Muita coisa mudou desde que um cruzou o caminho do outro.
Muita coisa foi feita e dita e algumas coisas se perderam.
Ela já não é tão doce e ingênua como antes.
Ele já não é mais tão insensível como costumava ser, mas, apesar de tudo, ele tem um úni...
Muita coisa mudou desde que eu fui visitar o meu Liam no cemitério, ninguém me reconhecia, pois eu já não chorava mais por ele. Uma vez por mês eu ia visitar ele com Charlie, fazíamos um piquenique de 30 a 60min e voltávamos para a mansão.
Um ano se passou e minha vida voltou ao normal. Com treinos, assaltos, gerência de boate e até jantares românticos com Charlie. A saudade de Liam nunca passou, ele sempre estaria presente em nossas vidas, mas já não doía tanto quanto antes.
Cheguei a boate e uma das meninas estava aos prantos.
- Suyene o que houve? - perguntei preocupada.
- Nada não chefe - respondeu ressentida.
- Se vocês ficarem me escondendo as coisas eu não tenho como ajudar vocês - falei sério.
- Não é nada eu só ... - disse levantando mais o rosto para falar olhando para mim e eu a interrompi.
- O que foi isso no seu rosto? Quem fez isso com você? - perguntei preocupada.
- Um cliente, ela se recusou a deixar ele enfiar um cabo de vassoura no ânus e ele a bateu - disse Karla.
- Quem foi esse cliente? - perguntei e não obtive respostas - Não falem, eu descubro sozinha, coloquei milhares de câmeras aqui para isso, só não vou tolerar agressões as minhas meninas - falei e me retirei.
Não é possível que isso estava acontecendo aqui na minha boate.
"Thomas, preciso da sua ajuda" - disse assim que ele atendeu.
"Boa tarde para você também Lucinha, o que houve?"
"Algum cliente bateu em uma das meninas por ela se recusar a deixar ele enfiar um cabo de vassoura no ânus da mesma"
"Sério isso?"
"Sério, eu quero a cabeça dele, já disse que ninguém mexe com elas".
"Numa bandeja ou em uma caixa?" - perguntou.
"Numa bandeja, não me importa se é de prata, ouro, cobre ou de lata de lixo, também não quero copiar o que fizeram com João Batista, mas agora não é por capricho, é para dar o exemplo, ninguém mexe com as minhas funcionárias e sai impune desse jeito, se não isso aqui vira bagaceira e eu não seria a rainha de um rei da máfia".
"Sim senhora, se tudo der certo essa noite tu faz o seu showzinho".
"Obrigada Thomas" - falei e desliguei.
Fiquei resolvendo algumas coisas de um tráfico de drogas com Charlie o restante da tarde e, quando estava saindo para ir a mansão me trocar para voltar à boate, Thomas retorna a ligação dizendo que minha encomenda estava a caminho. Quase pulei de alegria em saber que a justiça foi feita, pena que não foi pelas minhas mãos neh...
Coloquei um body preto rendado, com uma saia de couro preta que ficava um palmo acima do meu joelho, duas pulseiras pretas, uma bolsa preta qualquer de lado, fiz uma make leve, mas ao mesmo tempo marcante, calcei meu scarpan preto e saí da mansão.
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Cheguei a boate e pedi ao segurança para estacionar meu carro e levar a chave para mim lá no escritório, eu estava tão ansiosa que nem conseguiria manobrar o carro para estacionar direito.
Subi até o meu escritório e pouco tempo depois Charlie entrou levando a minha chave até minha mesa e se sentando em frente a mim.
- Soube que você vai dar um showzinho hoje, era mesmo necessário? - perguntou-me curioso.
- Sim, enquanto eu for gerente dessa boate ninguém vai maltratar nenhuma das meninas. Quero que sirva de exemplo para os demais. Pedi as meninas para não entrarem nos quartos com os clientes até eu liberar. Você está com raiva do que pedi para o Thomas fazer?
- Claro que não estou, a boate está sob o seu comando, eu não opino em praticamente nada aqui, você sabe o que é melhor para seus funcionários e para a sua boate. Eu entendo seus motivos e te apoio completamente, e quem executou suas ordens foi James, Edward apenas achou o cara e passou a missão - disse-me simples.
- Obrigada por confiar na minha gerência.
- Eu que te agradeço. Agora... Sente aqui - disse apontando para sua perna - e me dê um beijo, você hoje não me cumprimentou direito.
- Não sei Senhor Kiefer, acho que o ambiente de trabalho não é propício para ficar de namoricos - falei já me sentando em seu colo.
- Acho que o dono daqui não vai se importar se você me der um beijo - disse já colando nossos lábios.
- Senhor Kiefer, eu preciso me concentrar no meu show, podemos conversar assim que eu acabar, se quiser pode estar ao meu lado lá na hora.
- Não, eu quero estar no Vip te vendo dar seu show, se eu estiver lá com você vão achar que foi eu quem fez ou deu a ordem e eu quero que você execute o seu plano.
- Obrigada - falei me levantando do seu colo e indo sentar na minha mesa, enquanto ele acenou para mim e saiu.
Vinte minutos depois um dos seguranças veio me avisar que a casa estava com lotação máxima, o agradeci e saí da minha sala indo ao palco.
- "Boa noite a todos, para quem não me conhece eu sou a gerente dessa boate. Pedi as meninas para adiar um pouco a diversão de vocês para que eu pudesse dar um recado a vocês que usam os serviços delas, com conselhos, sexo, seja lá como for. James, traga a bandeja tampada por favor - falei e esperei que ele parasse ao meu lado - Ontem algum ser mal informado queria enfiar um cabo de vassoura no ânus de uma das minhas funcionárias, como ela se recusou a deixar, pois é algo que não toleramos aqui, ela bateu nela e marcou o rosto da mesma, não se preocupem que ninguém vai saber quem é já que a mesma já está se tratando e a marca vai sumir. Mas ... - fiz uma pausa dramática e coloquei minha mão em cima da tampa - para servir de exemplo eu quero que todos prestem bastante atenção, porque isso aqui - falei abrindo a tampa e ouvindo alguns gritos de espanto de algumas pessoas - não vai ser nem o começo do que eu vou fazer com quem ousar machucar qualquer uma delas. Esse ser desprezível apenas teve sua cabeça arrancada enquanto ainda estava vivo, não quero que tenha um próximo porque este eu vou fazer questão de torturar eu mesma - falei e olhei na direção de Charlie que bebia o seu Whisky com desdém - Aproveitem a noite, a primeira rodada de bebidas é por conta da casa - falei e saí do palco, a música voltou logo em seguida
Caminhei até onde Charlie estava.
- Como eu me saí? - perguntei.
- Você foi perfeita, até eu fiquei com medo - respondeu me puxando mais para ele.
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Notasfinais:
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