Notas iniciais:
O fim de um capítulo
nem sempre é o fim
de uma história...******
POV. Lúcia
Acordei cedo como de costume para continuar sendo o exemplo das madres. Fiz minhas higienes pessoais e fui tomar café com todas as noviças.
A tarde eu estava no meu cochilo pós boate noturna quando a madre Tereza bate na porta perguntando se podia entrar, tratei logo de me ajoelhar, pegar minha bíblia e abrir a mesma em uma página qualquer para fingir que estava orando e meditando na palavra e a disse para entrar.
- Você é uma das noviças mais dedicadas daqui querida, como eu queria que todas fossem assim - disse-me serena (mal sabia ela que eu não era mais um exemplo a ser seguido).
- Obrigada Madre, aconteceu alguma coisa? - perguntei.
- Aquele seu amigo veio te ver o que sempre vinha aqui antes do filho de dona Louise.
- O Lucas? - perguntei confusa.
- Sim.
- Tudo bem madre, vou só colocar uma roupa mais comportada e o meu véu que eu chego já lá.
Madre Tereza assentiu e saiu do meu quarto. Fiz o que eu disse que faria e fui lá mesmo sem estar com um pingo de vontade de ver aquele idiota.
Cheguei na sala da Madre Cecília e a mesma nos deixou a sós.
- O que você quer? - Perguntei sem paciência.
- Quero que você me escute.
- Eu não tenho nada para falar com você Lucas - falei simples.
- Lúcia, aquilo não era eu, ela deve ter posto algo na minha bebida e... - o interrompi.
- Não coloque a culpa na bebida, muito menos naquela quenga. Você estava de safadeza com ela por vontade própria. E, se não tiver mais nada para falar comigo eu já estou indo continuar minha meditação.
- Eu não terminei. Você não sabe com quem você está se metendo. Você não pode me deixar assim, você é minha Lúcia e se não for para ficar comigo você não vai ficar com ele nem com ninguém - disse-me com voz de raiva.
- Eu não sou de ninguém Lucas, não sou sua, não sou dele e não sou de mais ninguém, eu sou minha. Não ouse me ameaçar nunca mais. Você também não sabe com quem você está se metendo, eu posso ser muito pior do que aparento porque isso está no meu sangue, é quem eu sou. Você e Charlie são iguais, tudo farinha do mesmo saco. Agora saia daqui e não volte nunca mais - falei e saí.
Me esbarrei com Madre Teresa no corredor.
- Madre, aquele homem está proibido de entrar aqui de novo.
- Minha filha, o que houve? Sabe que não devemos alimentar o ódio em nossos corações, mas sim... - a interrompi.
- Desculpe-me madre se soou que eu estava com ódio ou coisas assim. Mas Lucas me machucou muito, traiu minha confiança da pior forma possível, veio colocar a culpa nos outros sem querer assumir seus erros e ainda me ameaçou.
- Ô minha filha, eu não sabia, vou avisar aos seguranças para não deixar mais ele entrar.
- Obrigada Madre - falei e fui ao meu quarto.
A noite, após a ronda noturna me arrumei com as meninas e, após receber uma mensagem de Charlie, fomos a boate do mesmo.
Chegamos lá fui direto ao seu escritório.
- Oi, estou incomodando? - perguntei.
- Não, você não me incomoda. Entra - disse apontando para que eu me sentasse na cadeira a sua frente - O que houve? - perguntou-me.
- Lucas esteve hoje lá no convento, me pediu desculpas colocando a culpa na mulher e, quando eu mandei ele não voltar mais, ele me ameaçou. Claro que eu não paralisei de medo e o enfrentei também, mas sem você e os meninos aqui daqui a uma semana eu não vou estar segura Charlie - falei soltando um suspiro de frustração.
- Eu vou matar aquele desgraçado - Charlie falou com uma calma que arrepiou até a minha alma, pois eu sabia que aquilo era fachada e que ele explodiria mais cedo ou mais tarde.
- Não, você não vai. Gente assim se sabota sozinha - falei e vejo Charlie revirar os olhos e respirando fundo.
- Aquela mulher veio aqui hoje e disse que Edward tinha marcado há uma semana uma entrevista com ela hoje, eu disse que não contratamos pessoas com marcas no corpo, ainda mais de bala para não assustar os clientes, ela disse que não era como prostituta e eu a mandei voltar amanhã.
- Por mim tanto faz Charlie, contrate-a ou não, o bar é seu. Eu só vim aqui porque eu quero voltar com você para a Mansão - falei afundando meu rosto em minhas mãos.
- Amanhã mesmo eu vou ao convento falar com a madre e dar um desdobro nela para você voltar comigo.
- Obrigada.
Fiquei mais algum tempo deitada no sofá do escritório da boate com Charlie trabalhando em sei lá o quê e acabei adormecendo. Acordei com Charlie dando beijos em meu pescoço e fazendo arrepiar inteira. Abri meus olhos e ele estava com um sorriso enorme no rosto.
- Charlie, não é porque eu vou voltar para a mansão com você que o que a gente tinha vai continuar acontecendo, por mais que eu tenha a sensação estúpida de segurança ao seu lado eu não confio em você, não como um homem para mim. E eu não quero continuar me decepcionando com você por causa das fantasias idiotas que eu criei de você, porque o que você é e faz não combina nenhum pouco comigo - falei sem mais delongas a fim de deixar tudo claro antes da viagem.
- Eu sei Lúcia, mas eu mudei muito desde que você foi embora e vou te provar isso. Agora já está tarde e você precisa voltar ao convento antes que as madres acordem - disse-me sereno.
- Tudo bem - falei e saí de seu escritório com ele após o mesmo trancar tudo.
Ah! Charlie, assim você acaba com as barreiras que eu criei para o meu coração.
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Notas finais:
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I'm not Holy - 2° temporada
ActionMuita coisa mudou desde que um cruzou o caminho do outro. Muita coisa foi feita e dita e algumas coisas se perderam. Ela já não é tão doce e ingênua como antes. Ele já não é mais tão insensível como costumava ser, mas, apesar de tudo, ele tem um úni...