Alencar

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—Vamos, eu te levo em casa.

—Ah não precisa! —até quando eu continuaria conversando com ele sem saber seu nome?

—Eu insisto. Preciso mesmo levar a Amy para casa. —informou e logo chamou por ela em direção as crianças que ali brincavam.

Uma pequena de madeixas lisas como seda aproximou -se, fiquei encantada com sua beleza, tinha os olhos claro como os dele e uma seneridade incrível.

—Está na hora de ir, você tem aula amanhã. —ele disse segurando em sua mão. —Além do mais, sua mãe já deve estar te esperando.

Por um segundo me ocorreu o lógico.

—Você não é casado, é?

—O tio? Não, não. Ele tá muito machucado para gostar de alguém. —inocentemente a pequena respondeu.

Fiquei intrigada com o que ela disse, no entanto, senti receio em perguntar o caos por trás disso, logicamente teria algum. Mas pelo menos, estava claro a minha dúvida. Talvez.

—Eu não sou casado não, essa encrenca aqui, —ele sorriu para a pequena. —é minha sobrinha Amy.

—Você é muito linda, sabia? —me direcionei à ela que sorria facilmente enquanto caminhávamos pela praça na direção de casa.
—Obrigada. —agradeceu e começou a saltitar em nossa frente brincando com as flores nas calçadas.

—Não se engane com essa carinha de anjo, ela é fogo! —ele comentou distraído para quebrar a tensão que ficou.
—Ah eu tenho certeza disso.

Em meio ao silêncio que pairou de repente, me surgiu a coragem de perguntar, mesmo sabendo o quanto seria estranho, mas uma hora ou outra teria que ser feito.

—Eu sei que é estranho perguntar isso agora, mas... Qual é o seu nome?

Ele sorriu descontraído revelando seu sorriso atraente em meio aquela barba bem desenhada de tons médios, não tão claro, mas também não tão escuro, esse eram os meus pensamentos naquele instante. Não podia me render. Não ainda pelo menos.

—Não, já que eu confesso que também não sei o seu.

Pelo menos assim estávamos empatado e poderia me sentir melhor já que em meus pensamentos, estava me tornando alguém a qual não gostaria de ser.

—Estranho eu te contar tanto sobre mim e não falar justamente o meu nome.

—Tem razão, por isso, —ele parou em minha frente e estendeu a mão. —acho melhor a gente começar de novo. Sóbrios! —fez questão de destacar tal fato.
—Olívia Mercedes.

—Noah Alencar.

Naquele momento, ele já não era tão estranho assim.

—Bom Noah, acho que seria justo eu saber um pouco mais de você, não acha?

Voltamos à caminhar pela calçada sempre de olho na Amy que estava passos á frente.

—Bom, eu sou fotógrafo aqui na cidade e em algumas cidades vizinhas e trabalho em uma livraria aqui perto.

—Fotografia? Eu não diria que é bem a sua cara.

—Na verdade você não é a primeira pessoa que me diz isso, mas eu não me importo.

—E o que mais gosta de fotografar?

—Cada ensaio tem seu charme, mas eu gosto muito de paisagens. Pôr do sol, a lua, chuva... Esse tipo de cenário.

—E eu né tio? —Amy se aproximou. —Eu tenho um montão de fotos que o tio Noah tirou de mim.

—Mas é claro, você é a minha musa. —ele a pegou nos braços e a beijou no rosto. —A minha princesa.

Acaso IndefinidoOnde histórias criam vida. Descubra agora