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    O fim de semana passou rápido, como sempre, eu aproveitei meus dois dias de lazer o máximo que pude, mas segunda-feira estava lá. Chuvosa, triste, desanimada.

    Fui para a escola me arrastando de sono e dormi nas primeiras aulas, se eu já estava naquela situação na escola, imagina no centro de artes.

    Quando o sinal tocou, peguei minha bicicleta e fiz meu trajeto até o Centro, mas, no momento que fui descer da bicicleta alguém resolveu estacionar o carro exatamente onde eu estava.
    Resultado: Fui atropelada. (Não necessariamente atropelada, mas o carro me atirou no chão, bati a testa no asfalto e ralei todo meu braço.)

_ Minha nossa! - Noah desceu do veículo correndo na minha direção. - Não esteja morta...não esteja morta!

_ Não estou morta. - Falei entre os dentes, os machucados nos meus braços começaram a arder e a sangrar.

_ Está sentindo muita dor? - Ele se ajoelhou ao meu lado.

_ Sim. - Encostei minha bochecha no asfalto frio. Missy teria dito que aquilo era drama. - Estou sentindo alguma coisa... acho que a minha alma está saindo do meu corpo...

_ Acho que você bateu a cabeça. - Ele afastou alguns fios de cabelo da minha testa, deixando exposto um machucado. Se tratava de um arranhão, mas ainda assim doía. - Vou levá-la para o hospital, você não me parece bem.

_ E-eu estou bem... - Minha voz saiu melódica e suave, eu me sentia leve. - Olhe! Borboletas em forma de anjos!

   Tentei apontar para algum lugar no céu que eu via anjos borboletas, mas meu braço parecia pesado demais ao mesmo tempo que leve demais.

_ É mais sério do que pensei. - Noah disse com um olhar de preocupação. Naquele instante vi algumas pessoas se aproximarem, os meninos da equipe de decoração me olhavam com pena.

   Ah, Deus! Nunca imaginei que morreria de uma forma tão fútil.- Orei mentalmente. - De qualquer forma, cuide da minha família e não permita que Hector faça do meu quarto um depósito de lixo. Amém!

                            🌼

_ Sim... semana passada... - Ouvi vozes distantes que ficavam mais altas a medida que eu abria os olhos. - A segunda vez em menos de seis dias, francamente Luna! - A minha mãe andava de um lado para o outro.

_ Senhora Albuquerque, a culpa foi minha, eu não vi sua filha. - Noah estava com as mãos no bolso da calça jeans preta do outro lado do quarto.

_ Como você não viu a Luna? Esse suéter horrível que ela usa chama mais atenção do que uma mulher com uma cesta de frutas na cabeça! - Eu nunca tinha visto minha mãe tão brava daquele jeito.

_ Mãe. - Chamei.- Não fala mal do meu suéter.
   Quando ela me viu, abriu um largo sorriso. Noah soltou um suspiro de alívio.

_ Todos nós sabemos que ele é feio, querida. - Minha mãe se sentou aos pés da cama onde eu estava. - Você devia tomar mais cuidado por onde anda, Luna!

_ Mas mãe, eu fui atropelada poxa! - Cruzei os braços cobertos por faixas sob o peito.

_ Estou falando de todas as vezes que você tropeça nas coisas, caí no chão, encosta em paredes recém pintadas...

_ Entendi, mãe. Não precisa usar detalhes e me humilhar ainda mais. - Falei entre os dentes e apontei com o queixo na direção de Noah.

_ Luna, eu sinto muito pelo que aconteceu! - Disse ele parecendo realmente preocupado. - Não sei como não consegui enxergar você com esse...- Ele olhou para o meu suéter florido de vovó e eu olhei de forma ameaçadora o desafiando a falar mal do meu suéter.

Dancing On The MoonOnde histórias criam vida. Descubra agora