—Qual é o problema em agradecer um amigo por um favor que ele fez? —Alice me encorajava sorrindo muito pela minha confissão.
—Foi bem mais que um favor.E realmente foi. Eu serei grata à ele por isso, então decidi que seria sensato que ele soubesse a minha gratidão, mas era só isso. Não é que eu não sentia nada por ele, era uma atração louca e intensa de mais, para ser resumida em algumas palavras. Eu só estava confusa e com medo. Só tinha alguns dias que eu havia terminado o meu relacionamento, quer dizer, terminaram por mim e desde aquele dia, decidi que não iria me envolver emocionalmente com ninguém, não queria sofrer mais do que sofri e ainda sofro. Mas quem foi que disse que seríamos obrigados à entrar de cara em uma relação? Obviamente era uma atração e poderia ficar somente nisso. Uma mera atração do acaso.
—Você tem razão. E outra, é só dizer obrigado e voltar para casa, não tem que acontecer nada à mais que isso.
Era fácil falar, mas bem mais complicado resistir. Eu estava procurando desculpas de mais para quem não estava nem um pouco interessada.
—É isso aí. —concordei animada abrindo a porta. —Me deseje sorte.
Foram as últimas palavras que disse e as primeiras que ele escutou.
—Ah... Oi. —o Noah parecia tão surpreso quanto eu.
–Parece que vocês estavam mesmo pensando um no outro. —Alice sussurrou consigo mesmo fazendo questão de demonstrar sua euforia.
—Noah!... —Eu entrei em choque, só tinha decidido ir, mas não havia planejado o que falar. —Oi!
—Você vai sair? Estou atrapalhando? —Ele se desesperou. —Não queria interromper, só passei aqui para ver como estava.
—Não está atrapalhando, eu estava realmente indo falar com você. —noticiei um pouco envergonhada. —
Acho que pensamos o mesmo.
Repeti as palavras de Alice em meus pensamentos, estava meio aérea sem saber o que dizer. Por que mesmo eu fiquei tão nervosa? Não deveria.—Vem, vamos conversar aqui fora. —Ele convidou após um gesto feito com a cabeça.
Concordei em silêncio o acompanhando depois de fechar a porta.
—Eu precisava agradecer o que fez por mim ontem.
Nos sentamos nos degraus da varanda.
—Não precisa agradecer. —Ele comentou me olhando de lado. —Eu jamais à deixaria sozinha com ele e nem com ninguém. Não naquele estado pelo menos.—Eu acabei passando da conta e nem me toquei o que estava acontecendo. —comentei arrependida olhando à um ponto fixo qualquer só para não ter que o olhar diretamente nos olhos, naquele belo par de olhos castanhos.
—Acredito que a culpa não foi sua.
E ele não estava errado.
—Mas obrigada mesmo. —fugi do assunto, não queria ter que ficar remoendo o que aconteceu. —Agora eu acho que já posso parar de fugir de você. —brinquei para descontrair o clima pesado que ficou.
—Então confessa que estava mesmo fugindo?
—É eu acho que não dava mais para negar.
—Tudo bem, eu te entendo. —me olhou diretamente nos olhos. —Apesar de como tudo começou, acho que forcei a barra um pouco.
Ele não forçou a barra coisa nenhuma, foram só circunstâncias do acaso, aliás, e que acaso!
—Eu discordo. Só acho que as coisas aconteceram como tinha que ser.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Acaso Indefinido
RomanceDeterminada a superar o abandono no altar pela pessoa que Olívia pensou ser o amor de sua vida, ela se muda para Gramado na Serra Gaúcha, onde jura focar somente em sua carreira sem se envolver com alguém, estava traumatizada. Meses antes havia pass...