Capítulo 2

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Maite Perroni.
Eu estava sentada, com os olhos fechados fazendo a respiração diafragmática que Daniel havia me ensinado, esperando que aquilo me acalmasse quando aquela voz rouca, sexy e penetrante me fez pular de susto. O mesmo homem lindo em quem eu havia esbarrado acidentalmente se encontrava ali parado junto ao meu assento pedindo licença para sentar.
Levantei desajeitada e fui para o corredor esperando pacientemente que ele se acomodasse. Era só o que me faltava! Ele seria o meu acompanhante durante a viagem a Phoenix e do jeito que eu estava nervosa terminaria tendo uma crise de pânico ou um chilique na frente daquele deslumbrante desconhecido. Imagina só o tamanho do mico... Eu não queria nem pesar!
Quando ele colocou o cinto eu respirei profundamente e retornei para o meu assento no avião, afivelando o meu. O silêncio estava um tanto desconfortável e acho que ele também percebeu, pois começou a falar logo em seguida.
Está nervosa? Perguntou.
Sim. — Respondi olhando fixamente para as costas da cadeira na minha frente.
Não está acostumada com aviões, — Ele disse com sua voz rouca e uma calma irritante. Eu podia sentir seus olhos cravados em mim.
Além de bonito também é petulante, pensei. Virei-me para ele antes de falar.
Se está perguntando se é a minha primeira vez num avião, a resposta é não. Já voei diversas vezes, mas infelizmente não consigo me acostumar. — respondi tentando ser educada e polida.
Tente lembrar que aviões são o meio de transporte mais seguro que existe atualmente. A propósito meu nome é William Levy. — Ele disse isso e sorriu para mim estendendo a mão.
Eu parecia uma pomba lesa. Estava embasbacada diante de tanta beleza e senti o meu coração acelerar e a minha boca ficar seca. Demorou alguns segundos para o meu cérebro processar a informação, estender a minha mão e apertar a dele... Mas antes eu não tivesse feito isso. Uma corrente elétrica se apoderou de nós e me fez soltar a mão dele rapidamente. Olhei para ele surpresa e pude perceber a mesma surpresa em seu rosto.
Mas. Que. Droga. Foi. Aquela?
Eu... Eu sou Maite Perroni.

Muito prazer Maite. Está indo a Phoenix a passeio ou a negócios?
Negócios. E você?
Ele encostou-se ao assento, relaxando.
Estou voltando pra casa. Eu moro lá, numa fazenda próxima a cidade.
Hum-Hum. — Assenti com a cabeça.  Com o que você trabalha Maite?
Por que ele estava fazendo tantas perguntas? Será que não poderia ficar quieto e me deixar em paz? Nós já estávamos quase decolando...
Por que quer saber?
Perguntei dando um sorriso tímido.
Essa é uma boa pergunta...
Ele respondeu desviando os olhos por alguns instantes. Resolvi responder logo e saciar a curiosidade dele de uma vez. Quem sabe depois ele me deixava em paz...
Trabalho com antiguidades. Tenho um pequeno antiquário em uma cidade de Washington.
Olhei para ele que me estudava com atenção.
Washington?
Ele perguntou curioso.
Sim.
Você mora lá...
Isso mesmo.
Então deve gostar um bocado de chuva...
Baixei a cabeça com o comentário dele, disfarçando um sorriso.
Se quer mesmo saber eu odeio o frio, a chuva, a umidade, o tempo chuvoso...  Então por que mora numa cidade assim?
É meio complicado. — falei tentando ver se ele desistia do assunto...
Tenho certeza de que consigo acompanhar perfeitamente...
Nesse instante fomos interrompidos pela comissária de bordo que lia os avisos de praxe e pedia que todos permanecessem sentados em seus lugares e com os cintos de segurança. Gelei, tremi e suei frio, encostando as minhas costas no encosto e afundando na cadeira. Ele notou claro, mas não disse nada. E graças a Deus não me tocou de novo, pois eu não sabia de que forma iria reagir.
Depois da horrível sensação do vácuo da aeronave na subida, eu comecei a relaxar e ele voltou a falar.
Então não vai me contar?
Olhei para ele confusa com aquelas palavras.
Sobre o que?
Por que mora no Estado mais chuvoso do país se não gosta de chuva...  Ah, isso.
Sim.
Ele sorriu e eu quase desfaleci. Ele tava me paquerando, flertando comigo???? Não podia ser... Ele era deslumbrante e eu era apenas uma moça simples e bonitinha... O que havia de tão intrigante nesse cowboy?

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