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  Segunda-feira e sexta-feira eram os dias que eu deveria ir para o Centro de artes infantil, ou seja, naquele mesmo dia depois da escola, eu teria meu primeiro dia de trabalho 'voluntário'.
  
    O que eu faria em uma sexta-feira comum depois das aulas? Me divertiria a beça assistindo minhas séries e comendo que nem um animal.
    O que eu estava fazendo na realidade era muito diferente disso.
  
    Pedalando.

   Isso mesmo, você leu certinho. Pedalando a minha bicicleta porque o Centro de artes infantil ficava há vinte minutos da escola, e eu era sedentária demais para caminhar.
   O sol brilhava com todas as suas forças de forma que até o protetor solar que eu havia passado (por 'livre e espontânea' obrigação da parte da minha mãe) estava derretendo na minha cara, me deixando com a pele mais oleosa do que a batata-frita do Mcdonalds.

    Mas eu cheguei. Um pouquinho atrasada, porém estava lá. Estacionei a minha bicicleta ao lado dos carros no estacionamento e entrei correndo no local.
   O centro de artes infantil era uma construção de dois andares com uma extensão territorial muito grande, desde os muros que cercava o local, até as paredes eram coloridos com vários desenhos estilo 'arte de rua'. Assim que cheguei, fui recebida por um gramado verdinho e por árvores em toda parte fazendo sombra e deixando tudo mais fresco e com um ar tropical.
    Aquele local podia ser definido com duas palavras: Arte e árvoresportodaparte.

    Passei pelo portão que estava entreaberto e pedi informações para um homem que limpava o pátio, o mesmo me indicou onde eu devia ir.

   Corri tanto por estar atrasada que meus pés, mãos, costas, corpo todo e mais um pouco ficaram suados. Por fim, encontrei a tal porta que ele havia me dito, bati duas vezes e entrei.
  
    Agora uma simples equação básica para evitar constrangimentos:

   Andar apressada + estar com os pés suados = Escorregar e cair no chão na frente de desconhecidos.

    O pior de tudo era que antes de eu entrar, tudo estava em silêncio cada pessoa em uma mesa fazendo o que tinha que fazer. A minha queda foi tão escandalosa que deu para se ouvir o eco do meu tombo até depois que me levantei.
  
   Caminhei desajeitadamente até a cadeira mais próxima e me sentei, com dor e com o orgulho ferido, me sentindo sem nenhuma gota de dignidade diante dos olhos daquelas pessoas que se seguravam para não rir.

_ Então... - Uma voz masculina disse e do meio do tumulto saiu o mesmo garoto da equipe de fotografia, aquele que tinha me levado para a enfermaria despois de eu ter destruído seu equipamento. Eu me sentia pálida e ao ponto de desmaiar a qualquer momento. - Poderia se apresentar para o pessoal?

   Perguntou ele para mim e todo mundo ficou bem atento para ouvir meu nome depois daquela entrada triunfal.

_ E-eu s-sou... - Engoli seco, não conseguia encarar aquele garoto. - Luna.

_ É um prazer, Luna! - Disse ele- Vocês podem voltar ao que estavam fazendo, por favor, vou orientar a Luna.

   Todos voltaram aos seus afazeres e ele se aproximou de mim. Me estendeu um copo de água e eu aceitei, bebi em segundos.

_ Se sente melhor?

_ Sim, obrigada.

_ Muito bem, é uma coincidência te ver aqui, não acha? - Perguntou ele e puxou uma cadeira de maneira que ficasse de frente a frente comigo.

    Apenas assenti, com medo de falar alguma besteira.

_ Oh! Nem me apresentei. Sou Noah, estou aqui para instruir cada um e determinar suas tarefas. - Ele sorriu fraco e eu retribui.

Dancing On The MoonOnde histórias criam vida. Descubra agora