Missy, a melhor amiga que alguém poderia ter passou o fim de semana todinho na minha casa para que eu não me sentisse tão idiota.
Depois do clima lindo que tinha acontecido entre eu e Noah, precisava eu ter que passar aquela vergonha? Precisava Deus, ter me submetido àquilo?
Sim, precisava porque com aquilo eu aprendi que minha cara fica horrível néon, e Noah também percebeu isso.Eu queria cavar um buraco e me esconder até ir para uma faculdade bem longe, de preferência em outro continente.
Não que ele tivesse falado nada, mas eu estava tão envergonhada que levantei do chão e saí correndo e não respondi nenhuma mensagem dele.( Na verdade, eu desliguei o Wi-Fi só para não ter que responder. )_ Amiga, para de ficar pensando nisso. A tinta já saiu... - Missy passou um dedo na minha sombrancelha. - Agora sim a tinta já saiu.
_ Eu estou me sentindo horrível! - Enterrei a cabeça no travesseiro e gritei.
_ Se ele não riu da sua cara, não tem porquê se sentir desse jeito, para de ignorar o garoto. - Ela jogou meu celular no meu lado. - Responde ele.
_ Não. Por favor, não me faça fazer isso. - Me sentei na cama e escondi o rosto nas mãos.
_ Minha querida, é melhor responder agora do que ter que encarar ele amanhã sem antes terem falado sobre isso. - Ela pegou meu celular e desbloqueou. - Olá, Luna... -Começou a ler fazendo uma voz masculina horrível. - Você está bem? Essa foi de ontem. Luna, estou preocupado com você. Está tudo bem? Essa é de hoje.
_ Me dá isso aqui. -Puxei o celular da sua mão e desliguei. - Não vou responder.
_ Ele vai saber que você visualizou. - Missy ergueu uma sombrancelha.
_ Não importa. Vou fingir que nada aconteceu amanhã.
Eu queria que fosse tão fácil assim, mas não foi. Quando entrei na sala do centro no dia seguinte, dei de cara com Noah sentado em uma cadeira digitando algo em seu laptop.
Ele se virou para mim que tentava entrar despercebida._ Oi, Luna. - Disse com um fraco sorriso.
_ Oi. - Passei por ele e me juntei ao meu pequeno grupo.
Alguém cutucou meu ombro, era Noah.
_ Posso falar com você um minuto? - Perguntou e eu assenti.
Caminhamos para o pátio e eu aguardei ele começar a falar:
_ O que aconteceu?
_ Como assim? - Perguntei confusa.
_ Você ignorou as minhas mensagens. Está tudo bem? Eu fiz alguma coisa?
Um sorriso automaticamente surgiu em meus lábios ao perceber que ele parecia nem se importar com o fato de ter me visto com a cara néon, muito pelo contrário, ele achava que tinha feito algo errado.
_Sinceramente -Comecei - Eu estava envergonhada pelo que aconteceu na sexta-feira.
_ Foi um acidente. Não tem porquê se envergonhar.
_ Sim, mas a minha cara ficou néon! - Falei e ele riu.
_ Sim, eu vi e achei bem artístico. - Brincou ele.
Rimos por alguns instantes e depois paramos, ele me encarou, os olhos sempre me examinando.
_ Você também sentiu?
_ O quê?
_ Não sei explicar, quando você me abraçou eu senti como se...
_ Nossas almas estivessem conectadas?- Completei.
_ Exatamente!
_ Sim, eu senti. - Por quê admitir aquilo fez meu rosto ficar em chamas? - Acho melhor voltarmos ou vão começar a pensar que você me sequestrou.
_ Por quê pensariam isso de mim e não de você? - Ele ergueu uma sombrancelha e cerrou os olhos. - Poderia ser você a me sequestrar.
_ Porque eu sou uma garota boazinha e você é todo sombrio. -Comecei a andar de costas.
