PDV William.
A chuva caía lá fora. Percebi um leve movimento na cama e abri meus olhos... May dormia profundamente em meus braços. Sorri e acariciei seu rosto de leve. Ela parecia um anjinho... Os últimos acontecimentos bombardeavam minha mente como mariposas que se chocam diversas vezes contra a luz...
Dei um breve beijo em sua testa e o doce aroma de morangos invadiu minhas narinas... Como eu amava aquela mulher... Minha noiva e muito em breve minha esposa.
Maite Perroni. O nome dela rodava em minha mente e aquecia o meu coração. Ela concordou em ser minha mulher, minha esposa. E se entregou a mim de uma forma que pertencia somente a ela, integralmente, apesar de tudo que fiz, de todo sofrimento, de tudo que nos separou. Ela entendeu e foi capaz de me perdoar.
O destino havia me dado uma segunda chance, muito embora eu não achasse que merecia. Mas eu agarraria aquela oportunidade com unhas e dentes. Nada mais me separaria dela outra vez. Ela me
pertencia, assim com eu era dela, de corpo, alma e coração.
Fechei os olhos recordando o instante em que a possui por duas vezes essa noite... Deus! Eu jamais me cansaria dela. Nós dois perdemos o controle. Tanto tempo longe um do outro, o desejo reprimido, o amor acumulado, a paixão avassaladora, a necessidade imperiosa de nossos corpos...
Tudo explodiu rapidamente e praticamente entramos em combustão. Quando isso ocorre, a razão evapora e tudo vira um infinito de puro instinto e sensações. Frio, calor, sede, fome, barulho, cheiros, toques, beijos, sedução, provocações... Qualquer coisa que não esteja entre estas, vira um emaranhado de borrões vagos e indistintos. Nós simplesmente não conseguimos raciocinar, ficamos temporariamente incapazes de pensar... A ação e a emoção predominaram sobre todo o resto. A coerência se esvai, dando lugar a luxúria, ao carnal, querendo satisfazer suas necessidades, e não parando até conseguir satisfazê-las.Gemi baixinho ao sentir que estava duro novamente. Suspirei... O corpo quente e macio colado ao meu naquela cama apertada, não estava ajudando em nada. Mas ela estava tão cansada... Eu podia sentir o ritmo regular de sua respiração subindo e descendo...
Eu tinha exigido demais da minha Misteriosa por hora. Era melhor ignorar as minhas necessidades de macho e tentar descansar. Esperar o dia amanhecer. Comecei a respirar fundo, tentando me acalmar e me focar em outra coisa, ignorando as sensações que ela, mesmo adormecida, despertava em mim. E olha que não era tarefa fácil, pois o quarto estava impregnado com o cheiro lascivo do sexo que havíamos feito. Fechei os olhos e me obriguei a relaxar... Algumas horas depois...
Eu ainda estava dormindo quando escutei ao longe, um clique discreto. Fazia tanto tempo que eu não dormia bem, que sequer me incomodei com aquilo. Tudo que eu queria estava bem ali, ao meu alcance... Minha mulher nos meus braços. Seu corpo macio colado ao meu, seus cabelos cheirosos espalhados sobre o meu peito... Se eu pudesse não sairia dali nunca mais. Alguns segundos se passaram, até que ouvi um grito estrondoso...
MAS QUE POUCA VERGONHA É ESSA?! Dei um pulo da cama, assustado como um coelho. — MAITE!!!!
Por um breve momento esqueci completamente de onde eu estava e os movimentos bruscos fizeram com que o lençol escorregasse e caísse, revelando minha plena nudez. Sacudi a cabeça, ainda atordoado pelo sono.
FILHO DA MÃE!!!
Com o coração na garganta, olhei imediatamente para a porta do quarto. O chefe de polícia da cidade estava me encarando parado, bufando, irado, fumaçando, vermelho como uma pimenta e para completar, tinha a mão sobre a arma, em seu coldre. Eu podia jurar que o homem iria enfartar a qualquer momento. O ódio borbulhava em seus olhos e na postura rígida de seu corpo.
