Pacotinho de amor

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— Você está bem? — Noah me chamou a atenção enquanto dirigia pelo trânsito moderado da cidade em pleno sábado. A Emily foi buscar a Amy na casa da babá e o Noah se responsabilizou em me levar para casa, aliás, não sabia se estava preparada para entrar naquela casa. — Parece distante. Está pensando em quê?

— Não é nada. — Fechei meus olhos e apoiei a cabeça no encosto do banco determinada a afastar as lembranças da noite anterior, eu tinha mais com o que me preocupar.

— Liv! — ele me cobrou sinceridade. — Conversa comigo.  Me deixa te ajudar.

Era bom saber que o Noah sempre iria optar por um diálogo saudável ao invés em criar caso ou ficar de bico pelos cantos.

— Eu estou bem Noah, — e estava, só não conseguia esquecer o que houve, mas nada que fosse horripilante demais para continuar vivendo. — Eu só quero esquecer a noite passada. Fingir que nada aconteceu.

— Você sabe que não aconteceu, não é? — ele usou sua mão livre para acariciar a minha mão que repousava na minha perna. — A Emily me disse o que vocês conversaram.

Eu estava nervosa e com a cabeça quente, sempre matei minha ansiedade me ocupando com qualquer coisa ou acabaria comendo sem parar, mas ali dentro daquele carro abafado, não havia muito o que fazer.

— Eu sei, mas tem algo dentro de mim que não me deixa acreditar nisso.

Resmunguei chateada e usando as unhas para aumentar o rasgo no jeans sobre o joelho, estava tão obcecada com isso, que nem percebi que ao alargar o pequeno furinho da calça, já estava ferindo a minha própria pele.

— Liv! — Noah percebeu o que estava acontecendo. —Olívia!

Insistiu freando o carro e me chamando a atenção, mas dessa vez, segurou firme a minha mão, me obrigando a o olhar nos olhos.

Senti um aperto no peito, como se não houvesse ar suficiente para mim ali dentro daquele carro, tentei falar que não estava bem, mas apesar de não conseguir pronunciar palavra alguma, isso estava mais do que claro ao Noah que soltou ambos os cintos certo de que havia algo errado e precisava fazer alguma coisa.

— Liv o que está acontecendo?

Senti minha garganta ferver e um queimor inigualável subir dentro do meu corpo, mal conseguia respirar e minha visão embaçada deixava tudo pior.

— Noah... Eu não consigo... Eu não consigo respirar!

Imediatamente ele saiu do carro e deu a volta, abriu a porta e abriu o zíper da gola da minha blusa canelada com manguinhas curtas.

— Ei respira comigo, devagar.

Noah me acompanhou na inspiração e expiração lentamente até que consegui normalizar a minha respiração depois evidente ataque de pânico. Estava em choque.

— Você está melhor? — ele estava abaixado em minha frente certificando-se que ficaria tudo bem. Havia corrimento de suor por todo seu rosto.

— Agora sim.

Respondi pausadamente ainda me acostumando com o ar novamente passeando pelos meus pulmões.

Acaso IndefinidoOnde histórias criam vida. Descubra agora