Todo mundo tem o mesmo sonho

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Sempre corri atrás do que desejava e nunca me deixei abalar por empecilhos durante a caminhada, à cada tropeço, erguia a cabeça e recomeçava. Houve erros e arrependimentos pelo trajeto e não me envergonho de falar sobre isso, acontece com todos nós, não há um botão que possamos apertar para passar de uma fase ruim e ir para a vitória em um passe de mágica, então o que nos resta é viver um dia de cada vez, comemorar as conquistas, superar os fracassos e jamais desistir.

Fiquei abalada depois do término com o Charles e jurei a mim mesma que não iria me envolver com outra pessoa, eu estava magoada e sofrendo, foram duas facadas de uma só vez, mas hoje, olho para trás certa de que não era necessário passar por isso, mas passei e estava tudo bem, o meu mundo não iria acabar por isso, mesmo eu pensando que sim, mas na verdade, depois que conheci o Noah, ele estava apenas começando a florescer e ainda nem era primavera.

Foi maravilhoso passar aquela noite com o Noah, estava me sentindo bem ao seu abraço e sorri ao acordar de manhã e o observar dormir ao meu lado. Desejei nunca mais sair dali, só queria ficar por perto, sentir o cheiro único que exalava do seu corpo e me controlar para não o morder carinhosamente para demonstrar o meu amor. Fiquei pasma ao prestar atenção aos meus pensamentos, eu o amava? Estava certa disso.

Como eu poderia amá-lo? Tentei me contradizer ainda surpresa. Eu só o conhecia há alguns dias, só poderia estar ficando maluca! Mas como é que se controla esse tipo de coisa? Hoje eu sei que, nunca é questão de tempo, e sim, da pessoa. Se negasse, estaria mentindo a mim mesma, coisa que eu nunca fiz. Independente da situação, sempre escolhi ser honesta comigo mesma e com meus sentimentos. Não poderia cobri-los com um pano e fingir que não sentia nada. Jamais o faria.

Após se remexer sobre a cama algumas vezes, Noah abriu os olhos e me flagrou o observando, ainda em silêncio ele sorriu e sussurrou um "bom dia" quase sem som. Sua voz estava embriagada de sono e seus olhos claros tentavam se acostumar com a claridade. Aliás, claridade que me fez acordar tão cedo.

—Bom dia! —retribuí acariciando seu cabelo em tons castanho, não muito escuro e em total desordem.

—Dormiu bem? —Noah depositou um beijo suave em meus lábios.

—E muito bem, estava precisando de um bom descanso.

—Tem certeza que está tudo bem? —Noah insistiu preocupado.

—Já estive melhor. — Senti um nó se emboscar em minha garganta. — Mas já passou e vai ficar tudo bem.

Pelo menos por enquanto, a tempestade chegaria quando Noah descobrisse a gravidez. Antes de dormir, pensei bastante na ideia de não contar e talvez criar essa criança sozinha, mas não seria possível já que a Emily sabia e segundo, ele ligaria os pontos, seria óbvio. E claro, eu não estava disposta a abrir mão do Noah, não naquela etapa do campeonato, jamais.

—Tem toda razão. —Noah sorriu satisfeito e se levantou depois de olhar as horas no celular e perceber que estava atrasado. —Droga!

—Ah já vai?

Fiz manha.

—Eu tenho que ir, já estou atrasado! —reclamou enquanto eu tentava o puxar de novo para a cama. —Eu queria poder ficar aqui com você, mas não posso.

—E qual é o problema em chegar atrasado? Você é seu chefe!

Deveria ser incrível não receber ordens e nem reclamações de ninguém. Ainda irei conhecer essa sensação!

—Tecnicamente você tem razão. —Ele me deu um beijo rápido e se levantou. —Mas a Emily é pior que um chefe resmungão.

Ele pegou uma roupa para vestir e foi até o banheiro ainda apressado e todo atrapalhado.

Acaso IndefinidoOnde histórias criam vida. Descubra agora