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    Estar doente me ajudou a ficar sozinha no meu quarto com os meus pensamentos. Se eu saísse de casa teria que ouvir as pessoas dizendo: " Eu sinto muito!", " Vai ficar tudo bem!", " Ele está em um lugar melhor!"

   Ao inferno com isso de " Ele está em um lugar melhor."

   Quem quer ouvir isso quando perde alguém que ama? Ninguém!

    Porque todo mundo sabe que quando você ama alguém, o melhor lugar que essa pessoa pode estar é ao seu lado.

   
    Então a minha melhor opção era fingir tomar os remédios só para continuar doente. A dor física que sentia não chegava nem aos pés do meu coração despedaçado.

    Passar o dia olhando para o teto era o meu hobbie. Eu não tinha apetite para comer e nem força para me manter de pé embaixo de um chuveiro sem que as lembranças invadisse a minha mente e me fizessem desabar de novo.

    Naquele dia, meus pais foram trabalhar e Hector também. Mas eles disseram que mandaram alguém para ficar de olho em mim.

   A campainha tocou e eu gritei para que quem quer que fosse, entrasse. Eu imaginei que fosse Missy.

    Ouvi passos e alguém bateu na porta do meu quarto duas vezes.

_ Entra. - Minha voz estava tão rouca que parecia masculina.

    A porta se abriu revelando Noah de braços cruzados sob o batente.

_ O que está fazendo aqui? - Minha voz soou sem emoção, porque eu não estava mesmo afim de ver Noah tão cedo.

_ Achei que fosse a minha casa. - Ele revirou os olhos com ironia.

   Eu fiquei surpresa com o jeito como ele me tratou e de certa forma aquilo me deixou aliviada.

_ Não vai me convidar pra sentar? - Ele apontou para a cadeira ao lado da minha cama.

_ Não. - Cobri meu rosto e virei para a parede.

   Ouvi seus passos se aproximando e o peso dele se sentando aos pés da minha cama. Folgado!

_ Vai embora! Não quero ver ninguém.

_ Seus pais pediram para eu ficar de olho em você. - Disse ele.

_ Não ligo. Me deixa sozinha.

    Silêncio.

  Então, de repente. Noah puxou meu cobertor.

_ Levanta!

    Meu corpo tremeu de frio, eu estava há mais de uma semana embaixo daquele cobertor independentemente do calor que estava.

_ ME DEIXA! - Gritei e tentei puxar o cobertor da sua mão.

_ NÃO! - Ele gritou de volta e jogou o cobertor do outro lado do quarto.

_ Eu vou matar você, Noah! - proferi com ódio.

_ Tenta. - Ele se levantou da cama e cruzou os braços.

_ Eu te odeio! - Falei e voltei a me deitar.

    Silêncio de novo.
 
   Então duas mãos geladas me ergueram do colchão. Noah me pegou no colo e começou a me carregar até o banheiro. Eu não tinha forças para lutar contra ele, então me mantive quieta.

_ Está na hora de tomar um banho, até o Rio Tietê ficaria seco só de medo de você se jogar nele com esse cheiro. - Disse ele e abriu o chuveiro.

   Um grito me escapou quando senti o impacto da água morna contra o meu corpo quente.

_ Fica calma. Estou aqui com você, está vendo? - Noah entrou na água anda me segurando no colo como uma criança.

Dancing On The MoonOnde histórias criam vida. Descubra agora