Notas iniciais:
Contratempo
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POV. Charlie
Tudo estava correndo muito bem, Lúcia estava no andar da sala do cofre aguardando eu e meus homens limparem os caixas eletrônicos para a outra metade ir ao encontro dela.
Ouço portas e trancas serem destravadas, mas não tenho como saber de que lugar cada um dos sons vem por estar conectado com todos ao mesmo tempo.
De repente, ouço sons de tiro e meu coração fica apertado.
"O que aconteceu?" - pergunto aguardando resposta.
"Foi no andar de Lúcia, mas o prédio está sem nenhum segurança do banco, alguém desligou as câmeras do andar dela. Temos um traidor entre nós" - disse Thomas desesperado.
"Estamos em uma linha só nossa, não é?" - perguntei trincando o maxilar.
"Sim, só James e Edward podem nos ouvir" - respondeu.
"Vocês já sabem o que fazer neh? Precisamos ir ver que porra está acontecendo" - falei.
"Estamos a caminho, aqui está tudo ok" - responderam em uníssono.
"Charlie, você sabe que precisa manter a calma se quiser ajudar ela, não sabe? Nossa Lúcia é mais inteligente do que parece, ela está pronta para qualquer tipo de situação" - disse tentando me acalmar.
"Eu sei porra, mas eu tô preocupado" - digo suspirando pesado.
"Então vai lá salvar a nossa freirinha, se não dona Louise te mata" - disse-me calmo.
"Tenta falar com ela para saber o que está acontecendo" - falei e continuei andando até onde ela estava.
Os segundos seguintes foram os mais longos da minha vida, eu estava angustiado, temia o pior e para piorar Lúcia não respondia um único oi. Ouço mais tiros que agora eu sabia que era do andar dela e corro para chegar o mais rápido possível.
"Charlie, estamos com Lúcia, ela está bem, só está sem o comunicador, sua dama fez um estrago da porra aqui" - disse James.
"Como assim um estrago?" - pergunto confuso.
"Quando você chegar aqui você vê" - diz e desliga.
Andei o mais rápido que eu conseguia com minha guarda alta, se tinha algum traidor entre nós então ninguém estava seguro aqui.
Pouco tempo depois cruzo as portas do andar de Lúcia, cara aquilo parecia cena de filme de terror. Tinham uns 20 corpos, as paredes e o chão estavam banhados de sangue.
O que porra aconteceu aqui?
Vejo meus homens retirando os corpos, levando os sacos de dinheiro para a van que estava do lado de fora e minha Lúcia com os meninos.
- O que houve? - pergunto puxando Lúcia para o meu abraço.
- Está tudo sob controle, eu estou bem e, cara, eu amei. Se isso foi um teste eu espero ter passado com louvor - ela me responde sem um pingo de emoção em sua voz.
- Não foi um teste amor, você está bem mesmo? Te machucaram? - pergunto preocupado.
- Sim Sr. Kiefer, estou bem, depois conversamos, aqui não é lugar, sem falar que não temos muito tempo, creio eu que perdemos a maior parte do tempo com esse contratempo aqui - ela responde.
- Está certa, conversamos no galpão - falei e saí puxando Lúcia comigo.
Saímos o local e fomos direto para o galpão. Lúcia estava quieta e não olhava para mim, estava olhando o nada pela janela.
Parei o carro em frente a porta do galpão e Lúcia desceu do carro sem me esperar. Fui atrás dela e a levei até um banheiro para que pudéssemos tomar banho e trocar de roupa, claro que levei também a mochila com nossas coisas, nunca que eu ia deixar ela passar de toalha para que aqueles marmanjos ficassem babando em cima dela.
- Você está bem mesmo? - perguntei receoso.
- Sim, quando sairmos do banheiro nós conversamos, eu só quero me limpar agora - disse-me se despindo e entrando embaixo do chuveiro.
Não insisti mais e a ajudei a se limpar, percebi que ela estava ferida, pois assim que passei sabão ela fez uma careta, ela me ajudou também, e quando terminamos o banho peguei o kit de primeiros socorros que tinha em minha mochila e fiz um curativo de leve em seu braço. Logo estávamos vestidos, ambos com calça moletom, mas eu coloquei uma camisa folgada sem manga e Lúcia colocou uma mais apertada com uma manga curta. Coloquei a roupa suja em uma sacola de lixo, a mochila com nossas coisas nas minhas costas e saímos de mãos dadas. Joguei a roupa suja no barril que quando todos se limpassem iríamos queimar. Sentei em uma poltrona com Lúcia em meu colo.
- Vai me contar o que houve? - perguntei em seu ouvido.
- Sim - disse suspirando - Eu estava colocando o dinheiro nas mochilas como combinado, senti o cano da arma na minha cintura e alguém dizer que eu ia morrer por estar no caminho de alguém. Eu não sabia o que fazer, estava de costas, minha arma estava destravada em minhas mãos como você me ensinou, mas qualquer movimento meu ele dispararia, no espaço de tempo que ouvimos um ruído e ele se distraiu eu me virei e atirei nele sem nem pensar, sua arma disparou quando ele caiu, acho que foi nesse momento que me machuquei, mas logo as luzes estavam apagadas e ouvi passos se aproximando, saí de dentro do cofre torcendo para não esbarrar em ninguém e só depois de estar atrás de alguma coisa eu peguei aquele óculos de calor. Os ouvi conversando sobre ver se o serviço foi feito e saí atirando em cada um deles que perguntava onde a vadia estava escondida. Eu nem pensei. Ouvi você falando comigo, mas se eu respondesse eles saberiam onde eu estava. Quando as luzes voltaram vi que um se rastejava e saí atirando em cada um deles novamente, até que os meninos me encontraram - disse-me simples.
- Você foi muito corajosa, ainda bem que te dei o silenciador e os óculos. Você foi perfeita amor - falei selando seus lábios sentindo suas mãos em volta do meu pescoço.
Afastei nossos lábios com relutância, pois sabia que todos naquele galpão estavam nos olhando.
- Eu te amo - sussurrei no pé do seu ouvido enquanto a abraçava, me certificando de que só ela escutasse.
- Eu também te amo - sussurrou de volta.
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Notas finais:
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I'm not Holy - 2° temporada
ActionMuita coisa mudou desde que um cruzou o caminho do outro. Muita coisa foi feita e dita e algumas coisas se perderam. Ela já não é tão doce e ingênua como antes. Ele já não é mais tão insensível como costumava ser, mas, apesar de tudo, ele tem um úni...