Muita coisa mudou desde que um cruzou o caminho do outro.
Muita coisa foi feita e dita e algumas coisas se perderam.
Ela já não é tão doce e ingênua como antes.
Ele já não é mais tão insensível como costumava ser, mas, apesar de tudo, ele tem um úni...
Eu estava impressionada com o poder de persuasão de Charlie, claro que eu não fiquei para trás e atuei também, precisava parecer real e precisávamos convencer a Madre de que a mãe dele realmente precisava de mim.
Depois de muito teatro conseguimos convencer a madre, parecia até que ela gostava mais dele do que em mim, mal sabe ela o que ele faz.
Saímos do convento e fomos para o hotel em que Charlie estava.
- Tem um quarto disponível apenas pelo resto do dia para a senhorita? - Charlie perguntou ao recepcionista.
- Não senhor, todos os quartos estão ocupados - disse o recepcionista receoso.
Vi a raiva em Charlie começar a crescer por ter sido contrariado e eu seguro em seu braço.
- Está tudo bem, vamos partir daqui a algumas horas, eu fico no seu quarto. Estou muito cansada para discutir. Vamos subir, preciso de um banho e de algumas horas de sono - falei tranquila.
- Você tem certeza? Eu posso... - o interrompi.
- Sim, eu tenho certeza, agora vamos.
Subimos e eu fui direto para o banheiro, Charlie deixou minha mala em algum canto do quarto do qual não me recordo. Tomei um banho semi relaxante de banheira e resolvi provocar um pouquinho, coloquei o roupão por cima da lingerie e o fechei. Fui para o quarto e Charlie estava falando ao telefone, quando me viu abriu um sorriso lindo e continuou focado na conversa. Liguei o ar-condicionado e fui fechar as janelas do quarto. Cheguei ao pé da cama e tirei o roupão, ficando apenas com minha lingerie minúscula. Vi pelo canto do olho quando Charlie parou o que fazia e me observava, eu fingi que não vi e me deitei, me cobrindo logo em seguida.
Estava cochilando já quando sinto Charlie deitar ao meu lado, me abraçar pela cintura e sussurrar um "Você não faz ideia do quão louco você me deixa Lúcia, eu te amo e ainda vou te ter de volta". Meu coração parecia que ia sair pela minha boca, mas não posso demonstrar que estou acordada nem confiar em você tão facilmente baby, então apenas foquei em meu sono e adormeci.
Acordei com Charlie beijando meu pescoço, olhei no relógio do criado mudo ao lado da cama e era 1h. Eu queria resistir a ele, mas eu estava com tanta saudade e ele sabia fazer exatamente do jeito que eu gostava.
Charlie beijava meu pescoço enquanto suas mãos me acariciavam com urgência. Soltei um gemidinho baixo e sua mão achou minha intimidade.
- Charlie, eu não... - ele me interrompeu.
- Me deixa sentir você uma última vez Lúcia, prometo te deixar em paz assim que pousarmos em Manhattan - disse enquanto seus dedos brincavam com minha intimidade me fazendo arrepiar e me odiar por ter provocado ele indo dormir quase sem nada.
Eu não o respondi, apenas me virei para ele e o beijei com urgência e saudade. Dava para sentir na forma em que ele me tocava que nós dois precisávamos um do outro.
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Depois de tudo, ainda tomamos banho juntos e fizemos uma rapidinha no chuveiro. Eu me odiava por ser tão fraca assim com ele. Nos secamos, cada um vestiu suas roupas e Charlie pediu para entregarem comida no quarto para nós dois. A comida chegou, comemos, conferimos se estava tudo nas malas, encontramos os meninos no saguão do hotel (que ficaram sem entender nada por eu estar lá e por estarmos indo embora tão cedo) e fomos até o aeroporto.
- Eu ainda não entendi como você convenceu Lúcia a voltar seu cuzão - disse James confuso.
- Na verdade, eu que pedi para voltar com vocês - falei e fui interrompida com a chamada do nosso vôo.
Nos dirigimos até a classe VIP do avião e, sem surpresa nenhuma, Charlie comprou o assento ao lado do meu.
- Volte a contar o que você estava dizendo antes de chamarem nosso vôo - disse Edward curioso.
- Em casa eu conto a todos de uma vez só, agora eu vou dormir - falei e encostei minha cabeça no ombro de Charlie.
- Vocês dois voltaram? - Thomas perguntou confuso.
- Não, mas sou grata por ele estar me protegendo, agora façam silêncio que eu vou dormir - falei fechando os meus olhos.
Os meninos ficaram sem entender e eu sabia que Charlie estava com aquele sorrisinho besta no rosto. Eles ficaram conversando sobre algo que não prestei atenção. Só me dei conta quando Charlie me chamou para descermos do avião e ir até nossos carros.
Voltamos nos carros dos seguranças já que os carros dos meninos estavam voltando para Manhattan ainda. Vim deitada no ombro dele o caminho todo e os seguranças me olhavam como se eu fosse estúpida ou algo parecido.
Eu sei que nesse tempo que fiquei longe Charlie deve ter mudado muitas coisas aqui na mansão, como os pontos cegos, por exemplo. A casa deve estar cheia de câmeras de segurança ainda mais e dobrado a quantidade de seguranças.
Charlie acariciava meus cabelos e vi quando nos aproximamos do portão da mansão. Levantei a cabeça, beijei seus lábios com muita vontade.
- Você sabe que assim que cruzarmos os portões e descermos do carro eu e você não vai voltar a ser como antes, não sabe? - perguntei.
- Como assim?
- Eu vou ser só mais uma hóspede nessa casa, eu não quero contato com você Charlie, só o básico do necessário.
- E por que me beijar desse jeito?
- Agradecer tudo que você fez nesses últimos dias, nada além disso - termino de falar e o carro para no jardim da mansão.
- Vou respeitar sua escolha, me desculpe mais uma vez - disse-me e saiu do veículo sem nem olhar para trás.
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Notas finais:
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