Engoli em seco e olhei para May que estava perplexa e muda de espanto, ainda deitada em sua cama.
PAI?!
Oh-oh. Essa não. Engoli em seco. Putz! Era só o que me faltava!
Você não estava de plantão?May perguntou constrangida. Eu fechei os olhos, procurando um buraco para me enfiar. O pai de May era o chefe de polícia?! E acabou de me flagrar na cama de sua filha?! Eu estava pelado... Que maneira maravilhosa de conhecer meu futuro sogro... Deus do céu, eu estava muito, muito ferrado!
Safado, depravado, filho de uma égua! Abra já sua boca e comece a falar seu pervertido de uma figa! QUEM É VOCÊ?!
Calma pai, por favor!
May pediu suplicante.
POR FAVOR, UMA PORRA!
Senhor Perroni, eu posso explicar...
Comecei a falar, morto de vergonha. May me olhou, vermelha até a alma, e me estendeu um lençol. Eu peguei prontamente e me enrolei, ouvindo o gatilho da arma sendo puxado. Imediatamente senti o suor brotar em minha testa.
Você tem cinco segundos para falar seu filho da puta, antes que eu atire e estoure os seus miolos!
Engoli em seco novamente, ao mesmo tempo em que vi May saltando da cama, enrolada num outro lençol e vindo estrategicamente parar na minha frente. Ele olhou para ela e depois para mim. O ódio era nítido em seus olhos. Ele sibilou raivoso e dilatou as narinas como um animal enfurecido.
Pai, por favor, abaixe a arma.
May pediu, mas sem se afastar de mim.
Me dê um bom motivo para fazer isso Maite Perroni. E não adianta ficar na frente do miserável, pois ele é bem mais alto que você. E a minha pontaria é excelente, como você sabe.
May suspirou exasperada.
Quer que eu fique viúva antes do meu casamento?
O velho parou e seu queixo caiu. Acho que a palavra casamento o desarmou inteiramente.
O... O que?!
Isso mesmo que o senhor ouviu pai.
Ele continuou imóvel.
Que história é essa de casamento?
Eu mal respirava.
Wiliam e eu ficamos noivos ontem à noite.
Ela falou e estendeu o anel de brilhantes para que ele visse. Os minutos seguintes pareceram horas. O velho homem caminhou vagarosamente até a cama e sentou recolhendo a arma e guardando. Eu suspirei aliviado e May relaxou.
Wiliam?
Ele perguntou olhando para mim.
Sim, senhor. William Levy ao seu dispor.
Ele estreitou os olhos, desconfiado. May interferiu.
Ele veio até aqui atrás de mim, papai.Não estou gostando May.
E agora? O que eu iria fazer? Resolvi ser honesto.
Bom senhor Perroni, eu vim de Phoenix até aqui porque eu amo demais a sua filha. Sei que a fiz sofrer, mas estou disposto a passar o resto de nossas vidas compensando-a por este terrível engano.
Ele coçou o queixo.
Sei não...
Pai!
Ele fitou May com raiva.
Como acha que eu estou me sentindo ao ver esse daí nu aqui no seu quarto, na minha casa com a minha única filha? Só em pensar o que ele fez com você enquanto eu estava fora de casa...
Ele bradou apertando os punhos com força. Minha pequena ergueu o queixo, num gesto desafiador e eu estremeci. É agora que a porca torce o rabo!
Garanto que ele não fez nada que eu não quisesse! E já faz tempo que eu deixei de ser virgem! Ela só podia estar louca.
Arg!
Meu futuro sogro trincou os dentes e respirou umas quinhentas vezes antes de falar.
Tem certas coisas que um pai não precisa saber mocinha!
Mas foi você quem começou essa briga tola!
Disse altiva e eu me encolhi. O que May estava pensando? Ela queria ver o meu funeral? Porra, o pai dela agora estava ficando roxo de raiva. Ainda bem que eu tinha vindo sozinho, se não o meu irmão iria me zoar o resto da vida!
Meu sogro ficou de pé e com o dedo em riste rosnou:
Olha como fala! Sou o seu pai e você me deve respeito! Além do mais, os dois estão na minha casa, debaixo do meu teto!
