PDV. Narrador.
O sol já estava alto e o calor se fazia presente em mais um dia de verão em Phoenix, quando May desceu caminhando para os estábulos. Os pinheiros enormes e os carvalhos majestosos davam uma beleza especial à paisagem que May nas duas últimas semanas aprendera a admirar. A beleza exótica daquele lugar era única.
Alguns animais descansavam próximos ao lago de águas límpidas e cristalinas e uma sensação de paz invadiu o seu peito. Ela desfrutou da sensação por alguns instantes e em seguida continuou caminhando. Ao chegar aos estábulos, avistou um potrinho lindo a poucos metros, deitado em um grande monte de feno. Ela sorriu e se aproximou com cuidado para não assustar o pequeno e indefeso animal.
Oi. Sabia que você é muito lindo?
May estava encantada. O pelo do animal era pintado e ao mesmo tempo suave, ela pôde sentir sua maciez quando estendeu a mão de leve e tocou-o. No mesmo instante o potrinho tentou se levantar, mas tropeçou em suas patas e desajeitado, caiu. Ela sorriu novamente.
Sabe, não sei bem, mas eu tenho a nítida sensação de que também era um pouco atrapalhada quando criança...
Ela falava tentando se aproximar novamente, mas o animal se esquivava. May continuou falando baixinho e tentando chegar mais perto do potrinho, mas parou ao ouvir um resfolegar alto e cascos furiosos batendo no chão, em algum lugar atrás de si.
Virou a cabeça por instinto e não acreditou no que estava vendo. O medo começou a tomar conta de seu ser. Um enorme cavalo rajado, resfolegava irritado e começou a galopar rapidamente em sua direção. Suas pernas tremeram, mas o seu cérebro rapidamente deu as ordens de comando e ela começou a correr. Aquilo era um pesadelo, tinha de ser um pesadelo!
May não conseguia raciocinar nem tão pouco respirar. Corria muito sem olhar pra trás, sentindo que o cavalo a alcançaria a qualquer minuto. Segundos depois, ela gritava a plenos pulmões.
AAAAAHHHHH!!!!! SOCORRO!!!!!O barulho dos cascos perseguindo-a era aterrorizante. May corria desesperada, sabendo que provavelmente a sua vida agora dependia apenas da velocidade dos seus pés. E ela não sabia até quando suportaria correr.
Meu Deus! É hoje que eu vou morrer! SOCORRO!!!!!!!!!!!!!!!!!
Ela dizia ofegante, enquanto procurava impor uma velocidade cada vez maior as suas pobres e frágeis pernas.
...
A risada de Sebastian ainda ecoava nos ouvidos de Wiliam a medida em que ele descia para os estábulos. Ele balanço a cabeça resignado, pois sabia que Maite era um perigo para a sua sanidade mental e para o estilo de vida solitário que escolhera, mas sentia sua resistência diminuir a cada instante que passava.
A verdade é que não poderia oferecer nada mais a ela do que sexo. Noites quentes, repletas de desejo, luxúria e prazer. Era justo pedir a May que aceitasse e se contentasse com isso? Ele
suspirou pesadamente tentando afastar toda essa confusão dos seus pensamentos quando ouviu um grito de pavor cortar o silêncio e abalar a tranquilidade do local.
Na mesma hora sentiu o sangue congelar em suas veias. Ele paralisou. Alguma coisa muito, muito errada estava acontecendo ali. Os seus instintos o dominaram por completo, sua mente trabalhou rápido e ele saiu correndo em disparada, até avistar uma cena aterrorizante: a figura frágil de May correndo de Duna, que vinha relinchando raivosa e feroz no encalço da sua hóspede.
A adrenalina disparou em suas veias e em poucos segundos, Wiliam correu e a alcançou, acolhendo-a em seus braços e tirando-a do caminho do animal furioso. May tremia descontrolada e ele a aconchegou ainda mais de encontro ao peito, levando-a para um local seguro.
Oh, Wiliam, graças aos céus você chegou... Eu... Eu achei que iria morrer... Eu... Céus!Ela dizia aos arquejos, com a respiração entrecortada. O pavor estava estampado nos lindos olhos castanhos.
Wiliam visivelmente abalado a fitava com raiva. A ideia de que Maite poderia ter sido pisoteada e morta por uma égua enfurecida, o enchia de pânico. Ele agarrou os braços dela com força, o medo cedendo o lugar para a raiva. Suas narinas dilataram e ele trincou os dentes.
Droga Maite! Será que eu não posso te deixar sozinha nem por um minuto?! Pelo jeito você é um ímã para atrair problemas mulher!
Como é que é?
Ela o encarava confusa. O seu sistema lhe alertava que ele exalava perigo. Wiliam era perigosamente e muito sexy para sua sanidade.
O que você estava fazendo, sua louca?!
Ele esbravejou e ela estreitou os olhos com raiva.
Salvando a minha vida, como você mesmo viu! E eu não tenho culpa se aquele cavalo monstruoso enlouqueceu e resolveu me perseguir!
Wiliam cerrou o maxilar e contou até dez antes de responder.
Égua. É a mãe do potrinho!
Ela engoliu em seco e continuou a encará-lo.
Me diga exatamente o que estava fazendo para que Duna partisse para cima de você daquela forma.
Eu... Eu estava falando com o potrinho, tentando tocá-lo Wiliam. Ele parecia tão frágil, tão indefeso... A raiva queimava em suas veias. Com o rosto vermelho, ele a encarava não acreditando no que ouvia.
Ótimo! Só me faltava essa agora! O que você tem na cabeça? Vento? Não sabe que qualquer fêmea reage instintivamente ao ver o seu filhote ser ameaçado?! Elas avançam em qualquer coisa para proteger suas crias!
Ela o olhava indignada.
Não grite comigo! E como eu poderia saber? O especialista em cavalos aqui é você e não eu!
Você podia ter morrido sua maluca!
A revolta cresceu dentro dela ao ouvir ele cuspir aquelas palavras.
Ótimo! Pois assim você se livraria de mim de uma vez!
Que história é essa?!
Ele perguntou sem esconder sua ira.
Negue se puder!
Eles se encaravam com raiva, enquanto a tensão aumentava a cada minuto.
Mulheres! Droga!
Vá para o inferno!
Em resposta ele a agarrou pelo braço.
Já estou nele, caso você não saiba!
Me solta Wiliam!
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Misteriosa
Roman d'amourWilliam Levy, um homem determinado, forte e solitário marcado por um passado duro e amargo. Maite Perroni, uma mulher linda, decidida e misteriosa. Um encontro breve, inesperado e repentino. Atração, desejo, sedução... Simplesmente acaso ou uma obra...