_ Eu não sou sombrio!- Seu sorriso sumiu e ele me olhou inexpressivo.
_ Está vendo! Esse olhar seu te faz parecer um psicopata. - Apontei pra ele rindo.
_ Você sabia que se eu fosse um psicopata, você estaria correndo perigo agora. Certo?
_ Como posso ter certeza de que não é?
_ Tem razão. Eu sou um psicopata e agora vou levá-la para o meu porão secreto que fica dentro de uma casa secreta, em uma floresta secreta. - Disse ele e começou a correr atrás de mim.
Eu ria e corria ao mesmo tempo, mal conseguindo me manter de pé com a adrenalina que era ter alguém correndo atrás de mim.
Já estava sem fôlego por correr em círculo no pátio como uma criança, só senti Noah abraçando a minha cintura e me jogando em seu ombro.
_ ME PÕE NO CHÃO! - gritei e bati em suas costas. - NOAH!_ Por favor, vítima, fique quieta! - Ele começou a caminhar como se os meus socos não fossem capaz de fazer nem cócegas. - Agora entra no porão.
Noah me colocou no chão diante da porta onde o restante do pessoal estava e entramos rindo.
Todos presentes nos olharam surpresos e em um canto, conversando com duas outras garotas, Sabrina me lançou um olhar mortal.
Confusa com sua atitude, apenas sorri e voltei ao meu lugar ao lado dos garotos._ Arrasando o coração do Noah! - Brincou Thomas e os outros riram.
_ Está falando de quê, Tommy? - Perguntei sentindo minha face corar.
_ Estou falando da forma como ele muda quando está com você. - Thomas passou as mãos nos meus cabelos, bagunçando-os.
_ Não faço idéia do que você quer dizer com isso, Tommy. - Me esquivei das mãos dele e voltei ao que estava fazendo, mas foi difícil tirar aquele sorriso bobo dos lábios.
🌼
_ Luna, o que acha de ir comigo no Impulso Park amanhã? - Henrique me perguntou sem tirar os olhos da TV onde passava "Guerra Civil".
Estávamos na casa dele fazendo nossa maratona de filmes da Marvel como de costume. Coloquei uma pipoca na boca e dei de ombros._ Então, vai ou não? - Ele jogou uma pipoca na minha direção.
_ Sim, eu vou. - Joguei uma nele também.
_ Bom mesmo, você e eu nunca saímos antes.
_ Claro que já. Não lembra do verão que passamos na fazenda da sua avó lá na Bahia? - Coloquei as pernas no colo dele.
_ Isso não foi sair de verdade. Você tinha 10 anos e eu 11.
_ Até hoje não acredito que conseguimos convencer os meus pais de me deixar ir.
_ Lembra do teste de responsabilidade que ele fizeram com a gente? - Rick riu com a lembrança.
_ Cuidar da Peggy por uma semana. - As lembranças vieram com tudo na minha mente. Nós perdemos a Peggy, a cadela do Hector, tivemos que andar pela cidade inteira atrás dela e a encontramos escondida na lavanderia de casa.
_ A gente não passou no teste e você chorou tanto...
_ Claro, a culpa foi sua e eu que levei a bronca.
_ De qualquer forma, você chorou tanto que seus pais não suportaram e te deixaram ir.
_ Você está distorcendo a história, que eu me lembre, nós choramos abraçados.
Conversamos sobre as nossas aventuras da infância até anoitecer, para mim, estar com Henrique fazia tudo parecer melhor e mais leve, talvez fosse seu humor, ou o jeito como ele me olhava, mas de uma coisa eu tinha certeza, ele era o melhor amigo que uma garota poderia querer.
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Dancing On The Moon
Teen FictionOnde Luna Albuquerque, uma garota Paulista, desastrada nata que canta para flores, conhece Noah Cahill, o garoto que todas querem, mas ninguém pode ter. Em meio à tantos momentos engraçados e vergonhosos. Luna se vê em uma posição em que seu cor...