⚜Capítulo 10: Desabafo⚜

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Acordei no meio da madrugada perturbada por pesadelos.

Com um copo do melhor vinho em minhas mãos e encarando escuridão da floresta através da janela, eu pensava no rei. 


- No que pensa? – Haldir  perguntou pelas minhas costas.

- Bom... a vida. A estrelas nós trás lembranças.

- Está apaixonada por Thranduil?

Ainda encarando o céu estrelado franzi o cenho. Não olhei para Haldir, mas ele percebeu minha perturbação.

- Não... claro que não.

- Porque não és casada, senhorita? És uma bela jovem em idade de ter sua família.

Minhas bochechas esquentaram e todas as minha intenções de conversar com ele olhando-lhe nos olhos foram abafadas.

- Bom... Eu tenho um pretendente. Mas...

- Não o ama. - Ele completou.

Baixei a cabeça e encarei o chão.

Ouvi Haldir suspirar.

- Nós, elfos, casamos por amor. Deveria ser o mesmo com os edain, os filhos do Sol.

- Eu me casarei por conveniência. Acredito que poderei amar Tahile com um tempo.

Olhei nos olhos dele.

- E você, general, já foi casado?

Observei desconsertada o leve sorriso no canto dos lábios de Haldir.

- Não, nunca me casei. Porém tive uma noiva a qual amei com toda a força da vida que possuo.

- O que aconteceu?

- As circunstâncias qual nos separou fugia do nosso controle.

Eu via  sinceridade e pureza no rosto de Haldir, virtudes quais eu não conseguia ver através da face do rei qual eu enxergava além da profunda frieza uma brasa viva esperando apenas para ser soprada para que ele mesmo fosse consumido palas chamas.

A conversa me aproximou de Haldir ao mesmo tempo que eu sabia que ele estava  longe de mim em tudo que fosse possível imaginar.

Meu coração bateu mais forte quando o general levantou a mão à acariciar uma mecha do meu cabelo platinado deslizando as leves ondas pelos longos dedos. E o alerta do limite alfinetou minhas temporas.

- A guerra contra Sauron e sua horda  nos separou. Como general fui obrigado a deixá-la.

- O que aconteceu?

O elfo ficou em silêncio. Ainda acariciando as mechas do meu cabelo ele parecia longe dali.

-  Os elfos tem fama de recatados entre as mulheres da cidade.

Haldir sorriu timidamente.

- E somos. – Ele disse ainda com sorriso dirigido aos meus olhos. – As atos matrimoniais costumamos  consumar após os votos, não antes.

- Não é diferente de nós. Costumamos fazer o mesmo. Porém, há aquelas moças que não esperam. Mas isso é mais por tradição, na verdade os homens não se importam muito.

- Para os Eldar é mais que uma simples tradição ou honra preservar a pureza, a virtude de uma moça e a nossa própria.

- Interessante.

- Nós elfos apenas nos deitamos com a Escolhida... – ele parou por alguns instantes tentou livrar-se de seus pensamentos com um suspiro profundo:

– Ela, a Escolhida, torna-se o nosso Mundo, nossa própria vida. De repente não é mais a atração da terra que nos  firma no chão, ela sim. Ela é a razão de nossa existência, se ela se for nós nos tornamos nada, andaremos sem rumo, sem destino, sem esperança, sem amor. Sem ela será melhor escolher a morte que a vida, pois sem ela a nossa vida imortal torna-se sem sentindo.

Rei ThranduilOnde histórias criam vida. Descubra agora