Soraia
Estávamos em uma das joalherias mais caras da cidade, queria apenas ter certeza de que Vincent não estava enlouquecendo, mas parecia que a cada palavra que ele pronunciava eu perdia as esperanças. Eu tomava o meu suco de maracujá, que haviam me oferecido, enquanto ele falava como queria nossas alianças. Aquele papo de escolhermos juntos era fachada, mas por mim tudo bem, eu gostava de coisas sutis.
- Olha essa, amor – Ela era em ouro amarelo, linda. Era grossa, e tinha uns detalhes desenhados na aliança masculina enquanto na feminina havia um filete de pedras e um solitário, ela era muito bonita.
- É linda, mas não tem nada mais delicado? – Olho para a loira que nos atendia, ela não parava de encarar as mãos de Vincent, que insistiam em acariciar as minhas, ele estava extremamente carinhoso nessa última semana, depois do nosso noivado.
- Você pode ser mais especifica? – Ela não queria me atender, sua cara de nojo e desprezo, parecia com as meninas que frequentavam a minha antiga faculdade, e esse tipo de tratamento eu não admito mais. – A Senhorita poderia me ajudar com alguma sugestão? Se é que você conhece de joias – Ela sorri debochada e Vincent aperta a minha mão, eu sabia que dali ela não sairia mais empregada, mas que ele desse o show dele longe de mim. Hoje é para ser o dia mais importante da minha vida, e ela não irá estragar.
- Amor, com licença – Eu me dirijo ao meu noivo e deixo um beijo em seu rosto. Me levanto e deixo minha bolsa em cima da poltrona onde eu me sentava, meu salto agulha não fazia barulho enquanto eu caminhava, e com toda a classe que eu tinha eu me dirigi a outro atendente, ele estava parado nos encarando assim como todos os outros. – Olá, sou Soraia. – Ele abre a boca e a fecha com rapidez.
- Sou Jonas – Eu dou um sorriso ao moço – Em que eu poderia lhe ajudar?
- Poderia mostrar a mim e ao meu noivo, algumas alianças em ouro rose? – Eu suspiro e olho para a vitrine a minha frente – Algo sutil, delicado.
- Claro, pode se sentar onde a senhorita estava, logo eu levarei – Sorrio e volto a caminhar até meu noivo.
- Eu pedi em ouro rose – Cruzo minhas pernas e olho para Vincent – Sei que você acredita ser algo afeminado, mas eu acho lindo e acho que você pode ao menos dar uma avaliada. – Dou um suspiro e subo meu olhar para o seu – Por favor?
- Não me olhe assim – Ele sorri de lado, e logo prende seus dentes em seu lábio inferior – Eu vou dar uma avaliada, posso escolher o modelo?
- Claro – Ele aproxima seus lábios dos meus e deixa um selinho demorado.
- Eu trouxe alguns anéis, podem ser delicados e fazer um bom par com a aliança da noiva – Jonas volta eufórico.
- Eu estava atendendo ele, Jonas – A Loira se pronuncia, mas logo Vincent a corta.
- Jonas está nos atendendo, chame o seu gerente, por favor – A Loira abre a boca para rebater algo, mas logo sai.
- Então... – Ele se senta do outro lado da mesa, e sorri, parecia muito feliz – Eu posso chamá-los de você?
- Claro
- Não – Porra, Vincent.
- Bom... Eu chamo o Senhor de Senhor e ela de você – Ele não se abalou, adorei esse menino.
Eram três paletas de joias, todas em ouro rose, algumas mais grossas do que as outras e mais brilhosas, outras mais foscas, outras mais queimadas enquanto algumas levavam o tom mais claro, Vincent parecia animado assim como o atendente. Suas mãos grandes separam três pares, e aquilo me animou muito. Um par era de alianças bem grossas e brilhantes, enquanto o outro par era de alianças fininhas e foscas, mas com o interior brilhante, e o último par era de alianças foscas que acompanhavam um filete de brilho, não eram tão grossas nem tão finas e foram as que mais me alegraram.
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Entre Tiros E Harmonia
RomanceSe apaixonou pela melodia que ouviu, foi assim com Vincent e Soraia, a brasileira de cheiro doce que tocava uma melodia desconhecida no salão de um restaurante enquanto o mesmo almoçava. Os dedos da jovem dedilhavam algo íntimo, que havia composto a...