Acordei na pequena enfermaria da escola, quatro pares de olhos me fitavam. Reconheci a enfermeira Luciana, agora o garoto ao seu lado, eu não fazia idéia de quem era.
_Se sente melhor, querida? - Perguntou ela sorridente.
_ Que cor está o meu cabelo? - Eu tinha a esperança de que tudo aquilo poderia ter sido um pesadelo e que aquele tempo todo eu estava desmaiada na enfermaria porque tinha levado uma bolada na cabeça durante a educação física.
_ Verde.
Lá se foi minhas esperanças, deixando espaço apenas para a vergonha.
_ Então não, não me sinto melhor. - Voltei a me deitar na maca. - Você poderia ligar para alguém vir me buscar?
_ Claro. Vou na secretária agora mesmo. - Disse ela e me deixou a sós com o garoto estranho que me observava de braços cruzados.
_ E você, o que faz aqui? - Minha pergunta soou bem grosseira, mas mesmo assim o garoto curvou os lábios em um sorriso de lado, o que fez uma covinha surgir na sua bochecha esquerda.
_ Eu te trouxe e queria me certificar de que está tudo bem, a equipe de fotografia estava preocupada em ter que pagar caso você morresse. - Ele foi totalmente sincero. - Já não basta o tripé e a câmera destruídos.
_ Seria um prejuízo e tanto!
_ Está sendo. - Ele enfiou a mão no bolso do moletom preto que usava (naquele momento achei que o garoto ia sacar uma arma, me dar um tiro e vender meu rim para pagar um equipamento novo), porém, ele pegou um tecido vermelho nas mãos e jogou para mim. A minha bandana.
Ver a bandana, me fez lembrar da espinha. Sorri sem graça, a vergonha era tanta que nem um "obrigada" minhas cordas vocais foram capazes de produzir. Assenti como agradecimento.
_ Bom, agora que está consciente é melhor eu ir.
_ Me desculpa pelo estrago. - Falei e ele deu de ombros.
_ Não se preocupe, acidentes acontecem o tempo todo.
Ele saiu da enfermaria no mesmo instante que a enfermeira voltou com a notícia de que meu irmão estava indo me buscar. Suspirei aliviada com a idéia de me refugiar entre as paredes do meu lar e tentar esquecer os acontecimentos daquele dia.
🌼
Se quer ouvir uma boa notícia, aqui vai ela:
* Depois de muito sofrimento ao lavar o cabelo repentinamente, a tinta saiu!!!
Claro que ainda dava para ver um pouquinho de verde nas pontas, mas nada demais.
Na quinta-feira eu pude ir para a escola como se nada tivesse acontecido, aliás só quem estava sabendo da tragédia do dia anterior eram os fotógrafos e como eles não estavam mais lá...Cumprimentei todo mundo que passou por mim, um novo dia, uma nova chance de fazer melhor.
Já na última aula, a diretoria mandou me chamar. Eu fui com medo de eles tocarem no assunto do acontecimento fatídico do dia anterior e me fizessem pagar pelo equipamento. Bati na porta duas vezes com os pés e mãos escorregando de suor produzido pelo excesso de nervosismo._ Entre, Luna. - A voz grossa do diretor Silas me fez estremecer enquanto entrava em sua sala. - Sente-se, por favor.
Ele girava em sua cadeira gigante enquanto batia uma caneta esferográfica na mesa de madeira, tornando tudo ainda mais assustador._ Diretor, se for pelo acontecimento de ontem, eu posso explicar! - Me pronunciei.
_ Fique tranquila, senhorita. - Ele sorriu e eu sorri de volta só para não parecer tão assutada. - A equipe de fotografia entendeu que foi apenas um acidente. Mas não foi por isso que a chamei aqui.
Senti como se milhares de toneladas tivessem saído das minhas costas. Substitui meu sorriso amarelo por um verdadeiro.
_ Vou direto ao ponto, a nossa escola fez uma parceria com o Centro de Artes infantil para juntos promovermos uma festa de Natal beneficente, para arrecadar dinheiro e dar à outras crianças a oportunidade de poder se conectar com a arte. - Eu não sabia se o diretor Silas entendia o real significado de "ir direto ao ponto". - Sendo assim, eles me pediram para escolher três alunos do último ano que tenham talento com a arte, sejam responsáveis e dedicados para ajudarem na realização dessa festa.
_ Desculpe, ainda não consegui entender onde me encaixo nessa história.
_ Você é um desses alunos. Eu te escolhi porque acredito no seu potencial e todos seus professores falaram muito bem de você. - Ele abriu uma pasta laranja e tirou de lá um papel. -Aqui está a autorização para os seus pais assinarem, estou confiando essa tarefa a você Luna. Não me decepcione!
Sai da diretoria sem ter entendido direito o que estava acontecendo, ele não devia ter me perguntado se eu estava interessada ou disponível para fazer isso?
Naquela noite, quando entreguei a autorização para os meus pais, eles pareciam bem felizes por eu ter o que fazer além de ir para a escola e igreja.
_ Vai ser ótimo para o seu currículo da faculdade, Luna. - Meu pai disse.
_ Sim, vou colocar no currículo "trabalho voluntário, não exatamente voluntário porque eu fui obrigada implicitamente." - Eu estava chateada por ter que dedicar dois dias da semana em algo que eu nem queria, aquilo consumiria meu tempo livre. Adeus Netflix! Adeus livros! Adeus ficar olhando para o teto e pensando na vida daqui 10 anos!
_ Filha, você sabe que isso vai trazer muitos sorrisos para crianças que não tem condições de pagar uma escola de artes. Então pare de pensar só em você, expandir seus horizontes pode ajudar muitas pessoas. - Minha mãe disse com aquele olhar sábio de quando a pessoa está sendo usada por Deus para falar aquilo.
_ Você tem razão mãe, eu só não queria ter que largar meus momentos de lazer.
_ Quem sabe ajudar nessa festa não seja algo divertido? Estamos falando de decoração, artesanato, música. Você gosta disso, não gosta? - Meu pai se pronunciou. - Vai me dizer que só imaginar todo aquele clima natalino, não te dá uma alegria no coração? - Ele ergueu uma sobrancelha.
Eu ri de suas palavras. Sim, só de imaginar aquela vibe natalina, sorrisos, comida, música e decoração, comecei a sentir meu peito se aquecer.
Durante o jantar, ouvi meus pais falando de como aquilo poderia ser uma oportunidade de alcançar almas e trazer alegria para as pessoas, então, antes de dormir pedi a Deus que através de mim Ele viesse a acender uma luz de esperança em corações cobertos pela negritude da desilusão, não para a minha glória, mas para a glória d'Ele.
Oláaaa!!!
Quero te perguntar uma coisa. Você quer praticar a magia da estrelinha? (Mas o que é isso, Sarah?) Kkkkk
É o simples ato de vc apertar nessa estrelinha, porque assim como você ela não foi feita para ficar de enfeite, ela foi feita para brilhar. Então senta o dedo na estrelinha, com isso você vai ajudando essa obra crescer e alcançar outros corações.Comenta aí, o que você acha que vai acontecer?
Estrelinha brilhando? Agora pode passar para o próximo capítulo hahaha.
Beijos de Luz no core de vcs!!! XX
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Dancing On The Moon
Teen FictionOnde Luna Albuquerque, uma garota Paulista, desastrada nata que canta para flores, conhece Noah Cahill, o garoto que todas querem, mas ninguém pode ter. Em meio à tantos momentos engraçados e vergonhosos. Luna se vê em uma posição em que seu cor...