Capítulo 50

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PDV Maite.
Horas depois...
Wiliam.
Chamei da cozinha. Ele não respondeu. Será que ainda estava dormindo? Caminhei até a escada e insisti.
Amor.
Hum...
Não pude reprimir um sorriso.
William Levy!
O que?
Respondeu sonolento.
Desça para comer alguma coisa.
Depende...
Do que?
Você está no cardápio?
Mesmo estando casada, eu ainda ficava rubra de vergonha com estas gracinhas dele.
Comporte-se Levy.
Está mal humorada querida?
Estou é morrendo de fome, isso sim!
Ele ergueu as mãos para cima, num gesto de derrota.
Nossa que rabugice!
Revirei os olhos.
Não podemos viver só de sexo, sabia?
Retruquei.
Quem disse?
Falou dando um bocejo enorme. Decidi ignorar e voltar à cozinha.
É melhor vestir alguma coisa e descer. Você ainda não comeu nada hoje.
Ele esticou a cabeça, olhou para baixo e me deu um olhar lascivo.
Acho que está enganada amor. Suspirei.
O que eu quis dizer é que você ainda não ingeriu nada hoje, o seu estômago está completamente vazio.
Tudo bem, você ganhou. Vou me vestir e já desço.
Ainda constrangida pelos comentários dele ao começo da nossa manhã de intensa atividade sexual, estirei a língua e me afastei de volta para o fogão. Ele desceu com um suéter branco justo, jeans escuros e botas. A mistura de um anjo com uma estátua de Michelângelo... Perfeito. Uma visão de tirar o meu fôlego. Percebendo o poder que exercia sobre mim, ele se aproximou e beijou de leve o meu pescoço, o que fez o meu corpo arrepiar por inteiro. Retribui o beijo, mas me afastei, ou não sairíamos dali novamente. Wiliam tinha esse poder sobre mim. Ele me deixava fraca, tonta, zonza, entregue.
...
Na terceira concessionária depois...
Que tal este?
Ele perguntou.
Não acho que combine com você.
Ele ergueu as sobrancelhas, curioso.
Por quê?
Dei de ombros.
Não sei explicar. Apenas não combina, não tem a sua cara.
Tudo bem.
Ter a minha cara é sem dúvida uma questão muito importante... Falou sorrindo.
Homens!
Bradei.
Mulheres!
O carro tem que refletir a sua personalidade Wiliam.

O vendedor a esta altura encontrava-se um tanto desapontado, pois era o vigésimo carro que ele mostrava naquele final de tarde.
Estou achando melhor levar logo um caminhão. Ele completou e eu neguei com a cabeça.
De jeito nenhum. Em poucos dias ele já estaria servindo de transporte para os cavalos e não para as nossas maiores necessidades.
É verdade. Mas garanto que Jared iria amar.
Com certeza!
Sorri involuntariamente ao lembrar nosso amigo dançando e rebolando no aniversário do Jasper. Poderiam passar cinquenta anos e eu nunca iria esquecer aquela festa.
Que tal outra caminhonete?
Talvez.
Poderíamos encher o banco traseiro com crianças.
Sorri outra vez, ficando vermelha. O que o vendedor pensaria ouvindo Wiliam falar assim?
Quantas crianças?
Não sei. O que acha de várias?
Revirei os olhos, divertida.
Acabamos de casar amor.
Emendei.
Sim, mas veja as vantagens da caminhonete: Além das crianças poderíamos comprar um cachorro.
Na mesma hora visualizei um enorme cachorro, como um Dog Alemão, tipo o Scooby- Doo, dentro da caminhonete. Fiz uma careta.
Realmente tentador.
Ele se aproximou e capturou meu olhar com seus incríveis e penetrantes olhos amarelos.
Sem falar que teríamos espaço de sobra para fazer amor na carroceria quando quisermos.
Morri! Meus olhos estavam fixos no chão. Cadê o buraco para que eu possa me enfiar dentro?
O que me diz meu amor?
Eu...
Não consegui concluir a frase, pois o vendedor se engasgou e constrangido nos deixou a sós, caminhando rapidamente em direção a outro cliente que acabava de entrar na loja.

Na concessionária seguinte...
PDV William Levy.
Acho que o vendedor ficou chocado.
May falou e eu me fiz de desentendido.
Como assim?
Não se faça de bobo, Wiliam.
Ela ralhava com um olhar acusatório. Fingi inocência.
Só porque eu pretendia comprar outra caminhonete?
Ela olhou rapidamente ao redor, verificando se alguém poderia nos escutar e continuou baixinho:
Não! Pelas coisas que pretendia fazer comigo dentro dela!

Mas eu só falei que o carro serviria aos meus propósitos...
Ela me lançou um olhar de advertência.
Não comece.
Apertei meus lábios para segurar o riso.
Ah, meu amor se ele soubesse o que se passa em minha mente... Em todas as formas que eu gostaria de amar cada pedacinho de você... Aí sim ele ficaria morto de vergonha!
Ela ficou vermelha, roxa, azul, amarela. Era um mix interessante de cores, que me deixou completamente fascinado. May tinha a capacidade de me surpreender a cada dia. Mesmo depois de casado ela ainda ficava corada e aquilo me encantava. Mas voltei à realidade quando levei um forte pisão em meu pé esquerdo.
Será que você não consegue pensar em outra coisa além de sexo, Wiliam?
Acreditaria se eu dissesse que sou louco de paixão por você? Ela fez uma careta ridícula que me desarmou inteiramente.
Tudo bem amor. Prometo que vou me comportar, está bem?
Espero.
Respondeu me dando um olhar cético. Carinhoso, beijei sua testa e segurei em seu braço. A busca por um novo automóvel continuava. Cerca de vinte minutos mais tarde, achei uma picape compacta., que apesar de pequena era linda, vermelha e serviria tanto para mim como para May. Mostrei a ela que se encantou com o automóvel. Parecíamos duas crianças olhando embevecidas para um brinquedo novo.
Adorei Wiliam.
Combina perfeitamente comigo não acha?
Ela sorriu.
Eu diria que combina perfeitamente conosco.
Pisquei um olho.
Você está certa meu amor.
Então chame o vendedor e vamos cuidar logo da burocracia.
Seu desejo é uma ordem, senhora Levy!
Exclamei fazendo sinal para o vendedor mais próximo. Uma hora mais tarde estávamos livres dos formulários, do seguro e questões de praxe. E como sempre, custou bem menos do que se nós tivéssemos comprado em Phoenix.
Você vai dirigindo a picape nova. Eu vou na outra. Ela concordou entusiasmada.
Que tal pararmos num supermercado?
Perguntou.
Por quê?
Retruquei.
Não temos comida suficiente no chalé?  Temos, mas você sabe que eu gosto de cozinhar, cowboy. Pisquei um olho.
Tudo bem amor. Apenas me siga ok?
Certo.

Escolhi um supermercado no caminho para o chalé que contava com um amplo estacionamento. May parou ao meu lado e rapidamente eu me aproximei ajudando-a a descer do veículo. Caminhamos para a entrada até que...
Ora, ora, mas que surpresa.
Ninguém menos que Koko Galinha apareceu, surgindo do nada a nossa frente. Trinquei os dentes, irritado.
Estou feliz em ver vocês. Principalmente você, May. Fervi de raiva.
Nós nos casamos Koko.
Cuspi.
Sim, e estamos morando em Gutierrez.
May completou. Ele nos encarava surpreso.
Levy casado? Porra! Confesso que por essa eu não esperava...
Sério?
Emendei, enlaçando minha esposa pela cintura.
Eu também esperava não ter que ver você nunca mais!
Bradei e ele gargalhou alto.
O que é isso William, meu velho? Não está disposto a enfrentar um pouco de competição?
Larguei Maite e em dois passos eu o segurei pelo colarinho da camisa, suspendendo-o do chão, mantendo May segura atrás do meu corpo.
É a última vez que te aviso Stambuk: Fique longe da minha mulher ou será um homem morto! Rosnei em seu rosto repleto de sarcasmo.
Wiliam!
May gritou assustada.
Mas o que está acontecendo aqui?!
Berrou uma voz familiar. Nos viramos e demos de cara com a minha ex-cunhada.
Ximena?
O que faz aqui?
Questionamos eu e May ao mesmo tempo.

Posso perguntar a mesma coisa a vocês dois.
Respondeu ela se empertigando e nos fitando com indignação.
E a propósito Wiliam, daria para você fazer o favor de largar o meu namorado? Cruzes! Vocês homens só resolvem as coisas na violência!
Juro que por aquilo eu não esperava. Abri minha boca em total sinal de espanto, alternando meu olhar entre ela e o safado do meu ex-amigo. Namorado? Quer dizer que ele estava seriamente envolvido com a Ximena?
Wiliam, por favor, solte-o.
Minha esposa pediu e eu o fiz na hora, libertando o patife da gana assassina de minhas mãos.
Então vocês casaram?!
Perguntou a minha ex-cunhada ruiva, olhando fixamente para a aliança em meu dedo.
Sim.
Meus parabéns. Agora alguém pode me explicar que cena horrorosa foi aquela, minutos atrás?
Antes que eu dissesse qualquer coisa, Koko se defendeu.
Eu e Wiliam tivemos algumas desavenças no passado, Ximena, e hoje eu não resisti e tornei a provoca-lo.
Rolei meus olhos. Pelo menos ele admitia o erro, embora omitisse o fato real: que ele havia dado em cima da minha mulher!
Ok, mas não faça mais isso, sim? Tenho um grande apreço pelos Levy e sinceramente essa coisa de macho, de brutalidade, de se atracarem no meio da rua não me agrada nem um pouco. Parecem coisas dos homens das cavernas.
Ok, Xime. Desculpe.
O que?! Koko estava se desculpando? Agora o meu queixo caiu de vez. Que porra estava acontecendo ali?!
Tudo bem querido.
Ela falou com um sorriso doce, enquanto ele a enlaçava pela cintura. Os dois se beijaram e saíram nos deixando ali parados, sem entender nada.😅💕

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