PDV May
O que eu faria agora? Pense May, pense! Ouvi o carro se afastando e a porta da frente sendo fechada. Eu sabia que em instantes ele estaria ali querendo uma explicação. Boa não, uma ótima explicação! Apenas poucos segundos me restavam. Meu coração estava disparado no peito, minhas mãos suavam e a adrenalina corria solta nas minhas veias. Meus olhos percorreram todo o ambiente e sorrateiramente eu me arrastei e me escondi no banheiro social, pois o primeiro lugar em que ele iria seria o meu quarto, óbvio!
Entrei sem fazer barulho e tornei a fechar a porta. Ouvi os passos dele e esperei ansiosa. Ele andou de um lado para o outro, acho que foi ao meu quarto, ao dele, retornou para a sala... Engoli em
seco. Não demoraria muito para ele perceber que eu estava no banheiro, mas a minha coragem tinha evaporado completamente, então resolvi continuar ali quietinha.
Não sei quanto tempo se passou, mas eu não conseguia ouvir mais nada. Até a minha respiração era inaudível. A casa estava completamente silenciosa. Eu tentava em vão me acalmar, mas só conseguia pensar em como encararia Wiliam depois de ter me comportado como uma adolescente ridícula. Lógico que eu estava com ciúmes, mas que direito eu tinha sobre ele? Absolutamente nenhum, minha consciência gritou.
Seguro morreu de velho... Como eu conseguia me lembrar de um ditado popular imbecil desses e não lembrava nada da minha vida? Suspirei e resolvi esperar mais um pouco... Será que ele tinha ido para o seu quarto? Eu não conseguia escutar absolutamente nada, mas também não podia passar a noite ali, com a camisa dele e me escondendo como uma criança arteira. Um relógio fazia tanta falta às vezes... Resolvi esperar mais um pouco......
Não sei quanto tempo havia passado, mas a minha ansiedade crescia a cada segundo. Não aguentava mais ficar ali, trancada, acuada. Então, me enchi de uma falsa coragem e girei lentamente a maçaneta. A porta veio sem ranger e eu agradeci muito a Deus por isso. A escuridão era total lá fora e eu arrisquei pôr a minha cabeça para fora, espiando para os dois lados do corredor, permitindo que meus olhos se acostumassem ao breu em que a casa se encontrava. Nem sinal dele. Sorrindo aliviada, suspirei e dei dois passos para fora quando a voz rouca dele, vinda da sala de estar, me atingiu em cheio, me fazendo paralisar.
Um bom soldado pode passar dias espreitando o inimigo...
Eu estava estática, sem mover um músculo. Agora ferrou. Meu coração batia tão alto que sinceramente achei que ele poderia escutar. Minha respiração estava presa na garganta, eu não conseguia me mexer.
E eu sempre fui um bom soldado Maite... O melhor que a corporação podia ter... sagaz, astuto, destemido e determinado.
Jesus! O que ele estava querendo dizer com isso? O que eu ia fazer agora? Fui pega no flagra e pelo jeito ele não ia deixar aquilo barato...
Tsc, tsc. Pensei que você seria um pouco mais durona nesse seu joguinho de esconde-esconde, Srta Perroni...
Wiliam...
Shhhh... Quietinha...
Ele falava com uma voz mansa demais, tranquila demais e aquilo estava me dando nos nervos. Meu coração a esta altura já estava na garganta, prestes a saltar pela boca. Percebi seu vulto alto se
aproximando e recuei dois passos. Ele estava perigosamente próximo.
Nem pense em fugir Maite, — ele falou numa voz baixa e rouca.
A tensão era grande. Mordi meus lábios. Não fugir?! É claro que eu ia fugir! Só não sabia exatamente para onde. Ele se aproximou ainda mais e eu recuei.
Você está na minha casa e a minha mercê e eu lhe garanto que estamos completamente sozinhos...Deus! O que aquele homem ia fazer comigo? Me castigar? Me fazer sua outra vez? Me jogar no chão e me cobrir com seu másculo corpo?! Céus... Diante da expectativa senti minha excitação aumentar, mas mesmo assim me virei com a legítima intenção de correr e sumir das vistas dele.
Eu juro que tentei, mas Wiliam é muito mais alto e mais forte. Minhas pernas se moveram, mas não cheguei a dar nem um passo, ele me agarrou forte e eu pude perceber que estava nu, a sua ereção pressionando fortemente minha bunda. Meus sentidos afloraram, o calor subiu, um formigamento começou a se espalhar em meu ventre, fazendo minha umidade aumentar.
Péssimos movimentos, Maite!
Ele disse na minha orelha com a respiração quente me deixando imediatamente toda arrepiada.
Wiliam, por favor...
Por favor, o que? Hum? Me jogue no chão e me possua?! Eu sei que você quer isso tanto quanto eu, não tente negar!
Em um movimento fluido, me virou de frente, fixando-me contra a parede e batendo os lábios contra os meus. Nossas línguas lutaram, nossos gemidos preencheram o espaço do silêncio. Afastando-se de mim, ele grunhiu:
Não se mexa!
E chutou alguma coisa que eu não identifiquei para longe, no chão. Mesmo que eu quisesse dizer a ele que tinha sido uma brincadeira estúpida, o desejo e a paixão que percorriam meu corpo eram maiores.
Ele voltou para mim, seus lábios mais uma vez esmagaram os meus, e um gemido involuntário brotou na minha garganta quando sua ereção foi fortemente pressionada contra o meu estômago.
O que foi aquilo?
Mordi novamente os lábios, nervosa. — Ficou com ciúmes? Diga Maite!
Ele falava com os lábios colados nos meus. O meu corpo começou a agir por instinto e minha perna foi envolvida em torno dele, pressionando-me mais contra a sua excitação, minhas mãos encontraram seu bagunçado e sexy cabelo.
O que estava pensando ao chegar à sala usando apenas minha camisa? Queria me provocar?
Wiliam...
Saiba que conseguiu mocinha!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Misteriosa
RomantizmWilliam Levy, um homem determinado, forte e solitário marcado por um passado duro e amargo. Maite Perroni, uma mulher linda, decidida e misteriosa. Um encontro breve, inesperado e repentino. Atração, desejo, sedução... Simplesmente acaso ou uma obra...