Eu não sou mais uma adolescente, pai. Sou uma mulher adulta e dona da minha vida, caso não tenha percebido! Nós não fizemos nada de mais.
Eu ouvi direito? Dei um cutucão de leve nela, antes que a coisa piorasse. May entendeu a mensagem e suspirou, falando em seguida:
Sei que a casa é sua, pai e desculpa pelo que eu disse. Vamos fazer o seguinte, você desce para que nós possamos nos vestir e eu e Wiliam descemos logo em seguida. Ok?
Ele torceu o nariz, me olhou atravessado e em seguida falou:
Eu dou cinco minutos para vocês estarem lá na sala.
May sorriu.
Obrigada pai.
Ele nos deu as costas e saiu. Eu corri apressado para me vestir, o coração quase saltando pela boca a fora.Onde está a minha cueca?
Questionei e ela deu de ombros, divertindo-se com a situação.
Calma, Wiliam. Ele não morde.
Olhei-a cético.
Pior, ele atira e mata.
Ela gargalhou.
E com certeza ainda dará sumiço no meu corpo.
Emendei.
Está com medo do chefe de polícia? Onde está sua coragem soldado? Pelo que eu sei você também atira para matar...
Deixe de bancar a engraçadinha e trate de se vestir.
Completei encontrando a minha boxer.
Ai, que medinho do sogro...
Não tinha uma hora mais infame para piadas do que aquela. Rolei os olhos.
Quer uma situação pior que esta para ele me conhecer? Eu também mataria o filho da puta que estivesse na cama com uma filha minha! Agora seja boazinha e se vista, por favor...
Ok, cowboy. Mas relaxa por que nós vamos apenas conversar...
Você! Eu vou é enfrentar a fera. Por que não me disse que o seu pai era o chefe de polícia?!
Por que você não me deu chance.
Praguejei e ela riu, terminando de se vestir. Me deu a mão e caminhamos juntos para a porta. Que os céus me ajudassem...
Descemos e ele estava sentado na poltrona, com uma cara horrorosa, a nossa espera. Se olhar matasse, não sei o que seria de mim, mas fiz o que tinha de ser feito: parei na frente dele e estendi minha mão.
Muito prazer, senhor Perroni. Sou William Levy, noivo de sua filha.
Ele ignorou meu gesto e voltou-se para May que havia sentado no sofá de dois lugares.
Tem certeza disso filha?
Ela assentiu, enquanto eu continuava com a mão estendida e cara de tacho, parado bem na frente dele.
Tenho certeza absoluta sobre Wiliam. Pai.
Humpf!
Nós vamos nos casar em breve e agora daria para o senhor, por favor, cumprimentar o seu genro?
Não é um pouco cedo para vocês falarem em casamento?
Ele insistiu e May negou veemente.
Não, pai. Eu o amo e vou me casar com ele.
Ele fez um muxoxo com a boca, me olhou, se pôs de pé e apertou fortemente minha mão, me encarando e dizendo:Se partir o coração dela novamente, eu mato você.
Sorri diante da ameaça, pois eu entendia perfeitamente o amor daquele homem por sua filha, mas agora ele teria que dividir May comigo.
Não se preocupe senhor Perroni, eu amo a sua filha. E pretendo fazer tudo o que estiver ao meu alcance para que ela seja feliz.
É bom mesmo rapaz, porque você está levando embora o meu tesouro, o meu bebê, minha filhinha adorada.
Olhei para May e ela estava rubra de vergonha.
Agora venha aqui dar um abraço nesse velho May!
Ela foi até o pai e o abraçou forte.
Você não é velho pai, não fale assim...
Eu te amo querida.
Eu também te amo pai.
Ela me fitou sorrindo e finalmente eu me senti em paz com o mundo e com o meu vazio interior.😅💕
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Misteriosa
Любовные романыWilliam Levy, um homem determinado, forte e solitário marcado por um passado duro e amargo. Maite Perroni, uma mulher linda, decidida e misteriosa. Um encontro breve, inesperado e repentino. Atração, desejo, sedução... Simplesmente acaso ou uma obra...