POV. Charlie
Cheguei na boate e mandei mensagem para Lúcia avisando que já estava lá e perguntando se ela não iria. Quase na mesma hora ela me responde dizendo que estava a caminho e pouco depois ela bate na porta do meu escritório.
Não sei se fico feliz ou com raiva, feliz por ela querer voltar comigo para a mansão ou com raiva porque aquele imbecil a ameaçou. Minha vontade era de sair daqui e papocar a testa dele agora mesmo, mas me mantive calmo o suficiente para que Lúcia não se assustasse com minha raiva e desistisse de ir embora comigo, mas o que é dele tá guardado, e muito bem guardado.
Depois da conversa Lúcia ficou deitada em meu sofá e acabou adormecendo. A acordei quando vi que já eram três horas da madrugada e a levei junto com suas amigas de volta para o convento.
Era difícil acreditar que a mulher forte que Lúcia se tornou veio de um lugar tão tranquilo e pacífico como um convento, mas isso era o que a deixava ainda mais foda.
Saí cantando pneu e fui direto para o hotel, mandei mensagem para aqueles cuzões dizendo que já estava no meu quarto e que iria dormir mais cedo. Escutei James dizendo que sabia como eu ia dormir e os outros começaram a rir, mandei os mesmos irem tomar no orifício anal deles e desliguei.
Comprei a primeira passagem de avião disponível para amanhã logo cedo, tão cedo que Lúcia precisaria dormir no hotel comigo e, como está sem quarto vago, teria que ser no meu.
Vi uma passagem às 3hs e era exatamente essa que eu iria comprar, primeiro que ia ser bem mais tranquilo, segundo que meu jatinho teve que voltar porque dona Louise queria visitar a irmã dela que mora nos confins de Judas.
Após comprar às cinco passagens eu larguei meu Macbook de lado e fui dormir.
Acordei com uma dor de cabeça infernal às duas da tarde. Tomei um bom banho demorado na banheira, vesti a primeira roupa que eu achei na minha mala, desci até o restaurante para almoçar, comi algo que eu pedi apenas porque era o mais caro e eu queria esbanjar dinheiro já que eu voltaria de madrugada para minha casa. Subi de volta para o quarto, escovei os dentes, peguei meu rolex, coloquei minhas correntes de ouro e fui em direção ao convento.
Já passavam das quatro da tarde enquanto eu aguardava a madre Cecília terminar de fazer sei lá o quê para ir me atender.
Após muita espera a madre finalmente veio me receber, com um sorrisinho cínico no rosto.
- Olá meu filho, desculpe-me a demora, essas noviças me dão muito trabalho, mas a que devo a honra dessa visita? Soube que o senhor pediu para falar comigo ao invés de visitar Lúcia.
- Tudo bem, a senhora não demorou muito. Bom, como a senhora sabe, Lúcia morou lá na casa da minha mãe antes de voltar para cá, mas hoje depois do almoço recebi uma ligação de casa dizendo que minha mãe está muito doente e só quer ver Lúcia, eu acho que pode ser saudade, tem tanto tempo que elas não se veem nem se falam e minha mãe ficou muito ligada a Lúcia quando ela ficou lá conosco. Eu estava preocupado com ela porque antes de eu viajar ela já vinha ficando doente direto, mas me informaram que agora ela está pior. E eu estou temendo que ela não suporte de saudade e não continue mais entre nós - fiz uma pausa e abaixei a cabeça apertando os olhos para ver se eu começava a chorar e não é que deu certo? - Eu até já comprei as passagens, se Lúcia puder apenas ir vê-la eu já fico feliz e tenho certeza que a minha mãe também.
- Sinto muito pela sua mãe querido, espero de coração que ela melhore. Vou chamar Lúcia para vocês comversarem e você esclarecer a situação con ela. Se ela não quiser ir eu não posso fazer nada.
- Eu sei madre, mas antes de falar com ela eu precisava falar com a senhora que a acolheu com tanto carinho e vem me recebendo tão bem também, não tenho palavras para agradecê-la por tudo que fez e tens feito por Lúcia todos esses anos.
- Obrigada querido - disse-me e pegou o telefone para pedir a alguma das outras madres que trouxessem Lúcia.
Fiquei conversando sobre coisas aleatórias com a Madre Cecília quando somos interrompidos com batidas na porta, seguidos de um "com licença" de Lúcia. Falei tudo aquilo que eu tinha dito a madre a Lúcia e a filha da puta fingiu direitinho, até chorou de preocupação com a minha mãe na frente da madre.
- Lúcia querida, a escolha é sua, você decide se vai para lá ou se fica, mas considere ir, pode ser o último pedido da mãe dele ou você pode ajuda-la a se recupar e evitar que esse jovem rapaz fique órfão - neh que a madre tava do meu lado mesmo rapaz...
- Eu vou sim Madre, dona Louise sempre foi muito boa comigo, é tão injusto tudo isso estar acontecendo com a mesma - Lúcia disse suspirando.
- Vá arrumar suas malas querida, ele comprou as passagens para logo cedo, não tem como ele vir te pegar de madrugada aqui.
- Tudo bem Madre - disse e saiu da sala para ir arrumar as coisas.
Fiquei mais uns 30 minutos conversando com a Madre quando Lúcia m volta com a mala que ela levou de lá de casa.
- Tchau Madre, sentirei saudades, dependendo do estado de dona Louise eu vou procurar um convento ou uma igreja mais próxima para ir e continuar nos caminhos do Senhor.
- Amém minha querida, que Deus a abençoe e que a sua mãe Charlie melhore logo fé em Deus.
- Obrigada - eu e Lúcia falamos em uníssono e saímos dali o mais rápido possível.
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Notas finais:
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I'm not Holy - 2° temporada
ActionMuita coisa mudou desde que um cruzou o caminho do outro. Muita coisa foi feita e dita e algumas coisas se perderam. Ela já não é tão doce e ingênua como antes. Ele já não é mais tão insensível como costumava ser, mas, apesar de tudo, ele tem um úni...