Eu percebi que a minha vida havia passado rápido quando juntaram todos os formandos para uma foto e me lembrei da minha primeira vez na escola, quando minha mãe me deixou na sala de aula e eu chorei tanto que a professora só conseguiu me acalmar com um pirulito.

     Agora eu estava iniciando uma nova etapa da minha vida, talvez com a Missy, talvez sozinha, de qualquer forma eu precisava ser mais responsável e menos desastrada.
    
    Tiramos fotos, comemos, rimos, dançamos. Todos os meus colegas de classe, até aqueles que não se davam bem se divertiram juntos.
  
      Eu estava feliz e triste ao mesmo tempo, me perguntando se tudo ficaria bem ou se eu seria uma adulta não realizada, porque a vida não é fácil e realizar sonhos se torna cada vez mais distante quando as dificuldades começam a surgir.

     Mas aquele era o momento de comemorar, e foi o que eu fiz. Aproveitei meu último momento com todos os colegas reunidos e apenas isso, desfrutar do agora não pode ser feito com a mente cheia de preocupações.

                              [...]

    Acordei com o sol forte queimando a minha pele, abri os olhos com dificuldade e a primeira coisa que vi foi a grama bem aparada, uma árvore e um cantinho de flores.
     Eu havia dormido do lado de fora de novo, na noite anterior depois da formatura, eu pulei a janela do quarto para agradecer a Deus. Lembrei de ter cantado para as flores como se elas fossem as minhas fãs e acabei não resistindo ao cansaço.

    
    No café da manhã, meus pais comentaram o quanto estavam orgulhosos, nós falamos da faculdade, dos planos que eu tinha para o futuro e quando comecei a contar os progressos da festa de Natal, alguém tocou a campainha.

_ Eu atendo. - Hector disse e correu para a porta, voltou instantes depois com um sorrisinho malicioso. - Tem alguém querendo falar com você lá fora, Luna.

_ Quem é? - Perguntei já me levantando.

_ Não conheço. - Respondeu ele.

_ Eu Vou ver quem é. - Meu pai tentou se levantar mas a minha mãe o puxou de volta para a cadeira.

_ Ela já está grandinha, Danilo. Deixe Luna resolver seus problemas. - Minha mãe piscou pra mim.

    Eu saí da cozinha em direção à porta, desci as escadas que davam para o jardim e vi Noah de braços cruzados.

_ O que você quer? - Perguntei.

_ Oi Luna. - Disse ele olhando para o meu pijama de urso panda.

_ Oi.

_ Muito bem, vejo que realmente está me odiando pelo que aconteceu na segunda. - Noah passou a mão nos cabelos pretos que brilhavam com a luz do sol.

_ Ódio é uma palavra muito forte. - Falei.

    Ele me encarou por alguns segundos e deu um passo à frente.

_ Me desculpe, eu sei que sou um idiota insensível, e eu não devia ter falado com você daquele jeito, não devia mesmo, não consigo nem imaginar como se sentiu. - Ele olhou no fundo dos meus olhos e eu pude ver que ele estava realmente arrependido.

    Permaneci em silêncio, sem saber o que falar, me sentindo hipnotizada por aquele par de olhos da cor do oceano.

_ Por favor, fala alguma coisa. - Pediu ele.

_ Saiba que a sua atitude não só me magoou, como também me fez passar de idiota na frente de todo mundo. - Só de lembrar, senti meu rosto queimar. - Mas eu o perdoo.

    Ele suspirou aliviado e sorriu, fazendo as covinhas aparecerem.

_ Agora posso elogiar suas habilidades de ladra?

Dancing On The MoonOnde histórias criam vida. Descubra agora