POV. Charlie
Passei um mês indo todos os dias dormir com Lúcia no hospital, mas não pude passar o mês inteiro trancado com ela no hospital porque o dever me chamava, sei que os caras são competentes, mas eu sou viciado em controle e preciso ter tudo do meu jeito, exceto Lúcia que sempre faz o que ela quer.
Louise ficava revezando comigo, as amigas dela do convento também, Fernanda, Elly e Jacob (Real Love - RosyLSantos) e as vezes até os caras iam visitá-la, o mais interessante era que ela estava cada dia mais linda, o difícil era não ouvir sua voz a todo instante.
A cada duas horas um enfermeiro ia em seu quarto e mudava a posição dela para que não fossem criadas feridas (chamadas de escaras) pela falta de movimentação.
Eu estava quase sem esperança nenhuma da minha pequena acordar quando senti seus dedos apertarem os meus.
- Amor, se você puder me ouvir e tiver pedindo ajuda para voltar aperte minha mão de novo, por favor, eu preciso saber que você ainda está comigo - assim que terminei de falar seus dedos mexeram de novo - Eu vou chamar os enfermeiros para virem ver você e te ajudar, eu já volto - falei e fui procurar o primeiro médico que eu encontrasse.
- Doutor, com licença, minha esposa está mexendo a mão e...
- É só um reflexo, nada de mais.
- Não é reflexo, ela apertou minha mão enquanto eu falava com ela, e quando pedi novamente ela apertou de novo.
- O médico aqui sou eu e eu te digo que é só um reflexo.
- E eu estou mandando você ir ver a minha esposa ou eu estouro a sua cabeça e a de todos os outros aqui nesse hospital de merda - falei sacando minha arma e apontando a mesma para a cabeça daquele viado.
- Sim senhor, eu tenho certeza que não é apenas um reflexo, irei chamar uma equipe para realizarmos exames nela.
- Acho bom, e tente não fazer gracinhas, meus homens estão por todo o hospital - falei e fui até o quarto de Lúcia, quando cheguei ela estava acordada chorando - O que houve meu amor? - perguntei confuso.
- O Liam... - disse quase em um sussurro devido a suas cordas vocais estarem muito tempo paradas.
- Não foi culpa sua, aquele pastor já tinha preparado a gente, lembra? Deus nos deu mais um ano ao lado dele e isso foi o maior presente que poderíamos ter - falei acariciando seu rosto.
Uma semana depois Lúcia recebeu alta médica e voltamos para a mansão. Ela só usava preto e, mesmo que ela escondesse, eu sei que ela chorava em seu quarto todas as noites até adormecer.
Algum tempo depois ela pediu para voltar a treinar e logo ela estava gerenciando a boate. Eu gostava que de alguma forma ela estava ocupando a mente com essas atividades, mas sempre que eu a chamava para irmos juntos onde o Liam estava enterrado ela simplesmente fechava a cara para mim e para todos e se trancava no seu antigo quarto.
Todos nós estávamos preocupados com ela, falamos com vários psicólogos, mas ela raramente fazia acompanhamento psicológico para que não entrasse em depressão e na maior parte do tempo ela se recusava a vê-los e eles não nós orientavam como lidar com ela.
- Cara, ver Lúcia nesse estado parte o meu coração, e olha que eu nem sabia que eu tinha um - disse-me Edward.
- O meu também, e eu não sei mais o que fazer para tirar ela dessa bad - respondi.
Alguns dias passaram e Lúcia não dormia mais comigo, todas as noites ela ia a boate e quando voltava apenas se trancava em seu antigo quarto sem trocar uma única palavra comigo ou com qualquer outro naquela casa. Até que em um certo dia, ela acordou, se arrumou com seu preto habitual e disse que iria ver Liam.
- Eu vou me arrumar e em menos de dez minutos eu estarei contigo - falei rápido.
- Não, eu quero ir apenas com os seguranças. É o meu momento com o meu filho, vocês já tiveram o momento de vocês, só me deixe ir, tá legal? Eu poderia ter saído sem nem dizer para onde estava indo, mas preferi avisar e quero espaço. Dez seguranças está bom demais, não quero mais do que isso. - respondeu e eu assenti.
- Marcel - chamei pelo segurança.
- Sim, Sr. Kiefer?
- Quero que você e mais nove homens acompanhem Lúcia até o cemitério. Qualquer mísero som ou movimento diferente é para me comunicar, ok? Não quero que ela corra nenhum risco, mas se ela precisar de espaço dêem a ela, mas o suficiente para verem tudo ao redor dela e dê para agir caso algo saia dos conformes - falei autoritário.
- Sim senhor - disse e saíram.
As horas foram passando e nada de Lúcia voltar, meus homens me diziam tudo que ela fazia, de pedir espaço até se ajoelhar na grama e começar a chorar. Algum tempo depois Marcel informou que estavam voltando.
Quando chegaram Lúcia apenas subiu sem dizer uma única palavra, desceu algum tempo depois com um biquíni e coisas de piscina, comeu e foi pegar um bronze.
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Notas finais:
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I'm not Holy - 2° temporada
AksiyonMuita coisa mudou desde que um cruzou o caminho do outro. Muita coisa foi feita e dita e algumas coisas se perderam. Ela já não é tão doce e ingênua como antes. Ele já não é mais tão insensível como costumava ser, mas, apesar de tudo, ele tem um úni...