e fica tranqüilo que temos tudo sob controle.
hshccmfjcrbsgf....
E pare de praguejar, homem! Tá me dando nos nervos!
Só você para ter uma idéia infeliz dessas Sebastian m!
Resmungou Ivan. Sebastian sorriu.
Não fui eu não cabeção, foi o William!
Eu podia sentir o olhar de Ivan queimando nas minhas costas, mas ignorei. Se nem eu mesmo estava me conseguindo me entender, não poderia de forma nenhuma dar explicações aos outros.
Um deles levantou e sentou-se à mesa, com elas.
O QUE???!!!
Gritaram os dois ao mesmo tempo. O meu sangue também corria rápido em minhas veias, mas eu estava tendo uma visão privilegiada da cena, coisa que eles dois não tinham. Elas já tinham despachado o imbecil.
Mas Angie falou alguma coisa que o fez sorrir amarelo e se retirar.
Nós respiramos com alívio. Eram como se três balões estivessem sendo esvaziados...
É no que dar mulher sair sozinha por aí!
Menos Sebastian. Elas têm todo o direito de ir e vir. Além do mais eu e Ana estamos muito bem.
Mas se ela te vir aqui, Ivan aposto que isso vai mudar, completei.
Ele engoliu em seco. Todos nós conhecíamos bem o temperamento da tampinha.
Bom, elas estão pagando a conta e devem sair daqui a qualquer momento.

Os dos assentiram e eu dei a partida no carro, tirando-o dali. Fomos até a esquina e ficamos esperando. Minutos depois, o carro de Angie e o de Ana passaram por nós. Discretamente, continuamos a segui-las.
Para onde será que elas vão agora?
Questionou Sebastian ansioso.
Tenho a impressão que descobriremos logo, logo, emendei.
Vinte minutos depois elas estacionavam os carros num estacionamento pago. Havia várias pessoas na rua e o fluxo de pedestres era intenso.
Que porra tá acontecendo por aqui?
Perguntei, sem gostar do que estava vendo. Tinha gente demais ali. Ivan suspirou pesadamente.
Hoje é a inauguração do novo complexo de cinemas. Cada sala nova tem aproximadamente cem lugares.
Ah não! Exclamei.
Mentira! Bradou Sebastian .
Putz!
Droga! Vai ser impossível segui-las aí dentro, mano!
Sebastian estava inconformado e eu frustrado. Ivan era o mais tranqüilo. Aquele lugar era enorme, com quatro salas no térreo e mais quatro no primeiro andar.
Vamos dar um jeito.
Como?
Minha mente trabalhava rápido.
Vamos nos separar...
Por sorte, um carro estava saindo na rua lateral ao complexo de cinemas e eu tratei de estacionar a caminhonete ali mesmo. Descemos e a rua estava tomada por uma multidão. Quase não víamos o chão onde pisávamos.
Porra! Não estou gostando disso William! Olhei para Sebastian impaciente.
Não temos escolha! É ir agora mesmo atrás delas e torcer para não sermos descobertos ou voltar para o carro e ir para casa.
Ele me olhou irado.
Nunca!
Então pare de reclamar e vamos embora!
Havia oito bilheterias, uma para cada sala específica. Olhei rapidamente as opções e escolhi a fila do filme O Turista. Eu tinha lido a crítica sobre este filme alguns dias atrás e parecia ser bom. Elas não estavam à vista, então com toda certeza já tinham entrado. Ivan escolheu O discurso do Rei e Sebastian, E O Vento Levou. Franzi o cenho e ele deu de ombros. Era uma sessão especial de inauguração e a terceira idade imperava majestosamente nessa fila. Vai entender a cabeça perturbada do meu irmão...

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