Standing there, killing time

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Billie e Finneas
22/05/2020
Lugar desconhecido

Finneas havia acordado em um lugar diferente do qual ele estava acostumado, não no seu quarto, não na sala do doutor, e sim no que parecia ser um leito de hospital. Ele estava deitado numa cama, seu corpo estava levemente dolorido, sua cabeça como sempre doendo. Ele levantou a mão até a testa e sentiu um curativo, ele estava curioso para saber o que aconteceu, porém seu corpo parecia estar imóvel.
Ele finalmente conseguiu se mexer com dificuldade, foi quando notou que sua camisa branca estava com manchas vermelhas, sangue...o sangue que escorreu de seu nariz.
Ele olhou para a direita, e viu que havia uma garota ali, deitada na cama ao lado, em um sono profundo enquanto recebia soro. Ele pensou  que ela devia ter sofrido algo grave.

Finneas se levantou da cama e foi até um espelho que estava pregado na parede, e viu o quanto sua aparência estava horrível: olheiras abaixo de seus olhos, o cabelo bagunçado, a camisa suja de sangue. O curativo em sua testa tinha uma mancha vermelha, já o seu nariz estava limpo, nem parecia que havia sangrado, alguém andou cuidando dele, e essa pessoa com certeza não era Morton.
Logo uma lembrança veio á cabeça de Finneas quase como uma pancada, Billie...ele tentou defender a irmã do doutor, e o mesmo chutou a cabeça dele, mas aonde estava Billie agora? Finneas pensava o pior, o que Morton podia ter feito a ela, ele não queria nem imaginar.
Ele ficou puxando os cabelos ruivos de tanta preocupação que estava, logo a garota do seu lado se mexeu, havia acordado. A menina encarou Finneas, e logo tudo ao seu redor.

-oi...- ela disse com a voz rouca.

-oi. - Finneas respondeu.

-aonde eu estou?

-eu...eu não sei.

A menina se ergueu devagar, ainda reparando aonde estava.

-como você chegou aqui? - ela perguntou.

-eu levei um chute na cabeça de um dos doutores. - Finneas respondeu apontando para o curativo.

-ah...eu sinto muito.

-pelo menos eu estou vivo. - disse ele sorrindo, a garota também sorriu.

Eles ficaram um tempo em silêncio já que não sabiam aonde estavam, e a porta da sala estava trancada, só havia uma pequena janela que dava vista para um corredor vazio.

-então...qual é o seu nome? - perguntou Finneas, se sentando na cama.

-ah...eu...para falar a verdade não sei o meu nome verdadeiro, mas a dra. Hopkins me chama de Claudia.

-Claudia? - Finneas abriu um sorriso.

-sim, qual é o motivo do sorriso? - perguntou a menina também sorrindo.

-é que...Claudia é o nome de uma pessoa muito especial para mim.

-sua mãe?

-não, é...a minha namorada, eu...sinto muito a falta dela.

-ah...eu também sinto falta do meu namorado, o nome dele é Ethan, não sei se ele sente a minha falta também.

Eles voltaram a ficar calados por alguns segundos, até a garota falar.

-então...você não me disse seu nome.

-ah, sim, meu nome é Finneas.

-gostei, Finneas, é um belo nome.

-obrigado. - Finneas disse soltando uma pequena risada.

Ele reparou nos olhos de Claudia, ela tinha olhos claros, verdes bem nítidos, seu cabelo era curto, ficava acima do ombro e era castanho claro, ela aparentava ter dezesseis a vinte anos de idade.
Logo eles ouviram a tranca da porta se abrir, e assim dar passagem para uma mulher loira, alta, que tinha uma prancheta em sua mão.

-já acordaram, ótimo. - ela disse sorrindo. - sou a doutora Lena Hopkins, para ser mais direta sua doutora. - ela apontou para Claudia.

-já você, é paciente do Morton, mas eu resolvi salvar você dele. - ela disse apontando para Finneas.

-me salvar? - perguntou Finneas.

-sabe, eu sou totalmente contra a violência, Morton deixaria você sangrando se eu não estivesse lá, mas eu ainda estou me perguntando por que quis tanto defender a garota que estava no chão, ela é sua namorada?

-é minha irmã.

-bem, eu vim te buscar para levá-lo de volta ao seu quarto.

-a minha irmã está lá? Ela está bem?!

-ei, calma, sim ela está lá e está bem, e eu digo que é melhor vocês manterem os olhos abertos com Morton, ele está de olho na sua irmã, tomem cuidado.

-sim, nós vamos tomar.

-bem, vamos logo. - ela disse saindo.

Finneas olhou para Claudia que estava quieta em sua cama.

-espero que nos encontremos de novo.

-eu também. - ela sorriu docemente, Finneas retribuiu o sorriso, antes de ir atrás da dra. Hopkins.

O salto da doutora fazia baques a cada passo que ela dava, era o único som naquele corredor vazio que ainda era desconhecido para Finneas. Finalmente eles haviam chegado ao corredor que conhecia, ao qual ele sempre percorria depois de voltar da sala do doutor. Quando entrou no quarto, ele pensou que podia até ter voltado para a sua prisão, mas pelo menos Billie estava ali, dormindo tranquilamente na cama dele, provavelmente estava esperando ele chegar. Ele deitou ao lado da irmã e acariciou os cabelos dela.
Estava tudo bem agora, quase como se tivessem voltado para casa.

When We All Fall Asleep Where Do We Go?Onde histórias criam vida. Descubra agora