Rápido de mais

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—Não é nada Liv,  —Alice fugiu de mim assim como tentou engatar outro assunto. —e quando você vai começar o pré-natal? Ah isso é maravilhoso!

Apesar de saber que havia algo mais, deixei o interrogatório para outro momento, não me faltaria tempo para á colocar contra parede, além do mais, julguei ser algo relacionado com a tal Eliza e como ele se sentia em questão à ela, de acordo com a Emily é claro.

—Eu vou ligar para o doutor Elioth hoje e marcar uma consulta, mas não queria começar nada antes de contar ao Noah. Me sentiria culpada, não sei dizer.

—Ele vai querer participar de tudo, sei que o Noah não vai te deixar sozinha em momento algum.

Estava mais do que claro que a Alice sabia alguma coisa e toda essa certeza só comprovava a minha teoria.

—Espero que sim. —me flagrei passeando com as mãos pela minha barriga de prováveis 8 semanas ou quase isso. —Porque eu não consigo nem descrever o quanto estou feliz. Preocupada, mas feliz.

Saber que não seria possível engravidar me deixou totalmente devastada e apesar de planejar cada etapa importante da minha vida e principalmente quando iniciaria a minha família, ver que talvez não fosse possível, me fez odiar à mim mesma por perder tanto tempo com planejamentos e planos idiotas. Assim que me vi 100% recuperada da cirurgia, não conseguia manter distante de mim os pensamentos sobre ter um filho, talvez dois. Era tudo que eu mais queria, no entanto, jamais imaginei que fosse tão fácil assim.

—Por que preocupada?

Alice me observava em silêncio com um sorriso camuflado em seus lábios rosados enquanto se livrava do moletom laranja canelado, lá dentro de casa não estava frio como lá fora, não um frio de ranger dentes pelo menos.

—Ah eu não sei, está tudo confuso.

Na verdade eu sabia muito bem o que me afligia, só não sabia como dizer isso à ela.

—O que está confuso Olívia? Eu vejo tudo claro como água.

—Eu acabei de chegar na cidade, o Noah e eu começamos um relacionamento faz poucos dias e apesar de ter um pouco de grana guardada, eu não tenho uma carreira promissora e nem uma condição financeira que irá durar. Criar uma criança requer muita responsabilidade e eu não sei se estou pronta.

Eu não estava reclamando, não. Longe disso! Precisa me entender, tudo estava acontecendo rápido de mais e a ficha estava começando à cair.

—Hey, presta atenção. —Ela me chamou a atenção. —Eu nunca irei te desamparar, okay? Estamos nessa juntas!

Que ela estaria ao meu lado não me restava dúvida alguma, mas foi muito bom ouvi-la falar, eu precisava dessa certeza. A abracei com todo carinho que sentia por ela, era mais que uma amiga, a Alice era minha irmã.

Aproveitamos o dia que tínhamos juntas e de folga, e fomos cuidar da casa, fazer uma bela faxina e reabastecer a dispensa, mesmo ela não me deixando fazer quase nada por causa do seu "sobrinho" dizia ela, mas à ajudei com praticamente tudo e fiz o almoço, pelo menos isso ela me deixou fazer sozinha já que ela poderia colocar tudo à perder, eu não estou brincando! Uma vez ela disse que o gato do vizinho comeu a comida dela e morreu por intoxicação, depois disso, nem mesmo ela se atrevia à usar seus dotes culinários.

Era dia de feira e aproveitamos para comprar tudo fresquinho e também para sair de casa, eu não aguentava mais ficar presa. A feira não era muito longe dali, então fomos à pé mesmo e aproveitar para pegar um pouco de sol, não sabia mais o que era isso de tanto tempo dentro de casa ou no hospital, eu detesto hospitais!

Acaso IndefinidoOnde histórias criam vida. Descubra agora