Capítulo XII

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POV. Charlie

Enquanto Lúcia dormia no avião os caras começaram a me encher de perguntas das quais eu não quis responder porque nem eu sabia a resposta.

Quando o avião finalmente pousou vim no carro dos seguranças com Lúcia e aqueles cuzões foram em outros dois. Quase perto da mansão Lúcia me beija, mas diz que não vamos ter mais nada que blá blá blá. Não preciso nem dizer que desci furioso do carro (mas sem demonstrar, claro) e encontrei Dona Louise que, assim que viu Lúcia descer do carro, abriu um imenso sorriso (juro que nunca vou entender esse amor dela por Lúcia). Deixei elas se resolverem e fui em direção ao meu quarto, mas ouvi quando Lúcia disse que iria tomar um banho relaxante, não dei muita bola e fui direto para minha cama.

Levantei algum tempo depois e vi Lúcia descendo as escadas, dona Louise estava na sala com os meninos e todos queriam saber o motivo da minha freirinha ter voltado depois de tudo o que eu fiz.

- Eu voltei porque nesse tempo eu conheci alguém, estávamos namorando tranquilo, às mil maravilhas, até Charlie e os meninos chegarem. Ele foi ficando estranho comigo. E num dia eu estava conversando com o Charlie no escritório da boate dele e vi pelas câmeras de segurança que ele estava me traindo com outra, desci, fui tirar satisfações e estava tão transtornada que dei um tiro nos dois, eles não morreram, claro, mas eu precisava daquilo. No dia seguinte ele esteve no convento e me ameaçou, disse que se eu não fosse dele eu não seria de mais ninguém, me fiz de forte na hora, mas eu sei que se eu ficasse lá eu não ia ter o que fazer contra ele se ele viesse atrás de mim. Fui até Charlie para falar sobre o que ocorreu e no dia seguinte ele estava lá dando um desdobro nas madres e agora eu estou aqui. Fim - disse simples.

- Meu Deus querida, e como você está se sentindo? - minha mãe perguntou.

- Eu estou bem, agora estou segura aqui com vocês, então ele não pode fazer nada comigo. Já jantaram? - perguntei para acabar com a conversa.

- Não, estávamos esperando vocês dois descerem para comermos juntos - disse Louise tranquila.

O jantar seguiu o mais tranquilo possível, minha mãe não perguntou se eu e Lúcia voltamos nem nada do tipo, talvez o que ela não quisesse era ouvir que voltamos e ter que passar por tudo aquilo de novo. O problema é que não voltamos e eu não sei o que fazer para reconquistar ela.

Após o jantar nos reunimos na sala para jogar conversa fora e jogar algum jogo de simulação. Recebi uma mensagem sobre como a boate não estava rendendo e convoquei os caras e Lúcia em meu escritório.

- Lúcia eu preciso que você assuma seu emprego de volta, aquilo vira uma loucura sem você.

- Eu aceito com uma condição - disse-me sem exitar.

- Qual? Desembucha logo - falei impaciente.

- Eu só volto a trabalhar lá se eu puder participar dos assaltos com vocês. Eu quero aprender tudo, de defesa pessoal a como hackear, como matar, como fazer planos, enfim, tudo mesmo - ela só pode estar louca neh?

- De jeito nenhum, você veio aqui para ficar segura não para se arriscar conosco - falei de imediato.

- Então se vire com a sua boate Charlie, eu já dei minhas condições, se não quer aceitar então eu vou para o meu quarto dormir e gastar meus horários na piscina ou no shopping - disse-me autoritária e os caras olharam para mim - Qual é Charlie, para quem enganou as madres esse tempo todo e ainda continuou sendo o exemplo delas em relação as outras noviças, isso de assaltos é fichinha.

- Tá bom Lúcia, mas no menor vacilo que você der depois dos treinamentos você vai ficar apenas na boate - falei puto.

- Negócio fechado então. Quando minhas aulas começam? - perguntou sem nem ligar para nada.

- Seu trabalho na boate começa em três horas, suas aulas serão amanhã pela manhã - falei sem demonstrar um pingo de sentimento.

- Certo, bom planejamento de roubo para vocês, eu vou me arrumar para assumir meu posto de volta - disse e saiu do escritório.

- Cara, você tá fodido com a versão dois ponto zero da Lúcia - Thomas finalmente se pronunciou.

- Eu sei, e não gosto nada desse atrevimento dela.

- E o carro dela, vai contar que você o depenou quando ela foi embora? - James indagou.

- Claro que não, ela vai querer saber do bebê dela que ela mesma trocou com um estranho, por que ele não poderia ter depenado o carro dela, vai que era vagabundo e levou para o desmanche por causa de uma grana que estava devendo ou que queria fazer?

- Cara, mentir para ela não vai adiantar de nada, você sabe disso, melhor ser sincero com ela - foi a vez de Edward se pronunciar.

- Se metam com a vida de vocês, temos um assalto para planejar - falei encerrando aquele assunto.

- Você que sabe, só não diga que eu não te avisei - James falou.

Não liguei para o que eles estavam enchendo meu saco, ela só saberia que fui eu se um deles contasse, e eu tenho certeza que eles não fariam isso.

Voltamos a nos concentrar no assalto, e cara, a cada dia que passava a minha equipe ficava melhor. Espero que esse interesse de Lúcia nos assaltos seja para aprimorar ainda mais os nossos conhecimentos e que, óbvio, sirva para nos aproximar ainda mais.

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Notas finais:

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I'm not Holy - 2° temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora